Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande
multidão, pois a peleja não é vossa, senão de Deus
Texto: E Jaaziel
disse: Dai ouvidos todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei
Josafá. Assim o Senhor vos diz: Não temais, nem vos assusteis por causa desta
grande multidão, pois a peleja não é vossa, senão de Deus (2 Cr 20.15).
Uma grande multidão
proveniente de Moabe, e de Amom, juntamente com outros amonitas se juntaram
contra Josafá. A aliança destes contra o rei de Judá proporcionou ao monarca
maior aproximação para com Deus. Pois, ao ficar sabendo da ameaça, a Deus
clamou, reconhecendo a soberania divina, confiando nas promessas e também em
reconhecer as limitações humanas. É necessário compreender que a vida de Josafá
permite aos cristãos do século XXI a aproximação para com Deus por meio do
exemplo deste monarca.
Panorama
da vida de Josafá
O nome Josafá tem
como significado Jeová julgou. Foi o quarto rei de Judá, filho do rei Asa, o
sexto da linhagem de Davi, iniciou o governo com 35 anos de idade e governou
por 25 anos, teve os profetas Elias e Eliseu como contemporâneos.
Eis alguns destaques
inspiradores de Josafá para com a geração dos dias atuais:
1- Governou por três anos em substituição ao seu pai. Os três primeiros anos de governo de Josafá foram em
substituição ao rei Asa que estava enfermo. A lição para as gerações da
modernidade se resume no compreender que é necessário ficar ao lado dos pais,
principalmente quando eles precisam de auxílio.
2- Selecionou mestres. Escolheu mestres, dentre os sacerdotes e os levitas,
e os enviou para que instruíssem ao povo, nas cidades de Judá. O propósito
disso foi levar os judaítas a aderirem aos ensinamentos da lei (2 Cr 17.7-9).
(CHAMPLIN, p.589). Aprende-se com Josafá que é necessário posicionar ao lado de
pessoas que buscam a face do Senhor, neste caso foram selecionados os
sacerdotes e os levitas.
Os levitas eram os
descendentes de Levi que se destacaram no episódio do bezerro de ouro ao não se
comprometerem na profanação, por levantarem e agirem contra os idólatras (Êx
6.25;32.26;32.28). Porém, com o passar do tempo os levitas se focaram em duas atividades:
o sacerdócio que pertencia à família de Arão e os demais levitas que ficaram
com a missão de auxiliarem os sacerdotes.
Já a missão principal
do sacerdote era possibilitar a relação entre o homem e Deus. Ou seja, tinha
como missão levar o homem até Deus por meio de sacrifícios e pela oração
intercessora. Jesus em seu ministério foi Sacerdote perfeito, pois por meio da
sua morte, Ele Jesus foi o próprio sacrifício oferecido ao Pai para a salvação
de todos os que creem.
Resposta
para com a oração feita
Há três pontos
importantes para serem observados em 2 Crônicas 20, são eles: a oração de
Josafá, a resposta verbal da parte de Deus, e o agir de Deus em destruir os
inimigos de Judá.
1- Oração de Josafá (2 Cr 20.5-12). A oração de Josafá apresenta três elementos
necessários na vida daquele que ora a Deus: primeiro, aquele que fala com Deus
deverá reconhecer a soberania divina; segundo, deverá confiar no agir de Deus;
e por terceiro, deverá reconhecer as suas próprias limitações.
1.1- Reconhecimento da soberania de Deus. Josafá apresenta o seu reconhecimento para com a
soberania divina em primeiro citá-lo como Deus dos patriarcas da nação Judaica.
Em segundo, reconhece que todos os reinos estão sobre o domínio de Deus. Por
fim, em saber que nas mãos do Senhor há força e poder e ninguém poderá resistir
o agir de Deus.
1.2- Confiança. Josafá compreendia o valor espiritual que a casa do Senhor outorgava
para com os judeus, pois o monarca apresenta as seguintes necessidades: espada,
juízo, peste ou fome; e ao mesmo tempo descreve, pois o teu nome está nesta
casa; e clamaremos a ti na nossa angústia, e tu nos ouvirás e livrarás (2 Cr
20.9). A confiança é necessária para todos os que se apresentam diante de Deus.
A confiança cristã não poderá se estabelecer em coisas ou em pessoas, mas sim
em Deus, que é fiel para cumprir o que prometeu.
1.3- Reconhecimento das limitações humanas. Em nós não há força e não sabemos o que faremos
(v.12), são duas ratificações que correspondem com as limitações do rei de Judá
e de todos os seus judeus diante do exército inimigo. Quando os seres humanos
reconhecem os seus próprios limites, permitem que Deus trabalhe com eficiência
e eficácia.
2- Deus usa a Jaaziel. Jaaziel é usado para dizer ao rei e a todo o povo de
Judá que não deveriam temer a multidão, pois a peleja era de Deus, e também
para que a nação de Judá compreendesse que o Senhor estaria com eles (v.17). A
fala divina outorga alimento que nutre a confiança, principalmente quando Deus
ratifica que a peleja pertence a Ele.
3- O agir de Deus em livrar a Judá. Após ouvir a voz de Deus o rei e todo o Judá adoraram
ao Senhor. A adoração é necessária para que o indivíduo contemple o agir de
Deus, pois quando o cristão adora, Deus por meio do seu agir ministra o
livramento para com o seu povo.
A multidão não
causará o fim daqueles que possuem a promessa de Deus, pois quando o inimigo
levanta contra os que pertencem ao Senhor, terão que pelejar contra Deus, pois
a Deus pertence à peleja e de pé os filhos de Deus presenciarão a vitória sobre
os inimigos, portanto, em qualquer circunstância não temas.
Referência:
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia
de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 3. São Paulo:
Hagnos, 2014.
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