A Carta aos
Hebreus e a Excelência de Cristo
A carta aos Hebreus
se caracteriza por começar como um tratado, dando continuidade como um sermão e
termina como uma epístola. A visão panorâmica da epístola poderá ser definida
em três divisões: Jesus é declarado como a plena revelação de
Deus à humanidade, Jesus o sumo sacerdote e por último, admoestações finais que
enfatizam a necessidade da perseverança dos crentes salvos em Jesus, para que
estes não retornem aos rudimentos antigos do judaísmo.
Portanto, a carta tem
como propósito fortalecer os irmãos perseguidos e aconselhá-los a permanecerem
firmes. A palavra chave de toda carta é melhor,
pois Jesus Cristo é melhor do que os anjos, palavra que se apresenta 13 vezes
na presente obra.
A presente lição tem
como objetivo geral: apresentar as
características da Carta aos Hebreus e a superioridade de Cristo. E como objetivos específicos: pontuar a autoria, o destinatário e o propósito da Carta
de Hebreus; expor a superioridade de Cristo em relação aos profetas; e, mostrar
a superioridade de Cristo em relação aos anjos.
I –
AUTORIA, DESTINATÁRIO E PROPÓSITO
1- Autoria.
2- Destinatário.
3- Propósito.
Comentário:
A grande pergunta que
se faz sobre a carta aos Hebreus corresponde à autoria: quem a escreveu?
Para a Igreja em
Alexandria a autoria da carta pertencia ao apóstolo Paulo. Porém, há elementos
na própria epístola que retira tal credenciamento, pois ao contrário às demais
cartas não há apresentação do autor, sendo que Paulo sempre se identificava.
Outro fator decisivo no que se pode afirmar que a carta não é de autoria do
apóstolo, se dá no fato em que Hebreus 2.3 o autor recebeu informações a
respeito da salvação através de servos de Cristo e não do próprio Senhor Jesus.
Já Tertuliano sugere
que Barnabé seja o autor, enquanto Martinho Lutero associa a autoria a Apolo, e
Adolf Harnack sugere a autoria a Priscila.
Portanto, não se sabe e não pode definir uma autoria sem as provas
necessárias, mas os
destinatários originais provavelmente sabiam quem escreveu a carta (Hb
13.18,22-24), mas não nos deixaram sugestão alguma (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p. 637).
Os destinatários eram
cristãos de Roma, sendo estes cristãos judeus, pois há grande ênfase a temas
judaicos, como: os anjos, Moisés, Josué, sacrifício, sacerdócio, concerto e
promessas.
Não
se sabe também exatamente quando a epístola foi, escrita, embora supor uma data
seja mais fácil do que presumir o autor. Se foi escrita para os judeus cristãos
em Roma, como geralmente é aceito, o fato de que a comunidade não havia sido
ainda chamada a enfrentar a morte por causa da fé sugere ser a carta datada de
antes da perseguição de Nero aos cristãos, que ocorreu no ano 64 depois de
Cristo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.
637).
II –
CRISTO – A PALAVRA SUPERIOR A DOS PROFETAS
1- A revelação profética e a Antiga Aliança.
2- A revelação profética e a Nova Aliança.
3- Cristo: a revelação final.
Comentário:
Os quatros primeiros
versículos da carta aos Hebreus são textos introdutórios. Sendo que nesta
introdução percebe-se o interesse de Deus para com os homens, a supremacia de
Cristo enumerada em sete grandes revelações e por fim, sendo Jesus mais
excelente dos que os anjos.
1- O interesse de Deus para com os homens. João 3.16 torna-se o versículo chave para saber que
Deus tem planos eternos para com os homens, porém este texto não é o único que
demonstra o amor de Deus para com a humanidade. Em Hebreus 1.1 nota-se que
havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho. As expressões
muitas vezes e muitas maneiras, descrevem o período histórico da Antiga Aliança
e as maneiras como Deus revelou a mensagem, sendo por meio de sonhos, sinais,
parábolas e profecias. Por fim, nos últimos dias Deus falou por meio do seu
Filho.
2- Supremacia de Jesus Cristo. Os versículos 2 e 3 apresentam setes revelações a
respeito de Cristo.
2.1- Cristo constituído herdeiro de Deus. Frase que corrobora a natureza divina de Jesus (Is
9.6,7; Mq 5.2).
2.2- Cristo por quem Deus fez o mundo. Parte do versículo que corrobora em ser Jesus o
criador de todas as coisas (Jo 1.3; Cl 1.16).
2.3- Cristo o resplendor da glória de Deus. Ou seja, Cristo a presença de Deus visível dos homens
(Jo 1.14).
2.4- Cristo a expressa imagem da pessoa de Deus. O que o autor
quer dizer é que em Jesus a natureza essencial de Deus é revelada para nós,
pois Cristo é a expressão exata do seu ser (RICHARDS,
p.291). No grego a expressão expressa imagem, corresponde com a imagem cunhada
em uma moeda, isto é, Jesus é o próprio Deus.
2.5- Cristo sustenta todas as coisas pela palavra do
seu poder. Jesus governa todo o universo
pela poderosa Palavra, assim como mantem e dirige todo o curso do universo pelo
poder da Palavra.
2.6- Cristo fez purificação dos nossos pecados. A glória da redenção
é muito maior do que a glória da criação: o Filho de Deus não veio para nos
ofuscar com Seu esplendor, mas para a purificação dos nossos pecados (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 638).
2.7- Cristo assentou-se à destra da Majestade, nas
alturas. Assentar a direita significa que
tomou um lugar de honra e de autoridade. Lugar de repouso por ter terminado o
trabalho.
III –
CRISTO – SUPERIOR AOS ANJOS
1- Cristo: superior em natureza e essência.
2- Cristo: superior em majestade e deidade.
Comentário:
Jesus mais excelente
do que os anjos, ou seja, Jesus possui posição mais elevada do que os anjos,
pois Ele é o criador de todas as coisas. Portanto, Jesus é o Criador e os anjos
são umas das obras do Criador.
A introdução da obra
se conclui com a exaltação do Senhor Jesus Cristo, feito
tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que
eles (v.4), retrato majestoso que fortalece o dramático convite em Hebreus 4.16
para que cheguemos com confiança ao trono da graça, à presença do Filho
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 638).
Jesus é superior aos
anjos, pois os anjos são filhos, enquanto Cristo é o Criador. A superioridade é
também notável no instante em que os anjos adoram o Senhor Jesus.
O termo anjo em seu
sentido literal corresponde com a ideia de ofício, isto é, anjo é um
mensageiro. Portanto, os anjos são seres criados por Deus. Logo,
os anjos não são eternos porque eles foram criados por Deus. Sendo que Jesus em
sua natureza é superior aos anjos, porque Ele é o criador dos anjos e de todas
as coisas. Em sua posição Jesus é superior, porque Ele é Deus e os anjos são
obras de sua criação.
Referência:
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo
comentário Bíblico Novo Testamento. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio
de Janeiro: CPAD, 2008.