A Teologia de Eliú: O sofrimento é uma correção divina?
A verdade prática permite compreender que O sofrimento não deve ser visto apenas sob o aspecto
punitivo, mas principalmente, educativo. Sendo que a presente lição outorgará como tópicos
essências de aprendizagem: o sofrimento como uma forma de revelar Deus, revelar
a justiça e a soberania de Deus, assim como o sofrimento também é um instrumento
pedagógico de Deus.
Sobre o discurso de Eliú pode concluir que:
[...] “é maior do que doze
outros livros do Antigo Testamento e dezessete dos 27 livros ou cartas do Novo
Testamento”. Eliú gastou muita saliva para contra-argumentar o que Jó dissera. O
primeiro discurso compreende os capítulos 32 e 33; o segundo discurso
encontra-se no capítulo 34; o terceiro discurso está contido no capítulo 35; e
o quarto nos capítulos 36 e 37 (GONÇALVES, 2020, p. 128).
Lembrando que a presente lição tem como
objetivo geral:
Mostrar que o sofrimento
pode ser usado por Deus com fim pedagógico.
E como objetivos específicos:
Explicar que Deus, como
soberano, pode se revelar e falar por meio do sofrimento.
Destacar que a soberania
de Deus não se sobrepõe ao seu amor.
Afirmar que Deus não tem
prazer no sofrimento, mas pode usar as adversidades para nos educar.
I – O SOFRIMENTO COMO UMA
FORMA DE REVELAR DEUS
Percebe-se que no estudo de cada lição é
apresentado um ponto essencial a respeito da pessoal de Deus. Sendo que no
presente estudo, este ponto, corresponde em afirmar que Deus é soberano.
Antes Deus fala uma e duas
vezes; porém ninguém atenta para isso. Em sonho ou em visão noturna, quando cai
sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama. Então o revela ao ouvido
dos homens, e lhes sela a sua instrução (Jó
33.14-16).
Em resposta às reclamações
feitas por Jó quando aos pesadelos (Jó 7.14), Eliú sugere que Deus talvez
estivesse tentando ensinar algo a Jó por meio de sonho ou visão de noite.
33.16-19 – Deus quer
resgatar a humanidade da cova [hb. Shahat, os domínios da sepultura] o chamado “poço
sem fundo” (o abismo) leva ao submundo infernal. Em Apocalipse 9.1,2, pode
haver uma elaboração melhor deste conceito. A mensagem aqui é a de que Deus
controla a duração de nossa vida (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, 2013, p. 811).
Deus controla a duração de nossa vida, logo,
Deus é soberano, pois conforme Eliú o ato de Deus revelar por meio de sonhos ou
visões corresponde em descrever que o Senhor tem propósito em outorgar
livramento ao homem das garras da soberba.
Deus é soberano sobre tudo e sobre todos.
Deus criou todas as coisas, logo, Deus é soberano sobre tudo. Todos os joelhos
se curvaram diante do Senhor, logo, o Senhor é soberano sobre todos.
II – O SOFRIMENTO COMO MEIO
DE REVELAR A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS
O tópico em apreço permite explicar as
seguintes verdades a respeito da justiça de Deus:
Deus jamais age injustamente (Jó 34.10,11).
A justiça de Deus está associada à Sua
soberania (Jó 34.13).
A soberania de Deus é igualitária, pois Ele
não faz acepção de pessoa (Jó 34.16-20).
A justiça de Deus justifica, assim como
condena (Jó 34.25-30). Logo, percebe-se que Eliú não argumentou que a justiça
de Deus age com misericórdia, cometendo assim um erro, somando o seu pensamento
com os três amigos de Jó em ver a justiça divina apenas como ato punitivo.
Por fim, a justiça de Deus pode ser definida
em ser:
Atributo moral e básico de
Deus, manifestado pela fidelidade com que o Supremo Ser trata seus propósitos e
decretos.
É ainda a fidelidade de
Deus para com a própria natureza.
A justiça de Deus entra em
ação todas as vezes que a sua santidade é agredida.
A justiça e a santidade divinas
acham-se intimamente associadas (ANDRADE,
1997, p. 165).
III – O SOFRIMENTO COMO UM
INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS
Por fim, o último tópico permite a compreensão
referente ao ato educativo do sofrimento. Ou seja, por meio do sofrimento o
cristão aprende e cresce na presença do Senhor. Versículos bases para esta
afirmação foram escritos por Paulo à Igreja em Roma.
E não somente isto, mas também
nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a
paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz
confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado (Rm
5.3-5).
A palavra tribulação pode
ser compreendida pelos seguintes termos: frustração, sofrimento, pressão,
perseguição, abandono etc...
Jesus não morreu para nos
tornar materialmente ricos, para garantir saúde física, ou nos imunizar contra
as tribulações durante nossa vida terrena. Jesus morreu para nos dar bênçãos
muito mais ricas do que estas! (...)
O sofrimento ajudará a nos
proteger do erro de fixar nossas esperanças naquilo que podemos ganhar aqui,
amanhã, e não em Deus (...).
Deus pode usar a pobreza e
o sofrimento, para manter nossos olhos fixados na riqueza espiritual que já possuímos,
e nossas esperanças fixadas nele (RICHARDS,
p. 297).
O gloriar nas tribulações segundo Paulo se
relaciona diretamente aos resultados desta na vida para com o cristão: A tribulação produz paciência, e a paciência, a experiência,
e a experiência, a esperança (Rm
5. 3,4).
Através da tribulação Deus
desenvolve no cristão a perseverança e o caráter. Pois, caráter é o complexo de
características mentais e éticas que marcam e, geralmente, individualizam uma
pessoa, grupo ou nação (MUNROE,
p. 34).
REFERÊNCIA
GONÇALVES.
José. A fragilidade humana e a Soberania
Divina: O sofrimento e a restauração de Jó. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
MUNROE,
Myles. O Poder do caráter na liderança
como os valores, a moral, a ética e os princípios afetam os líderes. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel Ltda, 2015.
RADMACHER,
Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne.
O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central
Gospel, 2013.
RICHARDS.
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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