Carta aos Romanos – Popularmente o Evangelho de
Paulo
Texto: Porque não
me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de
todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. (Rm 1.16).
A
carta aos Romanos é tipicamente conhecida como o evangelho de Paulo. Nesta
epístola o apóstolo Paulo torna-se notável como grande teólogo. Sendo que duas
palavras são tidas como chave para a compreensão da mensagem da epístola. Estas
palavras são: doutrina e exortação.
A
primeira parte corresponde com as doutrinas Bíblicas. Iniciando com a
teontologia, porquanto o que de Deus se
pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou (Rm 1.19),
texto que em seu contexto descreve a respeito da santidade divina. A
harmatiologia também está presente nas citações doutrinárias de Paulo, pelo que, como por um homem entrou o pecado
no mundo (Rm 5.12b). E em destaque percebe-se a soteriologia, isto é, a
doutrina da salvação. Os elos da salvação estão presentes na epístola: fé,
justificação (Rm 5.1), e santificação (Rm 8.1). Portanto, a cristologia e a paracletologia
também estão presentes (Rm 8.1-30).
Exortação
com a apresentação dos cristãos para com Deus (Rm 12.1-8). Em seguida exorta
aos cristãos ao verdadeiro amor (Rm 12.9-21). Por terceiro, trás a seguinte exortação:
submissão às autoridades por Deus constituídas. Por fim, Paulo exorta a tolerar
os mais fracos (Rm 14. 1-12).
Conhecendo o Autor
1- Um olhar para conhecer o
apóstolo Paulo. De Saulo a Paulo, enquanto o nome Saulo
indica o sentimento de desejo, o nome Paulo passa a indicar o sentido de
pequeno, pois em meio ao conhecimento de Paulo o evangelho seria propagado
mediante a graça transformadora de Cristo (Fp 3.8, 2 Co 12.9). Como bom judeu o
apóstolo no período anterior a sua conversão queria ser útil a Deus, por isso,
Paulo tornou-se um perseguidor da fé cristã, pois via na mesma uma ameaça aos
princípios do judaísmo.
Antes
de sua conversão, Paulo já se destacava por sua entrega e veemência a uma
missão (At 9.2). Logo, após a conversão o apóstolo Paulo não perdeu o desejo de
ser útil a Deus, sendo assim se dedicou com toda veemência à propagação do
evangelho chegando a realizar três viagens missionárias (At 13.2,3).
2- Credenciais citadas na
apresentação. As cartas no período antigo começavam com o
nome e a credencial do autor, e era seguida com uma saudação ao
destinatário. No prefácio da carta
escrita aos romanos o apóstolo Paulo se apresenta com as seguintes credenciais:
servo e apóstolo (Rm 1.1).
Servo
(grego, doulos), corresponde a escravo ou serviçal de uma casa. Porém, o
apóstolo Paulo ao se identificar como servo, o mesmo queria descrever sua
relação com Jesus Cristo. Relação pactual em que Jesus controla e comanda o seu
povo.
Já
o termo apóstolo trata-se basicamente da defesa de Paulo ao seu chamado ministerial.
O real motivo de se apresentar como apóstolo à igreja em Roma está diretamente
ligado à ação de Satanás em tentar diminuir a autoridade apostólica de Paulo
perante a comunidade cristã.
Conhecendo a Igreja em Roma
Roma
no primeiro século tornou-se admirável e ao mesmo tempo moralmente degradável e
cheia de conflitos.
Nero
(governou Roma desde 13 de outubro de 54 a 9 de junho de 68) torna-se o grande
exemplo da desmoralização política de Roma. Dentre as atitudes deste imperador
romano está o extermínio de sua mãe e a forte perseguição aos cristãos.
Dessa maneira aclamando-se
publicamente como o principal inimigo de Deus, Nero foi conduzido em sua fúria
a assassinar os apóstolos. Relata-se, portanto, que Paulo foi decapitado em
Roma e que Pedro foi crucificado sob seu governo
(CESARÉIRA, p. 76).
1- Igreja notável pela fé
(Rm 1.8). O segundo parágrafo da Epístola é uma ação de graça (vv.
8-15). Em que Paulo inicia o parágrafo enfatizando a fé dos irmãos em Roma. A
fé notável pode estar diretamente associada com a permanência dos cristãos em
Cristo em meio a tantas perseguições e tribulações (Rm 5.3-5).
2- Igreja perseguida (Rm 1.11). Para
Paulo os dons espirituais outorgam consolo da parte de Deus. Os dons
espirituais são nove e são divididos em três grupos (1 Co 12.8-10).
2.1- Primeiro grupo, o de
revelação: sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos
espíritos. O consolo presente nestes dons corresponde com a Direção de Deus em
outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.
2.2- Segundo grupo, o de
poder: dom da fé, dons de curar e dons de operações de
maravilhas. O consolo presente nestes dons corresponde com a Ação de Deus em
outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.
2.3- Terceiro grupo, os de
elocução: profecia, variedade de línguas e interpretação de
línguas. O consolo presente nestes dons corresponde com a Voz de Deus em
outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.
Conhecendo o propósito e o tema da Carta
O
propósito da Epístola é notório na introdução (Rm 1.1-17), pedindo sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de
Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco (v. 10). Logo, o
propósito de Paulo ao escrever a Epístola era de ir a Roma. Porém, na escrita o
apóstolo registra sua mensagem que já era pregada a mais ou menos, vinte cinco
anos. Também na carta Paulo corrige alguns problemas da Igreja causados por
atitudes erradas dos judeus para com os gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9; 11.11-32).
O
tema da epístola é encontrado nos seguintes versículos: Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro
do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em
fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé (Rm 1.16,17).
Em
suma, a Epístola aos Romanos em seu tema central, define a doutrina da salvação
associada diretamente com o elo da salvação em especial a fé.
A
frase de fé em fé (Rm 1.17), significa fé do começo ao fim. Portanto, através
da escrita da carta Paulo queria consolar os cristãos a permanecerem firmes na
fé em meio às perseguições contra o Evangelho, sabendo que o cristão autêntico
não envergonha do Evangelho porque este é poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê.
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