Ética Cristã e Doação de Órgãos
A presente lição tem
como objetivo geral mostrar que a doação de órgãos está
fundamentada na doutrina do amor cristão. O versículo
apresentado no Texto Áureo é nítido em expressar o dever do cristão em outorgar
a vida pelos irmãos.
Há três dimensões para compreender a ação do
amor.
Dimensão
vertical, amor a Deus. O amor a Deus por parte do homem deve ser exclusivo
(Mt 6.24), alicerçado na gratidão (Lc 7.42), obediente (Jo 14.15) e
comunicativo (BARCLAY, 2010, p. 74).
Dimensão
horizontal, amor ao próximo. O amor ao próximo é
definitivamente expressado pelo fruto do Espírito.
Dimensão interior, amor a si mesmo. O
indivíduo só poderá amar a Deus se amar a si mesmo. Da mesma forma o indivíduo
só amará o próximo se a amar a si mesmo.
I – DOAÇÃO
DE ÓRGÃOS CONCEITO GERAL
1- Definição de transplante.
2- O conceito de doação na Bíblia.
3- A doação de si mesmo: pertencemos a Deus.
Comentário:
O presente tópico tem
como objetivo específico explicar o
conceito geral de doação de órgãos.
A doação de órgãos
corresponde com o avanço direto da medicina, fato notável que tem outorgado
inúmeros benefícios, porém deverá ser analisado com cautela, principalmente
quando corresponde com a eliminação de embriões para o desenvolvimento de
células-tronco embrionárias, pois o princípio ético cristão associa a doação
pelo outro, em que ambos sejamos beneficiados, um pelo ato de doar e presenciar
o receptor beneficiado pelo órgão outorgado, e não poderá ser vista pela
eliminação de um para a existência do outro.
[...]
A excelência da doação repousa na disposição de renunciar e até de se
sacrificar e sofrer com base no amor pelos outros (Rm 5.8). Doar ao necessitado
é uma forma de colocar a fé em prática (Tg 2.14-17). E ainda, a reciprocidade
está presente no gesto de doar. Foi o Senhor Jesus que assegurou: “Dai, e
ser-vos-á dado” (Lc 6.38a). (BAPTISTA,
p. 82).
Conforme o fragmento
citado a excelência da doação se notabiliza:
Na renuncia, no
sacrifício, na prática da fé e na reciprocidade. Na renúncia dos próprios
interesses para o bem está do outro. No sacrifício em doar para o bem do
próximo. Já na prática da fé corresponde com o fazer a doação por acreditar no
agir de Deus. E por fim, é um ato de reciprocidade, pois se recebe, logo é
necessário que outorgue.
[...]
Doar é um gesto de amor, solidariedade e empatia (BAPTISTA,
p. 83).
II –
EXEMPLOS DE DOAÇÃO NA BÍBLIA
1- O exemplo dos gálatas.
2- O desprendimento de Paulo.
3- A doação suprema de Cristo.
Comentário:
Já o segundo tópico tem
como objetivo específico mencionar os
exemplos de doação na Bíblia.
João Calvino associa
Gálatas 4.15 ao amor da Igreja para com o pastor local, descrição que
corresponde a uma ação que vai além do respeito.
[...]
Paulo já falara sobre o respeito que os gálatas lhe demonstraram e agora fala sobre
o amor deles. Estarem dispostos a arrancar os próprios olhos, se necessário
fosse, era uma evidência de amor extraordinário, um amor mais forte do que a
disposição de desistir da própria vida (CALVINO, p.120).
Já na passagem de 2
Coríntios 12.15 percebe-se o amor de Paulo para com a obra de Deus, diretamente
manifestada para com as almas dos irmãos:
Eu,
de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas.
Por fim, o tópico
trabalha a doação suprema de Cristo, ou seja, a grande demonstração do amor de
Deus que recebe o nome de ágape. O termo amor do latim, amorem, corresponde à
dedicação afetiva. Deus doou o seu único filho para a salvação da humanidade
(Jo 3.16), não há em toda história da humanidade prova maior de amor do que
esta. Sendo que dentre os atributos divinos o amor é considerado um dos mais
altos e mais sublimes. O amor é um dos atributos morais de Deus. Deus é amor (1Jo
4.8). Tal dedicação afetiva é altruísta, pois aceita o mundo inteiro em meio à
natureza pecadora da humanidade (Rm 5.8).
III –
DOAR ÓRGÃOS
1- O princípio da empatia e da solidariedade.
2- O princípio do verdadeiro amor.
Comentário:
Conscientizar
de que doar órgãos é um ato de amor corresponde com o objetivo específico do presente
tópico que está dividido em duas partes: o princípio da empatia e da
solidariedade (parte em que outorga ao doador um olhar voltado para a
necessidade do próximo, no instante em que se coloca no lugar do outro), e o
princípio do verdadeiro amor (ou seja, quem ama sofre, espera, suporta, e principalmente
doa se for necessário).
Referência:
BAPTISTA, Douglas. Valores Cristãos, enfrentando as questões morais de nosso tempo.
Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
BARCLAY, W. As
Obras da Carne e o Fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
CALVINO, João. Gálatas.
São José dos Campos – SP: Editora Fiel, 2007.
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