Deus é Fiel

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sábado, 30 de dezembro de 2017

Subsídio da E.B.D: A Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo

A Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo
A carta aos Hebreus se caracteriza por começar como um tratado, dando continuidade como um sermão e termina como uma epístola. A visão panorâmica da epístola poderá ser definida em três divisões: Jesus é declarado como a plena revelação de Deus à humanidade, Jesus o sumo sacerdote e por último, admoestações finais que enfatizam a necessidade da perseverança dos crentes salvos em Jesus, para que estes não retornem aos rudimentos antigos do judaísmo.
Portanto, a carta tem como propósito fortalecer os irmãos perseguidos e aconselhá-los a permanecerem firmes. A palavra chave de toda carta é melhor, pois Jesus Cristo é melhor do que os anjos, palavra que se apresenta 13 vezes na presente obra.
A presente lição tem como objetivo geral: apresentar as características da Carta aos Hebreus e a superioridade de Cristo. E como objetivos específicos: pontuar a autoria, o destinatário e o propósito da Carta de Hebreus; expor a superioridade de Cristo em relação aos profetas; e, mostrar a superioridade de Cristo em relação aos anjos.
I – AUTORIA, DESTINATÁRIO E PROPÓSITO
1- Autoria.
2- Destinatário.
3- Propósito.
Comentário:
A grande pergunta que se faz sobre a carta aos Hebreus corresponde à autoria: quem a escreveu?
Para a Igreja em Alexandria a autoria da carta pertencia ao apóstolo Paulo. Porém, há elementos na própria epístola que retira tal credenciamento, pois ao contrário às demais cartas não há apresentação do autor, sendo que Paulo sempre se identificava. Outro fator decisivo no que se pode afirmar que a carta não é de autoria do apóstolo, se dá no fato em que Hebreus 2.3 o autor recebeu informações a respeito da salvação através de servos de Cristo e não do próprio Senhor Jesus.
Já Tertuliano sugere que Barnabé seja o autor, enquanto Martinho Lutero associa a autoria a Apolo, e Adolf Harnack sugere a autoria a Priscila.
Portanto, não se sabe e não pode definir uma autoria sem as provas necessárias, mas os destinatários originais provavelmente sabiam quem escreveu a carta (Hb 13.18,22-24), mas não nos deixaram sugestão alguma (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 637).
Os destinatários eram cristãos de Roma, sendo estes cristãos judeus, pois há grande ênfase a temas judaicos, como: os anjos, Moisés, Josué, sacrifício, sacerdócio, concerto e promessas.
Não se sabe também exatamente quando a epístola foi, escrita, embora supor uma data seja mais fácil do que presumir o autor. Se foi escrita para os judeus cristãos em Roma, como geralmente é aceito, o fato de que a comunidade não havia sido ainda chamada a enfrentar a morte por causa da fé sugere ser a carta datada de antes da perseguição de Nero aos cristãos, que ocorreu no ano 64 depois de Cristo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 637).
II – CRISTO – A PALAVRA SUPERIOR A DOS PROFETAS
1- A revelação profética e a Antiga Aliança.
2- A revelação profética e a Nova Aliança.
3- Cristo: a revelação final.
Comentário:
Os quatros primeiros versículos da carta aos Hebreus são textos introdutórios. Sendo que nesta introdução percebe-se o interesse de Deus para com os homens, a supremacia de Cristo enumerada em sete grandes revelações e por fim, sendo Jesus mais excelente dos que os anjos.
1- O interesse de Deus para com os homens. João 3.16 torna-se o versículo chave para saber que Deus tem planos eternos para com os homens, porém este texto não é o único que demonstra o amor de Deus para com a humanidade. Em Hebreus 1.1 nota-se que havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho. As expressões muitas vezes e muitas maneiras, descrevem o período histórico da Antiga Aliança e as maneiras como Deus revelou a mensagem, sendo por meio de sonhos, sinais, parábolas e profecias. Por fim, nos últimos dias Deus falou por meio do seu Filho.
2- Supremacia de Jesus Cristo. Os versículos 2 e 3 apresentam setes revelações a respeito de Cristo.
2.1- Cristo constituído herdeiro de Deus. Frase que corrobora a natureza divina de Jesus (Is 9.6,7; Mq 5.2).
2.2- Cristo por quem Deus fez o mundo. Parte do versículo que corrobora em ser Jesus o criador de todas as coisas (Jo 1.3; Cl 1.16).
2.3- Cristo o resplendor da glória de Deus. Ou seja, Cristo a presença de Deus visível dos homens (Jo 1.14).
2.4- Cristo a expressa imagem da pessoa de Deus. O que o autor quer dizer é que em Jesus a natureza essencial de Deus é revelada para nós, pois Cristo é a expressão exata do seu ser (RICHARDS, p.291). No grego a expressão expressa imagem, corresponde com a imagem cunhada em uma moeda, isto é, Jesus é o próprio Deus.
2.5- Cristo sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. Jesus governa todo o universo pela poderosa Palavra, assim como mantem e dirige todo o curso do universo pelo poder da Palavra.
2.6- Cristo fez purificação dos nossos pecados. A glória da redenção é muito maior do que a glória da criação: o Filho de Deus não veio para nos ofuscar com Seu esplendor, mas para a purificação dos nossos pecados (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 638).
2.7- Cristo assentou-se à destra da Majestade, nas alturas. Assentar a direita significa que tomou um lugar de honra e de autoridade. Lugar de repouso por ter terminado o trabalho.
III – CRISTO – SUPERIOR AOS ANJOS
1- Cristo: superior em natureza e essência.
2- Cristo: superior em majestade e deidade.
Comentário:
Jesus mais excelente do que os anjos, ou seja, Jesus possui posição mais elevada do que os anjos, pois Ele é o criador de todas as coisas. Portanto, Jesus é o Criador e os anjos são umas das obras do Criador.
A introdução da obra se conclui com a exaltação do Senhor Jesus Cristo, feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles (v.4), retrato majestoso que fortalece o dramático convite em Hebreus 4.16 para que cheguemos com confiança ao trono da graça, à presença do Filho (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 638).
Jesus é superior aos anjos, pois os anjos são filhos, enquanto Cristo é o Criador. A superioridade é também notável no instante em que os anjos adoram o Senhor Jesus.
O termo anjo em seu sentido literal corresponde com a ideia de ofício, isto é, anjo é um mensageiro. Portanto, os anjos são seres criados por Deus. Logo, os anjos não são eternos porque eles foram criados por Deus. Sendo que Jesus em sua natureza é superior aos anjos, porque Ele é o criador dos anjos e de todas as coisas. Em sua posição Jesus é superior, porque Ele é Deus e os anjos são obras de sua criação.
Referência:
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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