Deus é Fiel

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domingo, 15 de novembro de 2020

Subsídio para a aula da Escola Bíblica Dominical: A Teologia de Zofar – O justo não passa por tribulação?

A Teologia de Zofar – O justo não passa por tribulação?

A verdade prática permite compreender que Segundo as Escrituras, até mesmo o justo passa por tribulação. A palavra tribulação pode ser compreendida pelos seguintes termos: frustração, sofrimento, pressão, perseguição e abandono.

Jesus não morreu para nos tornar materialmente ricos, para garantir saúde física, ou nos imunizar contra as tribulações durante nossa vida terrena. Jesus morreu para nos dar bênçãos muito mais ricas do que estas! (...)

O sofrimento ajudará a nos proteger do erro de fixar nossas esperanças naquilo que podemos ganhar aqui, amanhã, e não em Deus (...).

Deus pode usar a pobreza e o sofrimento, para manter nossos olhos fixados na riqueza espiritual que já possuímos, e nossas esperanças fixadas nele (RICHARDS, 2008, p. 297).

O gloriar nas tribulações segundo Paulo se relaciona diretamente aos resultados desta na vida do cristão, pois A tribulação produz paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança (Rm 5. 3,4). Sendo que através da tribulação Deus desenvolve no cristão a perseverança e o caráter. Compreendendo que o caráter é o complexo de características mentais e éticas que marcam e, geralmente, individualizam uma pessoa, grupo ou nação (MUNROE, 2015, p. 34).

Lembrando que a presente lição tem como objetivo geral:

Mostrar que Zofar, assim como seus amigos, defende que os ímpios sempre serão punidos e os justos recompensados.

E como objetivos específicos:

Destacar no entendimento de Zofar que o sofrimento de Jó fazia parte de um sábio julgamento divino.

Explicar que a conversão defendida por Zofar era de natureza legalista.

Esclarecer que a teologia de Zofar limita a soberania de Deus na sua capacidade de julgar.

I – DEUS SE MOSTRA SÁBIO QUANDO AFLIGE O PECADOR

O terceiro amigo de Jó, assim como os demais apresentou de certa maneira acertos e erros em suas palavras. O grande acerto de Zofar foi reconhecer a sabedoria de Deus, porém seu grande erro está associado com o acerto, pois Zofar acreditava que o sofrimento de Jó fazia parte do sábio julgamento do Senhor.

Bildade foi duro com o patriarca ao associar a morte dos filhos ao pecado atual cometido por eles. Enquanto que Zofar foi rígido com Jó ao descrever o comportamento do patriarca ao de um animal irracional (Jó 11.12).

[...] Para revidar à pergunta de Jó (6.5), em que ele comparou seus gritos ao zurrar de um jumento, Zofar emprega o que pode ser uma declaração proverbial sobre o jumento. Ele insinua que as mentiras (v.3) de Jó são um indício de que ele é um homem vão (v.12) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 796).

Portanto, no que corresponde com a sabedoria de Deus o patriarca Jó reconhecia que os seus amigos não tinha o conhecimento da sabedoria do alto e quando esta se manifestasse ficaria do seu lado. Porque para Jó a obtenção da verdadeira sabedoria estava diretamente relacionada com o relacionamento com o Senhor (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 807).

II – A CONVERSÃO COMO RESPOSTA À AFLIÇÃO

Para Zofar, o patriarca Jó estava em pecado, então na visão deste era necessário que três condições fossem executadas por Jó:

Conduta correta (v.13).

Oração (v.13).

Renúncia ao pedado (v.14).

Presumindo que Jó sofria por causa de sua iniquidade, Zofar repudia cruamente a sua afirmação de que o amigo não tem pecado em sua língua (Jó 6.30), alegando que, na verdade, são as tendas de Jó que estão cheias de injustiça. Talvez seja uma insinuação caluniosa de que Jó adquirira sua riqueza por meios escusos ou tolerara o mal em sua casa (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 796).

Ao ouvir o terceiro amigo o patriarca apresenta desesperança, pois as palavras deles não o alegravam, mas ao contrário o condenava com duros julgamentos.

III – DEUS JULGA E CASTIGA OS PECADORES

A visão de Zofar a respeito do castigo aos maus se assemelha com a ótica de João Batista que esperava que Jesus julgasse os pecadores no período do Seu ministério aqui na Terra. Porém, mais uma vez percebe-se que Zofar acertou ao descrever que Deus julga e puni, porém errou ao associar este julgamento e punição aqui na terra, associando à teologia tradicional que se comprara à teologia da prosperidade.

Em contrapartida Jó exemplifica que os ímpios gozam de longevidade e prosperidade. Pois, [...] Se era verdade que os maus sempre experimentavam um juízo severo aqui na terra, então por que os ímpios desfrutam de longevidade? Por que eles desfrutam de prosperidade? Por que a sua fazenda cresce? Por que os seus filhos vivem em plena alegria? Por que isso é assim se eles não querem saber de Deus (Jó 21.14,15). Isso era uma coisa visível, de fácil constatação, mas os amigos de Jó, especialmente Zofar, não atentavam para isso (GONÇALVES, 2020, p. 103).

Por fim, compreende que os justos também sofrem.

 

REFERÊNCIA

GONÇALVES. José. A fragilidade humana e a Soberania Divina: O sofrimento e a restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

MUNROE, Myles. O Poder do caráter na liderança como os valores, a moral, a ética e os princípios afetam os líderes. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel Ltda, 2015.

RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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