Paciência: evitando as
dissensões
A verdade prática afirma que a paciência, como fruto do Espírito, é um antídoto contra a
ansiedade e as dissensões.
A presente
lição trará instruções concernentes ao fruto do Espírito que corresponde com o
relacionamento do cristão com os outros, a paciência, fruto do Espírito que
proporciona ao indivíduo suportar a falta de amabilidade dos outros
para consigo; também estudará a
respeito da obra da carne que trata de atitudes impróprias para com o próximo, dissensões,
obra da carne que aprove pensamento faccioso.
A dissensão tem como objetivo provocar
separação na congregação.
I – PACIÊNCIA, ATO DE
RESISTÊNCIA À ANSIEDADE
Paciência no grego μακροθυμέω e
significa longanimidade, perseverança e firmeza.
Longanimidade define o indivíduo que tem como
qualidade grandeza de ânimo, indivíduo corajoso em meio às adversidades e que age
em favor de alguém, termo também relacionado com o ato de ser bondoso ou
generoso. Perseverança define o indivíduo persistente que tem constância nas
suas ações e não desiste diante das dificuldades. Firmeza é o termo apropriado
para caracterizar o indivíduo que não duvida dos princípios aprendidos e os
colocam em prática.
O Senhor não retarda a sua
promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não
querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se (2 Pe 3.9).
Deus não deixou de cumprir
nenhuma das suas promessas. Na verdade, o ritmo pausado que Ele adotou é
motivado pela paciência. Deus está esperando para estender a oportunidade aos
seres humanos, para que se arrependam (RICHARDES,
p.528).
A paciência deverá ser uma das virtudes que
caracteriza o cristão em meio às tribulações da vida, pois em Cristo deverá ser
lançada toda ansiedade, Ele tem cuidado da sua Igreja (1 Pe 5.7).
O profeta Naum escreveu “O Senhor
é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele” (Na 1.7). Já o monarca e sábio Salomão assim
expressou sobre o dia da angústia: “Se te mostrares
frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena” (Pv 24.10).
O dia angústia é desenrolado por notícias
indesejáveis. Assim ocorreu com o patriarca Jó, pois naquele dia só chegaram a
ele pessoas para lhe informar sobre as percas.
A provação do patriarca se resume na palavra
perca e elas foram:
A primeira perca foi a dos bens matérias: em questão de segundos o patriarca perdeu
toda riqueza.
Quinhentas juntas de bois e as quinhentas
jumentas foram tomadas pelos sabeus (notáveis por suas riquezas e por suas
mercadorias).
Sete mil ovelhas foram queimadas por fogo que
desceu do céu.
Três mil camelos foram tomados pelos caldeus.
Segunda perca foi a morte de seus filhos: antes que o terceiro mensageiro terminasse a
mensagem, o quarto já aproximava e transmitia a mais dolorosa de todas as más
notícias daquele dia: “a morte dos filhos”.
A terceira foi a perca da saúde: Jó foi ferido com uma chaga maligna da cabeça
aos pés.
A quarta perca foi a do incentivo da esposa: as palavras da esposa de Jó foram: amaldiçoa
a Deus e morre (Jó 2.9).
Em suma, o dia da angústia é o dia de percas.
Amaldiçoa a Deus e morre, estas
palavras da esposa de Jó indica que ela não tinha mais esperança, ou seja, ela
não acreditava na mudança da situação. Para ela o certo era que o seu esposo
morreria. Ele não resistiria à situação, pois o estado caótico estava se
agravando. Mas, o patriarca Jó pensava diferente “sei que
meu Redentor vive” (Jó 19.25). Para que o milagre ocorra é necessário que
haja confiança nas promessas de Deus.
A esperança de Jó era tão notável que ele
permaneceu íntegro ao Senhor mesmo com tantas percas. Pessoas que não são
firmes nas promessas em meio às tribulações se afastam de Jesus.
II – DISSENSÕES, RESULTADO
DA IMPACIÊNCIA
O termo dissensão no grego é διχοστασία e
significa divisão, ficar a parte, separado, ou seja: um estado
em que já se foi toda a comunhão, toda a comunidade e toda a fraternidade. É por
demais óbvio que semelhante estado é tragicamente comum entre os homens
(BARCLAY, p.54).
Barclay disserta que há dissensão: pessoal,
de classe, entre partidos, racial, teológica e eclesiástica.
A dissensão eclesiástica corresponde com
falta de comunhão entre os membros da congregação. A desunião não é apenas o maior problema da Igreja, mas também o maior pecado da
Igreja (BARCALY, p. 55).
Portanto, o cristão deverá evitar o
partidarismo, pois este quebra a unidade da Igreja e limita o desfrutar da
presença de Deus. E onde prevalece a dissensão não há vencedor, pois um reino
dividido não subsistirá (Mt 12.25).
III – PACIÊNCIA, PROVA DE
ESPIRITUALIDADE E MATURIDADE CRISTÃ
Tiago faz alusão da paciência presente na
atividade diária do agricultor. O trabalhador do campo espera a estação certa
para desenvolver as suas atividades. Assim também deve ser o cristão em não
desenvolver atitudes na hora errada. Com paciência o cristão passa a definir
escolhas corretas e ações corretas. Conforme o comentário da revista com
paciência às dificuldades, privações, inquietações, e o sofrimento serão
vencidos.
Em meio às provações não desanime, permaneça
firme na presença do Senhor.
Por fim, o crente que não
ora, não jejua e não medita na Palavra de Deus não pode alcançar a maturidade
cristã (LIÇÕES BÍBLICAS, p.45).
Referência:
BARCLAY,
William. As Obras da Carne e o Fruto do
Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
RICHARDS,
Lawence O. O Comentário Histórico-Cultural
do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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