Superioridade
de Jesus em relação a Moisés
Nos dois primeiros
capítulos o autor salienta a superioridade de Jesus aos anjos, porém, no
capítulo três o escritor notifica aos leitores em Roma a superioridade de Jesus
a Moisés. O nome Moisés significa aquele que foi tirado. Já o nome Jesus
significa aquele que salva. Moisés foi vocacionado por Deus para liderar a
nação eleita à terra prometida, já Jesus encarnou-se para proporcionar salvação,
outorgando assim o repouso eterno.
Entretanto, a
presente lição tem como objetivo geral evidenciar a
superioridade de Jesus em relação ao legislador Moisés.
Para Gonçalves ao
relatar o contraste entre Jesus e Moisés percebe-se que:
O
objetivo é chamar a atenção dos leitores para a importância e a urgência da
mensagem cristã. Moisés era lembrado e reverenciado não apenas por ter sido um
grande legislador hebreu, mas também como um servo que se sacrificou em prol do
seu povo (p.39).
I –
UMA TAREFA SUPERIOR
1- Uma vocação superior.
2- Uma missão superior.
3- Uma mediação superior.
Comentário:
O ministério de
Moisés foi conduzido mediante a glória de Deus. No monte Sinai grande foi a
manifestação divina. E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera
sobre ele em fogo; e a sua fumaça subia como fumaça de um forno, e todo o monte
tremia grandemente (Êx 19.18).
Entretanto, Jesus não
subiu ao Sinai, mas ao Gólgota. No Sinai Deus se manifestou ao povo escolhido.
Portanto, no Gólgota Deus se revelou à humanidade.
Os israelitas por
terem uma missão centrípeta, isto é, em que as demais nações iriam a Israel,
foram beneficiados pela manifestação divina. Portanto, a Igreja por ter uma
missão centrífuga, isto é, tem como dever ir até as nações, também foram
beneficiados pela glória de Cristo, porém tendo esta glória como lugar
específico um ambiente de vergonha, ou seja, o Gólgota. Conclui-se
que o concerto estabelecido mediante a morte de Jesus é mais glorioso do que o
estabelecido no monte Sinai (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p. 642).
Moisés foi fiel em
toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de
anunciar (v. 5). Porém, quando o escritor da epístola fala sobre Jesus o
apresenta como Filho, isto é, o próprio Deus.
Portanto, há duas
coisas a se observar:
Primeira, a diferença
entre Jesus e Moisés. Moisés é apresentado como servo fiel, enquanto Jesus é
apresentado como Filho. Logo, se percebe a superioridade de Jesus a Moisés.
Segunda, Jesus e
Moisés foram introduzidos sobre casas diferentes. A casa na qual Moisés
representa corresponde com o concerto de Deus com o povo de Israel. Enquanto, a
casa na qual Jesus representa corresponde com a Igreja. O que indica
abrangência do ministério de Jesus ser superior ao de Moisés.
Portanto, se para os israelitas Moisés era um
exemplo de fidelidade, deveria os mesmos, retornarem para Deus e aceitarem a
superioridade de Jesus ao ministério de Moisés e a superioridade de Jesus a
Moisés. Porque Moisés conduziu o povo a um descanso terreno, enquanto Jesus
conduzirá a todos os que crerem ao repouso eterno.
II –
UMA AUTORIDADE SUPERIOR
1- Construtor, não apenas administrador.
2- O perigo de ver, mas não crer.
3- O perigo de começar, mas não terminar.
Comentário:
Moisés foi o legislador
da casa de Israel e exerceu a liderança espiritual, jurídica e econômica do
povo, em suma, Moisés foi o mordomo do povo de Deus no deserto. Em contra
partida, Jesus é o construtor da aliança, o Criador do edifício. Porém, tanto
nos dias de Moisés como nos dias atuais percebe-se que muitos não conseguiram e
nem consegue crer, mesmo que contemplaram e contemple o agir de Deus, e também não
conseguiram terminar, mesmo que iniciaram a jornada.
As obras de Deus nos
dias de Moisés foram demonstrações exclusivas da autoridade divina, objetivando
o fortalecimento dos israelitas. Entende-se que Moisés mediante a graça divina
foi um vaso usado, para que o mar Vermelho se abrisse, água fluísse da rocha e maná
fosse outorgado durante a estadia no deserto.
Já o Senhor Jesus no
uso das atribuições outorgadas a Ele como Messias exerceu autoridade:
No perdoar pecados –
autoridade divina.
No curar as pessoas –
autoridade sobre as enfermidades.
No expulsar demônios
– autoridade sobre o mundo espiritual.
No acalmar o vento –
autoridade sobre a natureza.
E em possuir a chave
do inferno e da morte – autoridade sobre a morte e o inferno.
Logo, o Senhor Jesus
outorga mediante a sua morte na cruz a salvação para todos os que nEle crer, em
suma, não há autoridade maior do que esta.
III –
UM DISCURSO SUPERIOR
1- O perigo de ouvir, mas não atender.
2- A humilhação do servo.
3- O exemplo a ser seguido.
Comentário:
Três palavras podem categoricamente
explicar o presente tópico: desobediência, humildade e exemplo.
A desobediência
retira das pessoas o direito da permanência: Adão não permaneceu no Jardim do
Éden porque foi desobediente. A desobediência retira das pessoas o direito da
conquista: muitos dos israelitas que saíram do Egito não entraram na Terra
Prometida porque não obedeceram a Palavra de Deus.
Já a humildade no
ouvir outorga a permanência e a conquista. Josué permaneceu na lista dos que
entraria na Terra Prometida assim como conquistou a terra.
Por fim, descrever
Jesus como o exemplo é entendermos que devemos imitá-lo e segui-lo, e como
aconselhou o apóstolo Paulo sermos o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato,
no amor, no espírito, na fé, na pureza (1 Tm 4.12).
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo
comentário Bíblico Novo Testamento. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
GONÇALVES, José. A
supremacia de Cristo: fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. Rio de
Janeiro: CPAD, 2017.
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