JONAS: DEUS AMA QUEM VOCÊ DETESTA
A presente lição tem como Síntese:
Deus ama os pecadores mais
desprezíveis, e está pronto a perdoá-los desde que eles se arrependam de seus
pecados.
E apresenta os seguintes objetivos
específicos:
Defender a historicidade
do livro de Jonas;
Esclarecer os motivos que
levaram o profeta a desobedecer à ordem de Deus;
E, Mostrar como às vezes temos
dificuldade de compreender o amor de Deus, principalmente quando este amor
alcança àqueles a quem nós reprovamos.
É necessário compreender que O livro de Jonas tem uma mensagem singular em relação aos
demais profetas. Enquanto Joel, Amós e Obadias apresentam mensagens de juízo para
as nações estrangeiras, esse livro oferece-nos a lição de que o amor de Deus
não está circunscrito apenas em Israel
(TROTA, 2021, p. 61).
I – JONAS
O nome Jonas, no hebraico, significa pomba ou
pacífico, porém, o profeta Jonas está longe de ser um homem pacífico, pois o
profeta encontrava se em um confronto com Deus. Enquanto a vontade de Deus era
vida e salvação para os ninivitas o profeta queria a morte e a destruição dos
ninivitas.
O livro do profeta Jonas ensina que a
salvação é uma dádiva oferecida a todos os povos e não se restringe a Israel (é
importante lembrar que a chamada de Israel tinha uma missão centrípeta, ou
seja, todas as nações chegariam a Israel pelo testemunho da nação eleita) e
também apresenta a salvação como dádiva de Deus que é recebida pela fé e não
pelas obras.
Portanto, o tema principal do livro é a
infinita misericórdia de Deus. Deus é que intervém na história e ninguém pode
impedir o seu agir. Pois, a misericórdia divina é demonstrada na ação de Deus
em justificar os ninivitas e não em condená-los como queria o profeta Jonas (Jn
4.2).
Jonas tinha que entender
que: quanto à pessoa de DEUS, Ele é um Pai bondoso, misericordioso, paciente e
grande em benignidade. Ele tanto castiga como manifesta o seu grande amor,
quando há verdadeiro arrependimento.
(...)
A lição que Deus ensina
para Jonas por meio desse ato é que se ele não fosse nada para a sua
existência, e declarava uma raiva por causa da sua perda, justificando assim a
sua ira, como é que Deus não poderia manifestar compaixão para com o povo da
cidade de Nínive?
Deus tem paciência com os
pecadores, é isso que aprendemos nesse acontecimento envolvendo Jonas
(GOMES, 2016, p. 73).
II – A EXPERIÊNCIA
DO PROFETA
A chamada de Deus para com o profeta Jonas
pode ser dividida didaticamente em dois momentos. Para compreensão torna-se
necessário identificar em primeira chamada e segunda chamada.
Na primeira chamada de Deus para com Jonas
percebe-se que o profeta teve como atitude a desobediência, obtendo como
resultado a prática da desobediência e deixa como lição: quem desobedece nunca
cresce sempre desce.
Enquanto na segunda chamada a atitude visível
do profeta corresponde com a prática de obediência que obteve como resultado o
arrependimento dos ninivitas e se notabiliza como a seguinte lição: quem obedece
nunca desce sempre cresce.
No que corresponde ao grande peixe Trota
(2021) enfatiza que o peixe não foi uma ação punitiva do Senhor para com o
profeta, mas de fato foi um ato de livramento.
Jonas se arrependeu, logo é necessário compreender
que arrependimento significa retornar e se dedicar a Deus, isto é, corresponde
com o abandono do pecado. O pecado é tudo aquilo que separa o ser humano de
Deus. O autêntico arrependimento proporciona a ocorrência de dois elementos:
ódio ao pecado (Sl 97.10) e a tristeza por causa do pecado (2 Co 7.10).
O arrependimento é o
primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo crente,
experiência essa que é chamada conversão. A conversão autêntica é uma parte
essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no íntimo e
a conversão é a exteriorização da salvação, por parte do homem, através do
arrependimento e da fé. O arrependimento tem muito de negativo e diz ao pecado
em seus muitos aspectos e formas, especialmente ao pecado da incredulidade (BANCROFT, 2006, p. 235).
O arrependimento outorga liberdade das
prisões manifestadas pela ação dominadora do pecado. Pois, o pecado escraviza o
indivíduo e retira a alegria outorgada por Deus. O arrependimento corresponde
com uma entrega à pessoa de Deus, para que por meio da santificação o Espírito
Santo de Deus outorgue as transformações necessárias no interior do cristão.
Percebe-se
também que o arrependimento positivo permite que o sentimento de culpa o
acompanhe, assim também como a tristeza segundo Deus (2 Co 7.10). A genuína tristeza gerada pelo arrependimento quanto ao pecado
cometido leva a pessoa a uma mudança de mentalidade e a uma reconciliação com
Deus. Como o termo arrependimento significa voltar-se para Deus, que é o
Salvador, o arrependimento resulta em libertação espiritual e salvação (2 Co
6.2). Infelizmente, o tipo de tristeza que o mundo gera opera a morte (ALLEN; RADMACHER; HOUSE, p. 467).
III – A LIÇÃO DO
LIVRO
No capítulo três nota-se a conversão dos
ninivitas após o sermão de Jonas que foi ministrado com apenas sete palavras
(no hebraico tal sermão não ultrapassou a cinco palavras – Jn 3.4). O resultado
foi à conversão dos ninivitas pela graça do Senhor.
Os ninivitas demonstraram os seguintes sinais
de autêntica conversão:
Arrependimento sincero (Jn 3.5);
Confiança profunda em Deus (Jn 3.5);
Abandono das práticas pecaminosas (Jn 3.8);
E, posição de humildade diante de Deus (Jn
3.9).
Para todo ministro do evangelho não há maior
demonstração de um ministério bem-sucedido do que a salvação de almas. O
profeta Jonas deveria está alegre, porém estava triste. O profeta Jonas queria
a destruição dos ninivitas e o mesmo sabia que Deus é Deus de misericórdia (Jn
4.2).
Por fim, Deus teve compaixão de Nínive e do
profeta Jonas.
REFERÊNCIA:
BRANCROFT.
Emery H. Teologia Elementar:
doutrina e conservadora. São Paulo: Editora Batista Regular, 2006.
GOMES,
Osiel. As obras da carne e o fruto do
Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
RADMACHER, Earl D; ALLEN, Ronaldo B; HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
TROTA,
Israel Thiago. Vigilância, justiça e o
culto a Deus: Um chamado para a Igreja nos Escritos dos Profetas Menores.
Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
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