Jesus –
Sumo Sacerdote de uma ordem superior
A presente lição tem
como objetivo geral apresentar a tipologia do sacerdócio de
Melquisedeque com relação a Jesus Cristo, expressando a verdade de que nosso
Senhor possui um sacerdócio imutável, perfeito e eterno.
Portanto, a lição é
deslindada em três tópicos para a real compreensão do objetivo geral e objetivos
específicos: primeiramente trata do quanto ao aspecto de sua tipologia, já o
segundo corresponde com o quanto ao aspecto de sua natureza e por terceiro
quanto ao aspecto de seus atributos.
I –
QUANTO AO ASPECTO DE SUA TIPLOGIA
1- Um sacerdócio com realeza.
2- Um sacerdócio firmado na justiça.
3- Um sacerdócio com legitimidade divina.
Comentário:
Tipologia pode ser
definida como a classe de metáfora que não consiste meramente
em palavras, mas em fatos, pessoas ou objetos no porvir. Estas figuras são
numerosas e chamam-se na Escritura sombra dos bens vindouros, e se encontram,
portanto, no Antigo Testamento (LUND & NELSON, p. 79).
Lund e Nelson
acrescentam ainda:
Sobretudo
a carta aos Hebreus faz referência aos tipos do Antigo Testamento, como, por
exemplo, ao sumo sacerdote que prefigurava a Jesus: aos sacrifícios que
prefiguravam o sacrifício de Cristo; ao santuário do templo que prefigurava o
céu, etc (Hb 9.11-28;10.6-10) – (p.80).
Logo, o próprio nome
de Melquisedeque já define a tipologia do Messias ao qual ele representava,
pois o nome Melquisedeque significa rei de justiça e rei de paz. Para os judeus
o Messias teria a junção das funções de rei e de sacerdote, funções presentes
na pessoa de Melquisedeque o tipo do Messias.
Um rei segundo os
moldes da política deverá possuir legitimidade, legalidade e reconhecimento.
Ainda para a ciência política a legitimidade se transcorre pela sequência da
religião, da racionalidade e também pelo estado de bem-estar (ou ordem). Porém,
a legitimidade da tipologia apresentada pelo escritor se notabiliza na realeza
e na justiça divina de Jesus, por ser sem pai e sem mãe. Sendo assim Jesus não
precisava de uma genealogia para ratificar a sua legitimidade sacerdotal.
II –
QUANTO AO ASPECTO DE SUA NATUREZA
1- Um sacerdócio perfeito.
2- Um sacerdócio imutável.
3- Um sacerdócio eterno.
Comentário:
O presente tópico
destaca três versículos do capítulo 7 que são 11, 12 e 16, tendo como palavras
chaves: perfeito, imutável e eterno. Ou seja, o sacerdócio de Cristo é superior
por ser um sacerdócio perfeito, imutável e eterno. A superioridade
do sacerdócio de Cristo está também evidenciada pela palavra empenhada por Deus
(juramento) de que Ele é para sempre. O sistema levítico não teve tal garantia (GONÇALVES, p.74).
A imperfeição do sacerdócio
da Antiga Aliança era nítida por ser incapaz de resolver o problema da culpa e
ao mesmo tempo por não poder perdoar conforme a exigência da santidade divina. Já
na Nova Aliança o ministério sacerdotal de Jesus é perfeito, pois retira a
culpa, justificando o indivíduo e o santifica, tornando-o consagrado ao Senhor.
Houve mudança de
sacerdócio, pois o sacerdócio do Antigo Testamento era mutável, enquanto o
sacerdócio do Senhor Jesus Cristo é imutável e também é eterno. Uma mudança de
sacerdócio proporciona a manifestação do desequilíbrio do sistema, fato que
autenticamente conduzirá na mudança da jurisdição e da maneira em que se desenvolve
o sacrifício. O sacrifício da culpa era anual, já na Nova Aliança um único
sacrifício foi necessário, logo houve mudança da forma em que a jurisdição era
desenvolvida, assim como a alteração na concepção do sacrifício. A Lei tornou-se antiquada, e sua substituição tornou-se
necessária porque jamais pôde chegar ao alvo tencionado por Deus. Em Cristo,
esse alvo havia sido alcançado, e essa é a razão de nossa esperança
(GONÇALVES, p.74).
III –
QUANDO AO ASPECTO DE SEUS ATRIBUTOS
1- Um sacerdote santo.
2- Um sacerdote inculpável.
3- Um sacerdote imaculado.
Comentário:
Atributos são
particularidades que descrevem as qualidades de alguém, conforme a definição
percebe-se no versículo 26 alguns atributos referentes ao sacerdócio do Senhor
Jesus Cristo: santo, imaculado, inocente, separado dos pecadores e feito mais sublime
do que os céus.
Santo, que Ele é
separado, piedoso e misericordioso. Inocente, Aqui a
ideia é de alguém que não tem maldade. A sua santidade não é apenas externa,
mas também interna. Ele é santo por dentro e por fora (GONÇALVES, p.75). Imaculado, a ideia
aqui é extraída dos princípios exigidos na consagração dos sacerdotes. O sacerdote
na antiga aliança não poderia ter defeito corporal algum. O autor mostra que
Jesus possui um caráter imaculado. O seu sentido vai muito além da pureza
ritual, mostrando a natureza ética do sacerdócio de Jesus (GONÇALVES, p.75).
Para concluir é
necessário compreender que a ordem de Melquisedeque se resume nas seguintes
descrições:
Melquisedeque era
sacerdote e rei (Gn 14.18). Na há registro sobre a origem de Melquisedeque. Portanto,
Jesus é sacerdote e rei de Jerusalém (Is 11,5) e não tem origem e nem fim, pois
Ele é eterno (Jo 1.1).
Os sacerdotes eram
líderes, portanto os líderes na atualidade deverão se espelhar em Jesus como o
Sumo Sacerdote, maior líder de todos os tempos, pois o sumo sacerdote
concentrava nas pessoas (é constituído em favor dos homens nas coisas
concernentes a Deus – Hb 5.1), eram compassivo com os fracos e ignorantes (Hb
5.2), estavam em prontidão para enfrentar o pecado (Hb 5.3), e não autonomeava,
mas eram vocacionado por Deus (Hb 5.4). Portanto, sendo Jesus o Sumo Sacerdote
é necessário que os cristãos mantenham firme a confissão, porque Jesus pode
compadecer das fraquezas dos homens e outorgar satisfação espiritual.
Referência:
LUND. E. NELSON. P.C. Hermenêutica. São Paulo: Vida, 2001.
GONÇALVES, José. A
supremacia de Cristo: fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. Rio de
Janeiro: CPAD, 2017.
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