Cristo é
Superior a Arão e à Ordem Levítica
A presente lição tem
como objetivo geral pontuar o sacerdócio do Senhor Jesus como
superior à ordem levítica e que, por isso, Ele teve autoridade para inaugurar
uma nova ordem.
A missão do sacerdote
era mediar à relação entre o homem e Deus. Ou seja, tinha como missão levar o
homem até Deus por meio de sacrifícios e pela oração intercessora. Jesus em seu
ministério foi Sacerdote perfeito, pois por meio da sua morte foi o próprio
sacrifício oferecido ao Pai para a salvação de todos os que creem.
Na historiografia
Bíblica percebe-se que no AT existiam divisões concernentes às funções
sacerdotais, que eram distribuídas entre, o sumo sacerdote, os sacerdotes e os
levitas. Outro fator também determinante para compreender as distribuições das
funções dos descentes de Levi é necessário citar os nomes dos filhos deste
patriarca: Gérson, Coate e Merari (Êx 6.16).
Os da família de
Gérson ficaram com a responsabilidade de cuidarem e trabalharem com os
elementos do tabernáculo (Nm 3.22-26). Já os descendentes de Merari com os
elementos estruturais como, tábuas, varais, colunas, bases, estacas, cordas, ou
seja, com os utensílios do Tabernáculo (Nm 3.38-39). Enquanto, os descendentes
de Coate ficaram com as tarefas mais importantes que diretamente estavam
associadas com a liderança.
Aos 30 anos de idade
os levitas davam início às suas obrigações que eram manuais e as encerravam aos
50 anos (Nm 4.3). Portanto, todos os sacerdotes
eram levitas. Porém, nem todos os levitas eram sacerdotes. As obrigações
menores, algumas vezes até manuais, como limpeza, arranjo e arrumação no
templo, cabiam aos levitas não-sacerdotais (CHAMPLIN, p.17).
Enquanto, os
sacerdotes eram responsáveis por desenvolverem as seguintes atividades:
sacrifícios (Lv 1-6), e cuidarem das questões concernentes aos alimentos
próprios e impróprios (Lv 13-14).
Já o
sumo sacerdote estava encarregado de certos deveres especiais, que só ele podia
cumprir, como oficial no dia da expiação, entrando no Santo dos Santos com esse
propósito, e servir de principal oráculo do sacerdócio (CHAMPLIN, p.18).
I –
UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO
1- Por representar melhor os homens diante de Deus.
2- Por compreender melhor a condição humana.
3- Pela posição que exerceu.
Comentário:
A superioridade do
sacerdócio de Cristo torna-se nítido na doutrina da encarnação, pois Jesus
Cristo se fez carne e habitou entre os homens, se fazendo homem para morrer
pelos homens. Logo, se percebe que Jesus representa melhor os homens diante de
Deus.
Sobre encarnação é
necessário saber que:
Deu-se
a encarnação quando a Segunda Pessoa da Trindade tomou a nossa forma e
substância para executar o plano redentivo de Deus (Jo 1.12). O processo, que
se constitue no maior mistério das Sagradas Escrituras, em nada lhe alterou a
divindade.
Jesus é
o verdadeiro homem e o verdadeiro Deus.
A encarnação
constitui-se no segundo pilar da história sagrada. O primeiro é o êxodo dos
filhos de Israel. Sem este mistério, não poderia haver Evangelho (ANDRADE,
p.113).
Ao se tornar homem
Jesus compreendeu melhor a condição humana para exercer a compaixão, do grego
metripatheia, isto é, moderar nas paixões, ser gentil e compassivo.
II –
UM SACERRDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO
1- Pela realeza e o propósito pelo qual viveu.
2- Pela vida santa que possuía.
3- Pela submissão que demonstrou.
Comentário:
Com base nos escritos
da Carta aos Hebreus nota-se a superioridade do sacerdócio de Cristo pelos
seguintes pontos:
a) Os sacerdotes da
Antiga Aliança entravam no tabernáculo terreno, sombra do tabernáculo
celestial, enquanto Jesus entrou nos céus, no verdadeiro Santo dos Santos (Hb
4.14).
b) Os sacerdotes da
Antiga Aliança ofereciam um sacrifício que se repetia a cada ano, isto é,
sacrifício que não era eficaz. Já Jesus ofereceu a si mesmo como sacrifício,
sendo este verdadeiro e eficaz (Hb 7.27; 9.23,28).
c) Logo, o sacrifício
de Jesus tornou-se o melhor de todos, por finalizar os sacrifícios (Hb
9.13-10.18). Por fim, Jesus torna mediador de um pacto novo e maior que o
antigo (Hb 8.6).
III –
UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÃNCIA TEOLÓGICA
1- Uma doutrina transcendente.
2- Uma doutrina essencial.
Comentário:
A doutrina do
sacerdócio do Senhor Jesus é fundamental para o crescimento espiritual dos
cristãos, porém esta requer maturidade cristã que é o resultado da meditação na
Palavra do Senhor. Sem a mediação da Palavra do Senhor escolhas erradas podem
ser tomadas e como consequências transtornos poderão se efetuar.
Por fim, os
sacerdotes eram líderes, portanto os líderes na atualidade deverão se espelhar
em Jesus como o Sumo Sacerdote, maior líder de todos os tempos, pois o sumo
sacerdote concentrava nas pessoas (é constituído em favor dos homens nas coisas
concernentes a Deus – Hb 5.1), eram compassivo com os fracos e ignorantes (Hb
5.2), estavam em prontidão para enfrentar o pecado (Hb 5.3), e não autonomeava,
mas eram vocacionado por Deus (Hb 5.4). Portanto, sendo Jesus o Sumo Sacerdote
é necessário que os cristãos mantenham firme a confissão, porque Jesus pode
compadecer das fraquezas dos homens e outorgar satisfação espiritual.
Referência:
ANDRADE, Claudionor
Corrêa. Dicionário Teológico, com
definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia
de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 6. São Paulo: Hagnos, 2014.
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