Gideão, varão valoroso
Texto: Então o anjo do Senhor lhe apareceu, e lhe
disse: O Senhor é contigo, homem valoroso (Jz 6.12).
O nome Gideão vem do
hebraico e significa lenhador ou guerreiro, sendo que a primeira definição se
associa ao período em que o juiz Gideão era apenas um agricultor, e não tinha o
preparo necessário para a guerra. Porém, a segunda definição se associa com o
período em que Gideão liderou os israelitas, outorgando vitória contra os
midianitas.
Este foi o quinto dos
juízes de Israel e deixou a sua marca na galeria dos heróis da fé,
primeiramente por ser chamado diretamente por Deus e por segundo, com apenas
300 homens conduzir o triunfo para os israelitas diante dos midianitas (Jz
7.19). O período dos juízes tem como marco inicial a morte de Josué e abrange
cerca de 300 anos encerrando no fim do governo de Samuel. A narrativa do
período dos juízes encontra se no sexto livro da Bíblia, o de Juízes e também
nas narrativas iniciais de 1º Samuel.
O período dos juízes
é anterior ao dos reis (Jz 17.6), pois naqueles dias não havia rei em Israel e
cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos. Os juízes mais conhecidos
são: Débora, Gideão, Jefté e Sansão. Neste período o tema é: o povo serve a
outros deuses, Deus entrega o povo a outros povos, o povo vota para Deus e Deus
suscita um Juiz.
1- O povo serve a outros deuses. No período anterior mesmo sendo o momento histórico
conhecido como o da conquista de Canaã os israelitas não conseguiram eliminar
os seus inimigos e com isto tiveram que conviver com os cananeus, filisteus e
demais povos pagãos. Tais povos não requeriam dos israelitas o abandono de
Deus, porém influenciavam os israelitas a práticas politeístas e como
consequência a nação eleita deixava de servir a Deus e serviam a Baal e a
Astarote (Jz 2.13). Baal era o principal deus adorado pelos cananeus, era
considerado o deus da fertilidade, da chuva e da vegetação, enquanto Astarote
era a deusa da guerra e da fertilidade e mulher de Baal. O culto a Baal
envolvia o sacrifício de crianças (2 Re 21.3-6).
2- Deus entrega o povo a outros povos. A primeira opressão foi de oito anos cuja submissão
foi aos mesopotâmios (Jz 3.7-11). Já a segunda submissão foi de dezoito anos e
aos moabitas (Jz 3.12-21), em seguida de vinte anos aos cananeus (Jz 4-5), em
seguida por sete anos pelos midianitas (Jz 6.1-10.15) e a quinta opressão a
Israel foi por parte dos amonitas e filisteus (Jz 10-12). Este último povo só
foi vencido nos dias de Davi.
3- O povo volta para Deus. A prática do pecado de idolatria conduzia os
israelitas à opressão seguida de tristeza e dor. Em tal situação a nação
israelita gemia (Jz 2.18). O povo de Israel voltava para Deus por vivenciar o
caos de ser submetidos por nações adjacentes. Em meio as aflições os israelitas
clamavam a Deus e se arrependiam da apostasia (Jz 2. 15,18).
4- Deus suscita um Juiz. O juiz era escolhido por Deus, qualificado por meio
da vocação mediante o poder da presença de Deus em seu ministério (Jz 2.18,
6.16), possuía autoridade em sua missão (Jz 6.14), e além de tudo era
sobrenaturalmente revestido de poder do Espírito Santo de Deus (Jz 3.10).
Entretanto, com
Gideão se aprende que nem toda perca é sinônimo de derrota. Pois, ao todo na
sua liderança se encontravam trinta e dois mil homens que passaram pela análise
da peneira da coragem, sendo que nesta peneira foram eliminados vinte e dois
mil por serem covardes, logo ficaram dez mil soldados (Jz 7.3). A segunda
peneira foi realizada com dez mil homens, sendo esta conhecida como a peneira
da sabedoria, e apenas trezentos homens obtiveram o sucesso, pois, o restante
do povo era ingênuo.
Gideão é definido
como varão valoroso que se torna visível em duas virtudes: coragem e sabedoria.
Coragem para enfrentar os obstáculos, os inimigos e continuar prosseguindo em
frente. E sabedoria para saber conduzir os liderados conforme os princípios
Bíblicos, fato notável quando Gideão destrói o altar de Baal e derruba o bosque
que era usado como lugar de adoração pagã a Baal.
Por fim, Deus pode
fazer muita coisa contando com bem pouco, podendo obter vitórias inesperadas
(CHAMPLIN, p.903).
Referência:
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia
de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 2. São Paulo: Hagnos,
2014.
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