A Teologia de Zofar – O justo não passa por tribulação?
A verdade prática permite compreender que Segundo as Escrituras, até mesmo o justo passa por
tribulação. A
palavra tribulação pode ser compreendida pelos seguintes termos: frustração, sofrimento,
pressão, perseguição e abandono.
Jesus não morreu para nos
tornar materialmente ricos, para garantir saúde física, ou nos imunizar contra
as tribulações durante nossa vida terrena. Jesus morreu para nos dar bênçãos
muito mais ricas do que estas! (...)
O sofrimento ajudará a nos
proteger do erro de fixar nossas esperanças naquilo que podemos ganhar aqui,
amanhã, e não em Deus (...).
Deus pode usar a pobreza e
o sofrimento, para manter nossos olhos fixados na riqueza espiritual que já
possuímos, e nossas esperanças fixadas nele (RICHARDS, 2008,
p. 297).
O gloriar
nas tribulações segundo Paulo se relaciona diretamente aos resultados desta na
vida do cristão, pois A tribulação produz
paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança (Rm 5. 3,4).
Sendo que através da tribulação Deus desenvolve no cristão a perseverança e o
caráter. Compreendendo que o caráter é o complexo
de características mentais e éticas que marcam e, geralmente, individualizam
uma pessoa, grupo ou nação (MUNROE, 2015, p. 34).
Lembrando que a presente lição tem como
objetivo geral:
Mostrar que Zofar, assim
como seus amigos, defende que os ímpios sempre serão punidos e os justos
recompensados.
E como objetivos específicos:
Destacar no entendimento
de Zofar que o sofrimento de Jó fazia parte de um sábio julgamento divino.
Explicar que a conversão
defendida por Zofar era de natureza legalista.
Esclarecer que a teologia
de Zofar limita a soberania de Deus na sua capacidade de julgar.
I – DEUS SE MOSTRA SÁBIO QUANDO
AFLIGE O PECADOR
O terceiro amigo de Jó, assim como os demais
apresentou de certa maneira acertos e erros em suas palavras. O grande acerto
de Zofar foi reconhecer a sabedoria de Deus, porém seu grande erro está
associado com o acerto, pois Zofar acreditava que o sofrimento de Jó fazia
parte do sábio julgamento do Senhor.
Bildade foi duro com o patriarca ao associar
a morte dos filhos ao pecado atual cometido por eles. Enquanto que Zofar foi
rígido com Jó ao descrever o comportamento do patriarca ao de um animal
irracional (Jó 11.12).
[...] Para revidar à
pergunta de Jó (6.5), em que ele comparou seus gritos ao zurrar de um jumento,
Zofar emprega o que pode ser uma declaração proverbial sobre o jumento. Ele
insinua que as mentiras (v.3) de Jó são um indício de que ele é um homem vão
(v.12) (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, 2013, p. 796).
Portanto, no que corresponde com a sabedoria
de Deus o patriarca Jó reconhecia que os seus amigos não tinha o conhecimento
da sabedoria do alto e quando esta se manifestasse ficaria do seu lado. Porque
para Jó a obtenção da verdadeira sabedoria estava diretamente relacionada com o
relacionamento com o Senhor (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 807).
II – A CONVERSÃO COMO
RESPOSTA À AFLIÇÃO
Para Zofar, o patriarca Jó estava em pecado,
então na visão deste era necessário que três condições fossem executadas por
Jó:
Conduta correta (v.13).
Oração (v.13).
Renúncia ao pedado (v.14).
Presumindo que Jó sofria
por causa de sua iniquidade, Zofar repudia cruamente a sua afirmação de que o
amigo não tem pecado em sua língua (Jó 6.30), alegando que, na verdade, são as
tendas de Jó que estão cheias de injustiça. Talvez seja uma insinuação
caluniosa de que Jó adquirira sua riqueza por meios escusos ou tolerara o mal
em sua casa (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, 2013, p. 796).
Ao ouvir o terceiro amigo o patriarca
apresenta desesperança, pois as palavras deles não o alegravam, mas ao
contrário o condenava com duros julgamentos.
III – DEUS JULGA E CASTIGA
OS PECADORES
A visão de Zofar a respeito do castigo aos
maus se assemelha com a ótica de João Batista que esperava que Jesus julgasse
os pecadores no período do Seu ministério aqui na Terra. Porém, mais uma vez
percebe-se que Zofar acertou ao descrever que Deus julga e puni, porém errou ao
associar este julgamento e punição aqui na terra, associando à teologia
tradicional que se comprara à teologia da prosperidade.
Em contrapartida Jó exemplifica que os ímpios
gozam de longevidade e prosperidade. Pois, [...] Se era
verdade que os maus sempre experimentavam um juízo severo aqui na terra, então
por que os ímpios desfrutam de longevidade? Por que eles desfrutam de
prosperidade? Por que a sua fazenda cresce? Por que os seus filhos vivem em
plena alegria? Por que isso é assim se eles não querem saber de Deus (Jó
21.14,15). Isso era uma coisa visível, de fácil constatação, mas os amigos de
Jó, especialmente Zofar, não atentavam para isso (GONÇALVES, 2020, p. 103).
Por fim, compreende que os justos também
sofrem.
REFERÊNCIA
GONÇALVES. José. A fragilidade humana e a Soberania Divina: O sofrimento e a restauração
de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
MUNROE,
Myles. O Poder do caráter na liderança
como os valores, a moral, a ética e os princípios afetam os líderes. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel Ltda, 2015.
RADMACHER,
Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne.
O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central
Gospel, 2013.
RICHARDS.
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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