A última defesa de Jó
A verdade prática permite compreender que Ao olhar retrospectivamente para o passado, lembre o quanto
Deus trabalhou nele. Sendo que a presente lição outorgará como tópicos essências de
aprendizagem: a olhar para o passado de glória, o lamento no que se refere ao
presente e o futuro que se encontra em aberto.
O longo debate entre Jó e
os seus amigos terminou com um primoroso discurso de Jó sobre a sabedoria (Jó
28). Um novo ciclo está para ter início. Todavia, antes que Eliú entre em cena
(cap. 32), Jó faz a sua última defesa em prol da sua inocência. Os capítulos 29
– 31 apresenta esse solilóquio de Jó como composto de três partes: (1) um olhar
para o passado; (2) uma reflexão do seu estado presente; e (3) um olhar para um
futuro que ainda se mostra aberto e incerto (GONÇALVES,
2020, p. 113).
Lembrando que a presente lição tem como
objetivo geral:
Mostrar que Jó,
profundamente afetado pelo sofrimento, recorda nostalgicamente do seu passado
de glória.
E como objetivos específicos:
Mostrar que Jó lembra os
tempos passados quando era visto e reconhecido socialmente por todos.
Contrastar o estado
passado de Jó com o presente, quando se tornara motivo de escárnio.
Elucidar a insistência de
Jó na defesa de sua inocência.
I – JÓ RELEMBRA SEU PASSADO
DE GLÓRIA
Ao olhar para o passado o patriarca lembra-se
da prosperidade divina sobre a sua vida, assim como do reconhecimento que o
mesmo possuía da parte de seus contemporâneos.
No que tange a prosperidade percebe-se que o
patriarca cita:
Proteção (v. 2-4).
A presença dos filhos (v. 5).
Provimentos em abundância (v. 6).
Já no que se refere ao reconhecimento
percebe-se as seguintes descrições nas falas de Jó:
Respeito dos mais jovens (v. 8).
Reverência dos idosos (v. 8).
Admiração dos mais importantes (v. 9).
Submissão das autoridades (v. 10).
Jó lembra também de suas ações no tempo da
prosperidade. Fato que corrobora para com as práticas sociais desenvolvidas pela
Igreja. Deus prospera os teus para que estes auxiliem os necessitados.
Para finalizar o tópico em apreço percebe-se
que:
Não há dúvida de que Jó
era um defensor do pobre, da viúva e do órfão (GONÇALVES, 2020, p. 118).
II – JÓ LAMENTA SEU ESTADO
PRESENTE
O lamento de Jó demonstra que há um contraste
do seu passado para com o presente, pois se no passado os jovens o admirava,
agora no presente a juventude menosprezam o patriarca.
E para piorar a situação o patriarca
encontra-se abatido, isto é, emocionalmente esgotado. Verdade que é enfatizada
na seguinte expressão:
Derrama-se em mim a minha
alma como água, Jó enfatizava que suas forças físicas e emocionais estavam
esgotadas (Lm 2. 11, 12) por causa de seus dias da aflição (v. 1-31). Estas palavras
se parecem muito com as de Davi encontradas no Salmo 22. 14,15 (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, 2013, p. 808).
III – O FUTURO EM ABERTO DE
JÓ
Mesmo com o futuro incerto o patriarca apresenta
seus princípios no que tange à intimidade, assim como no que se refere ao ato
social. Os versículos chaves para compreender a descrição ética do patriarca Jó,
são:
Fiz aliança com os meus olhos;
como, pois, os fixaria numa virgem? (Jó
31.1). Neste versículo começa o juramento de
inocência de Jó (cap. 31). Quando ele fez concerto com os seus olhos,
reconheceu com sabedoria que o olhar é o sentido mais explorado na tentação (v.
7,9,26,27) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 810).
Se retive o que os pobres
desejavam, ou fiz desfalecer os olhos da viúva, Ou se, sozinho comi o meu bocado,
e o órfão não comeu dele (Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como com
seu pai, e fui o guia da viúva desde o ventre de minha mãe) (Jó
31. 16-18). Jó alega ter satisfeito o que os pobres
desejavam (v. 16), possivelmente para insinuar que Deus não estava tratando-o
assim (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, 2013, p. 810).
Por fim, compreende-se que o desejo de Jó era
que Deus lhe respondesse. Pois, para um futuro incerto a garantia de sucesso só
virá do Senhor.
E conforme a dor e o que estava enfrentando o
patriarca compreende-se que o mesmo esperava uma resposta de Deus que o
inocentasse diante das acusações consoladoras de seus amigos.
REFERÊNCIA
GONÇALVES.
José. A fragilidade humana e a Soberania
Divina: O sofrimento e a restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
RADMACHER,
Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne.
O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central
Gospel, 2013.
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