O MUITO MAIS
ABUNDANTEMENTE DE DEUS PARA COM A FAMÍLIA
Texto: Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo
muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder
que em nós opera (Ef 3.20).
A família como instituição divina tem sofrido ataques
que objetivam a destruição da essência natural da perpetuação da sua
existência. Porém, Deus em sua bondade tem outorgado instruções, cumprido
promessas e solidificado os lares para que a alegria do Senhor ministre força e
vitória para os que creem.
O apóstolo Paulo
utiliza o termo περισσοϛ que tem como significado estar a mais, exceder,
ultrapassar em número ou em medida, resumidamente pode ser definido em ser mais
que o suficiente. Outros termos que podem definir a palavra abundantemente no Novo
Testamento são: deixar sobrar, superabundar, abundar ricamente, riqueza de
alguém, e ir além de certa medida.
O muito mais abundantemente de Deus é pós-estabelecido
ao dia da angústia e é o resultado das orações e dos pensamentos desenvolvidos
em Cristo Jesus.
O dia da
angústia
Pode ser descrito
como o dia em que se recebem as más notícias, que perde o que se agrada, ou dia
em que se é perseguido ou até mesmo o dia em que se passa na prisão.
Ao escrever sobre o
tema: quando a prisão é uma realidade. O apóstolo Paulo escreve a seguintes
cartas: Filipenses, Colossenses, Filemom e Efésios.
O propósito da
epístola aos Efésios torna-se notável no desejo do apóstolo Paulo em visualizar
a igreja sob o governo de Jesus ressurreto (2.20-22). A epístola é dividida em
duas partes.
Na primeira parte (cap.1-3), a ênfase paulina se foca
nas doutrinas centrais da fé cristã. O plano de Deus para a humanidade
(1.3-23), a salvação pela graça (2.1-22), na multiforme sabedoria de Deus em
vocacionar pessoas e na prática da oração (3.1-21). Sendo que na primeira parte
o apóstolo também defende o seu ministério apostólico (3.1-13).
Paulo se refere à Igreja como o Corpo de Cristo, e não
como uma igreja local específica. E, se as cartas aos Coríntios estão repletas
de problemas na congregação local, em Efésios essas alusões não aparecem de
modo algum (ALLEN; RADMACHER;HOUSE, p.501).
Já na segunda parte o
Paulo descreve como as verdades espirituais devem refletir na conduta cristã
(cap.4-6). A unidade da fé mediante a diversidade de dons (4.1-6), a nova vida
com Cristo (4.7-5.21), bom relacionamento com Jesus e com a família (5.22-6.9),
e por fim, a armadura espiritual do cristão (6.10-20).
No epílogo o apóstolo
Paulo revela o seu apreço pelo ministério desenvolvido por outros,
principalmente o de Tíquico e finda a mensagem escrita com as seguintes
palavras: a graça seja com todos os que
amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade. Amém (6.24). Sinceridade é
também traduzida por sem corrupção.
Portanto, o dia da angústia proporciona ao cristão ser
mais dependente de Deus. Orar antes é dependência, orar depois é gratidão, e
orar sempre é relacionamento, a presente frase descreve a importância da oração
em três palavras: dependência, gratidão e relacionamento. O dia da angústia
motiva o cristão a ser dependente de Deus. A vitória sobre os impasses do dia
angústia permite ao crente ser grato e a desenvolver um relacionamento sadio
para com Deus.
O abundantemente
de Deus é o resultado das orações
Na caminhada cristão
três práticas são mais do que necessárias: andar por fé (2 Co 5.7), amar (1 Jo
3.16), e orar sempre (1 Tes 5.17). A fé remove montanhas, já o amor remove
fronteiras, enquanto a oração move as mãos de Deus.
A oração de um justo
é poderosa e eficaz (Tg 5.16), porém há trancas que bloqueiam as orações feitas
a Deus, e cinco merece destaque:
Primeiramente há
orações que são bloqueadas por serem desenvolvidas por corações ambiciosos, pedis e não recebeis, porque pedis mal, para
o gastardes em vossos deleites (Tg 4.3).
Por segundo, orações
que são feitas por homens que maltratam o consorte. Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à
mulher... e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não
sejam impedidas as vossas orações (1 Pe 3.7).
Em terceiro, não são
atendidas por serem feitas por pessoas que menosprezam os pobres. Quem tapa o seu ouvido ao clamor do pobre,
também clamará e não será ouvido (Pv 21.13).
Já em quarto, quando
são feitas por pessoas que possuem amargura no coração por alguém. Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes
alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai que está no céu, vos
perdoe as vossas ofensas (Mc 11.25,26).
Por fim, quando se
ora sem fé. Peça-a, porém, com fé, não
duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e
agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa,
homem vacilante que é, e inconstante em todos os seus caminhos (Tg 1.6-8).
Entretanto, cinco
atitudes são necessárias para aqueles que buscam a presença de Deus em oração
para que recebam o muito mais abundantemente de Deus. São elas:
Orar com fé. Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em
oração, crendo que o recebereis, e tê-lo-eis (Mc 11.24).
Orar segundo a
vontade de Deus. E esta é a confiança que
temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve (1
Jo 5.14).
Orar em nome de Jesus. E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o
farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em
meu nome, eu a farei (Jo 14.13,14).
Orar enquanto jejua. E, havendo-lhes feito eleger anciãos em
cada igreja e orado com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido
(At 14.23).
Orar permanecendo em Jesus e na Palavra. Se vós estiverdes em me a as minhas palavras
estiverdes em vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito (Jo 15.7).
Palavra final
O muito mais abundantemente de Deus vai além do que
pedimos em oração e além do que imaginamos, pois há um poder que opera em cada
cristão. O poder que opera no cristão corresponde à ação do Espírito Santo de
Deus que permite a deliberação do perdão de Deus, assim como da ação
reconciliadora dos homens para com o próximo.
Referência:
ALLEN,
Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora
Central Gospel, 2013.
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