Não temas descer o Egito porque lá farei de você uma
grande nação
E disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não
temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação (Gn 46,3).
Concernente ao texto há dois pontos históricos que
ocorreram anteriormente que merece bastante atenção dos leitores da Bíblia. O
primeiro corresponde com o anúncio ao patriarca Abraão em que seus descendentes
ficariam em uma terra estranha por um período de quatrocentos anos, antes mesmo
do nascimento de Isaque. Já o segundo, corresponde com o palmilhar de José até
o Egito, fato que corrobora com a profecia proferida ao patriarca Abraão.
Portanto, percebe-se também o propósito divino em
conduzir o povo de Israel para o Egito, para em uma terra estranha formar uma
grande nação.
Ao sair das terras de sua origem Abrão tinha 75 anos
(Gn 12.4), e ao ver o cumprimento da promessa o patriarca possuía 100 anos de
idade (Gn 21.5) fato que é corroborado com a seguinte descrição: quem tem promessa de Deus não morre sem que elas se cumpram. Assim de Abraão veio Isaque, e de Isaque veio Jacó, e
de Jacó os doze patriarcas que entram no Egito em um número de 75 pessoas (At
7.14). E saíram do Egito em um número de seiscentos mil homens, além de mulheres
e crianças (Êx 12.37).
O período em que o povo da promessa ficou no Egito é
marcado pela misericórdia de Deus. Pois, Deus atenta para os filhos de Israel
(Êx 2.25) e levanta um libertador o qual foi guardado por um ato milagroso e no
seu devido tempo é chamado para agir conforme a sua vontade.
Da mesma maneira ocorre nos dias atuais, Deus continua
agindo em prol do seu povo. As promessas de bênção ao serem prometidas são categoricamente
cumpridas, pois Deus é o mesmo e não mudou e nem mudará (Hb 13.8). A entrada
dos israelitas no Egito foi ato de Deus em proteger o seu povo, sendo assim
também a saída deste povo foi ato de Deus em cumprir as suas promessas e
proteger o seu povo.
Muitos questionam o agir de Deus, porém o que é
cabível a cada indivíduo é saber que Deus está no controle de todas as coisas,
e quando Deus tem um plano, Deus usa quem Ele quer, para abençoar os teus
servos.
O Egito não seria a morada permanente do povo de
Israel, seria uma passagem para que Deus ensinasse aos israelitas a dependerem
diretamente dEle. Porém, conforme o livro de Êxodo capítulo treze e versículo
dezoito, Deus guiou o povo de Israel pelo caminho do deserto para fazer deste
povo uma grande e extraordinária nação. A nação de Israel foi escolhida por
Deus por três motivos básicos:
Deus escolheu a Israel para mostrar a sua glória ao
mundo. O Egito era a grande potência da época, enquanto Israel era um povo
escravo.
Segundo, Deus escolheu a Israel para outorgar ao mundo
as Escrituras Sagradas.
E por terceiro, Deus escolheu Israel para entregar o
Salvador ao mundo. Por fim, no deserto é lugar de aprender a depender de Deus e
lugar em que se aprende a reconhecer os limites humanos.
Há momentos em que decisões difíceis são tomadas,
porém Deus encoraja aos Teus dizendo: não temas. No caso de Jacó, o Senhor
complementou a frase dizendo que no Egito faria de Israel uma grande nação. E que
acompanharia a Jacó, pois assim está escrito: Eu mesmo descerei ao Egito com você e certamente o trarei de volta. E a
mão de José fechará os seus olhos (Gn 46.4).
Deus prometeu estar com o Seu povo, mesmo em
uma terra estrangeira.
José porá a sua mão sobre os teus olhos. A vida
de Jacó estava próxima ao fim. Contudo, Deus prometeu a ele que, em leito de morte,
seu amado filho,
aquele que ele pensou que havia morrido, estaria com ele (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 108).
Abraão teve uma experiência desagradável no Egito,
Isaque foi proibido por Deus de descer ao Egito, porém ao patriarca Jacó, o
Senhor ordenou que este descesse ao Egito e corroborou que estaria com o
patriarca no Egito.
A presença do Senhor outorgaria benção aos israelitas
no Egito, por isso que na Nova Aliança o apóstolo Pedro expressa as seguintes
palavras: para quem iremos nós, se só o
Senhor tem palavra de vida eterna (Jo 6.68).
A presença de Deus outorga provimentos, proteção, cura
e no contexto histórico de Israel proporciona libertação.
Referência:
ALLEN,
Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Antigo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.