Mulher,
não chores
Texto: E vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima
compaixão por ela e disse-lhe: não chores (Lc 7.13).
O texto
relata a respeito da ressurreição do filho de uma viúva que habitava na cidade
de Naim, com localização a cerca de dez quilômetros de Nazaré. Atualmente esta cidade
é habitada por muçulmanos e continua sendo pequena e pobre. Três pontos se
destacam na narrativa histórica da viúva de Naim: primeiro ponto, a mulher era
viúva; segundo, o jovem era o seu único filho; e, terceiro, uma grande multidão
saia da cidade no cortejo fúnebre. Portanto, a narrativa se introduz com a chegada
de Jesus à cidade, e com Ele muitos dos seus discípulos e uma grande multidão.
Logo,
se percebe que ocorre a descrição de duas multidões, uma que entrava na cidade
e outra que saia da cidade. A liderada por Jesus correspondia com a multidão da
alegria, isto é, a caravana da vida, enquanto a liderada pela mulher se definia
pela tristeza e pela perca, ou seja, a caravana da morte.
A
caravana liderada pela viúva
A dor,
o desespero e a tristeza eram nítidos na caravana liderada pela viúva. Por costume
da época o corpo deveria ser enrolado em envoltório, feito de linho, a viúva
não poderia comer carne e nem beber vinho, e toda refeição deveria ser leve e
realizada na casa de um vizinho. Logo, se conclui que a viúva contratou
carpideiras e providenciou flautas para o cortejo fúnebre.
Em comparação
com o patriarca José, a caravana liderada pela viúva terminaria em uma cova em
que o seu único filho seria sepultado. Ao contrário, o patriarca forçadamente
tem em uma cova o início de sua trajetória, sendo que a caravana em que o mesmo
participa também se define em ser uma caravana de dor e de humilhação.
Porém,
o que se percebe em conformidade nos dois casos é que Deus tem em toda
circunstância um propósito e não há nada que ocorra sem ser por Deus permitido.
Uma cova tinha sido aberta para aquele jovem, Deus não livrou aquela viúva do
sofrimento momento da perca do único filho, mas da cova o livramento foi
outorgado para o júbilo da viúva. Da cova Deus tirou José e o conduziu em uma
caravana até o Egito, em seguida à casa de Potifar, de lá a prisão, porém da
prisão ao trono. O fim não se consuma na cova, mas da cova o melhor de Deus há
de acontecer.
Porém,
a caravana liderada pela viúva chorava.
A
caravana liderada por Jesus
Ao aproximar
da entrada da cidade Jesus visualizou uma viúva e teve íntima compaixão, e para
ela disse a seguinte frase: não chores.
Era aquele
o dia da angústia para a viúva, caracterizado negativamente por ser o dia de
perda (Jó) e de rejeição (José), mas que positivamente corresponde com o dia de
revelação de caráter e de fé. Em suma, o dia da angústia existe para que o nome
de Jesus Cristo seja glorificado.
Jesus
teve íntima compaixão da viúva, fato emocional que outorgou a palavra consoladora:
não chores; e a ação que mudaria o fim trágico em que se conformava a caravana
da morte, Jesus toca no esquife e ordena ao jovem que levante.
A porta
da cidade estava aberta para a saída da caravana da morte, em que um jovem
seria enterrado, esta era a lógica. Porém, Jesus ali estava e na presença do
Senhor as portas se abrem para a verdadeira prosperidade, para o milagre e para
a vida. Na presença de Jesus as enfermidades são expulsas, a morte se curva
diante de Sua glória para que vida seja outorgada aos que estão na sombra da
morte.
Portanto,
a caravana liderada por Jesus outorga vida e paz ao coração.
No dia
da angústia Jesus se manifesta para consolar, toca no esquife com o objetivo
inicial, paralisar a multidão, e com propósito final outorgar vida em
abundância. Em suma, Jesus está no controle de todas as coisas, portanto, não
chores.
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