Deus é Fiel

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Carta aos Romanos – Popularmente o Evangelho de Paulo


Carta aos Romanos – Popularmente o Evangelho de Paulo
Texto: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. (Rm 1.16).
A carta aos Romanos é tipicamente conhecida como o evangelho de Paulo. Nesta epístola o apóstolo Paulo torna-se notável como grande teólogo. Sendo que duas palavras são tidas como chave para a compreensão da mensagem da epístola. Estas palavras são: doutrina e exortação.
A primeira parte corresponde com as doutrinas Bíblicas. Iniciando com a teontologia, porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou (Rm 1.19), texto que em seu contexto descreve a respeito da santidade divina. A harmatiologia também está presente nas citações doutrinárias de Paulo, pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo (Rm 5.12b). E em destaque percebe-se a soteriologia, isto é, a doutrina da salvação. Os elos da salvação estão presentes na epístola: fé, justificação (Rm 5.1), e santificação (Rm 8.1). Portanto, a cristologia e a paracletologia também estão presentes (Rm 8.1-30).
Exortação com a apresentação dos cristãos para com Deus (Rm 12.1-8). Em seguida exorta aos cristãos ao verdadeiro amor (Rm 12.9-21). Por terceiro, trás a seguinte exortação: submissão às autoridades por Deus constituídas. Por fim, Paulo exorta a tolerar os mais fracos (Rm 14. 1-12).
Conhecendo o Autor
1- Um olhar para conhecer o apóstolo Paulo. De Saulo a Paulo, enquanto o nome Saulo indica o sentimento de desejo, o nome Paulo passa a indicar o sentido de pequeno, pois em meio ao conhecimento de Paulo o evangelho seria propagado mediante a graça transformadora de Cristo (Fp 3.8, 2 Co 12.9). Como bom judeu o apóstolo no período anterior a sua conversão queria ser útil a Deus, por isso, Paulo tornou-se um perseguidor da fé cristã, pois via na mesma uma ameaça aos princípios do judaísmo.
Antes de sua conversão, Paulo já se destacava por sua entrega e veemência a uma missão (At 9.2). Logo, após a conversão o apóstolo Paulo não perdeu o desejo de ser útil a Deus, sendo assim se dedicou com toda veemência à propagação do evangelho chegando a realizar três viagens missionárias (At 13.2,3).
2- Credenciais citadas na apresentação. As cartas no período antigo começavam com o nome e a credencial do autor, e era seguida com uma saudação ao destinatário.  No prefácio da carta escrita aos romanos o apóstolo Paulo se apresenta com as seguintes credenciais: servo e apóstolo (Rm 1.1).
Servo (grego, doulos), corresponde a escravo ou serviçal de uma casa. Porém, o apóstolo Paulo ao se identificar como servo, o mesmo queria descrever sua relação com Jesus Cristo. Relação pactual em que Jesus controla e comanda o seu povo.
Já o termo apóstolo trata-se basicamente da defesa de Paulo ao seu chamado ministerial. O real motivo de se apresentar como apóstolo à igreja em Roma está diretamente ligado à ação de Satanás em tentar diminuir a autoridade apostólica de Paulo perante a comunidade cristã.
Conhecendo a Igreja em Roma
Roma no primeiro século tornou-se admirável e ao mesmo tempo moralmente degradável e cheia de conflitos.
Nero (governou Roma desde 13 de outubro de 54 a 9 de junho de 68) torna-se o grande exemplo da desmoralização política de Roma. Dentre as atitudes deste imperador romano está o extermínio de sua mãe e a forte perseguição aos cristãos.
Dessa maneira aclamando-se publicamente como o principal inimigo de Deus, Nero foi conduzido em sua fúria a assassinar os apóstolos. Relata-se, portanto, que Paulo foi decapitado em Roma e que Pedro foi crucificado sob seu governo (CESARÉIRA, p. 76).
1- Igreja notável pela fé (Rm 1.8). O segundo parágrafo da Epístola é uma ação de graça (vv. 8-15). Em que Paulo inicia o parágrafo enfatizando a fé dos irmãos em Roma. A fé notável pode estar diretamente associada com a permanência dos cristãos em Cristo em meio a tantas perseguições e tribulações (Rm 5.3-5).
2- Igreja perseguida (Rm 1.11). Para Paulo os dons espirituais outorgam consolo da parte de Deus. Os dons espirituais são nove e são divididos em três grupos (1 Co 12.8-10).
2.1- Primeiro grupo, o de revelação: sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos espíritos. O consolo presente nestes dons corresponde com a Direção de Deus em outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.
2.2- Segundo grupo, o de poder: dom da fé, dons de curar e dons de operações de maravilhas. O consolo presente nestes dons corresponde com a Ação de Deus em outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.  
2.3- Terceiro grupo, os de elocução: profecia, variedade de línguas e interpretação de línguas. O consolo presente nestes dons corresponde com a Voz de Deus em outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.
Conhecendo o propósito e o tema da Carta
O propósito da Epístola é notório na introdução (Rm 1.1-17), pedindo sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco (v. 10). Logo, o propósito de Paulo ao escrever a Epístola era de ir a Roma. Porém, na escrita o apóstolo registra sua mensagem que já era pregada a mais ou menos, vinte cinco anos. Também na carta Paulo corrige alguns problemas da Igreja causados por atitudes erradas dos judeus para com os gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9; 11.11-32).
O tema da epístola é encontrado nos seguintes versículos: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé (Rm 1.16,17).
Em suma, a Epístola aos Romanos em seu tema central, define a doutrina da salvação associada diretamente com o elo da salvação em especial a fé.
A frase de fé em fé (Rm 1.17), significa fé do começo ao fim. Portanto, através da escrita da carta Paulo queria consolar os cristãos a permanecerem firmes na fé em meio às perseguições contra o Evangelho, sabendo que o cristão autêntico não envergonha do Evangelho porque este é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.

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