Não temas,
Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão
Texto: Depois destas coisas veio a palavra do
Senhor a Abrão em visão, dizendo: não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu
grandíssimo galardão (Gn 15.1).
Abraão é dos personagens da Bíblia que se destaca em
estudos e narrativas históricas, tanto em ministrações eclesiásticas como em
palestras seculares. Abraão é considerado e tido como referência para as três religiões
monoteístas.
Abraão vivenciou temores e conforme Gênesis 15,
temores por se sentir inseguro. Insegurança pela existência de inimigos e pela inexistência
de um sucessor. Mas, Deus tem muita forma para se comunicar com os teus filhos,
por meio de visão Deus encoraja o patriarca dizendo: não temas.
A multiforme comunicação
de Deus
Havendo
Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho (Hb 1.1). A expressão, muitas vezes e de muitas
maneiras, corrobora a multiforme comunicação divina referente a períodos da
história. Muitas vezes, se refere aos períodos da história; enquanto, muitas
maneiras, se referem aos métodos utilizados na comunicação: visitações, sonhos,
visões, sinais, parábolas e acontecimentos.
A palavra do Senhor em visão a Abrão serviu para consola-lo
mediante a insegurança. Deus e o patriarca ratificaram um pacto de sangue (Gn
15.7-21). Aliança que garantia compromisso em outorgar proteção um ao outro
diante as inúmeras ameaças dos inimigos. Quando Deus fala, Deus corrobora as
promessas e por meio da Sua palavra desperta os escolhidos, outorgando paz no
presente e esperança no futuro.
Abrão, homem
vocacionado por Deus
A vida do patriarca pode ser dividida didaticamente em
dois períodos: primeiro, quando era chamado de Abrão; e, segundo quando passou
a ser chamado de Abraão.
1-
Abrão. O nome Abrão tem como
significado pai da altura. O que adiantava ser conhecido pelo nome pai da
altura se o patriarca não tinha nenhum filho.
No primeiro período da vida do patriarca ocorrem dois
acontecimentos marcantes: o chamado de Deus a Abrão e a promessa de Deus para
com Abrão.
Deus chama Abrão quando este habitava a terra de Ur
dos caldeus (Gn 11.31). E lhe faz a seguinte promessa: e far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu
nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei
os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra
(Gn 12.2,3). No presente texto há três descrições claras da benção de Deus na
vida de Abrão caso ele obedecesse a Deus. A benção de Deus para com Abrão seria
multiplicativa, progressiva e abrangente.
Multiplicativa em se tratar que de Abraão surgiria uma
grande nação, isto é, de um indivíduo um povo. Também, por multiplicar inúmeras
bênçãos na vida do patriarca.
Progressiva por se tratar do reconhecimento da pessoa
de Abrão no decorrer da história.
E por fim, abrangente, pois não só à nação que
surgiria do patriarca que seria abençoada, mas também todas as famílias da
terra se tornariam abençoadas no patriarca Abrão.
2-
Abraão. O nome é mudado de Abrão, pai da
altura, para Abraão, pai duma multidão. Neste período da vida do patriarca
cumprisse a promessa do nascimento do filho (Gn 21.1-3).
Deus supre a caminhada. Tal afirmativa é notória na
vida de Abraão, pois o mesmo aos setenta e cinco anos era incompleto, em se
tratando, da ausência de um filho. Deus chama o patriarca. O patriarca obedece,
logo após vinte e cinco anos vem o resultado, o nascimento do filho da
promessa.
Não temas
Quando Deus disse a Abrão não temas, eu sou teu
escudo, o teu grandíssimo galardão, estava afirmando que o presente e o futuro
estar sobre o Seu controle.
1- O
temor do presente. No presente as
pessoas enfrentam dificuldades, fato que demonstra a incapacidade humana como
resultado do pecado.
O pecado abrange cinco esferas da convivência humana:
Esfera moral, sendo conceituado pela expressão errar o
alvo.
Esfera da conduta fraternal, convivência afetada pela
injustiça e pela violência.
Esfera da santidade, conceituada pelos termos: profano
e imundo.
Esfera da verdade, definida pelas palavras mentira e
engano.
Esfera da sabedoria, pela expressão ignorância e
desordem.
O presente vivenciado por Abrão lhe transmitia
insegurança, porém, Abrão seguia o Único e Verdadeiro Deus, que lhe outorgava segurança
e proteção ao afirmar, Eu Sou teu escudo.
2- O
temor do futuro. Além do presente o
futuro também desestrutura o indivíduo. O medo do amanhã, a preocupação com as
futuras gerações, a atual conjectura mundial e dentre outros, o processo
educacional, proporcionam medo. São inúmeras as razões que provocam temor no
que concerne o futuro, porém, o temor do patriarca se relacionava com a
inexistência de um descendente. Sendo assim, Deus consola o patriarca ao
afirmar: Eu Sou o teu grandíssimo galardão, isto é, Deus outorga recompensa
para os que são fiéis a Ele.
Abraão não ficou preso em um passado esquecido por
seus sucessores. Todavia, a experiência de vida de Abraão em conhecer e
obedecer ao chamado de Deus para a sua vida fez do mesmo um dos personagens
mais ilustre da história da humanidade. A importância do patriarca não está
limitada na escrita Bíblica, ganhou campo e dimensão gigantesca. Tal dimensão
foi conquistada pela obediência ao chamado e pela certeza da Palavra de Deus
por meio de visão: não temas, Abrão, eu
sou teu escudo, o teu grandíssimo galardão.