Deus é Fiel

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

DONS DE ELOCUÇÃO

DONS DE ELOCUÇÃO 

Os dons de elocução correspondem com os tipos de dons em que Deus exprime a sua vontade. Elocução significa dicção, locução ou expressão. Nesta classificação encontram-se os dons de profecia, variedades de línguas e o dom de interpretação, ambos possuem como propósito edificar, exortar e consolar a Igreja de Jesus.

DOM DE PROFECIA (1 Co 12.10)

O dom de profecia corresponde com a mensagem verbal inspirada pelo Espírito Santo na língua conhecida pelo mensageiro e pelo destinatário. Sendo que a mensagem é divina.

[...] profecia significa a declaração do que não pode ser conhecido por naturais (Mt 26.68), é a descrição antecipada da vontade de Deus, quer com referência ao passado, presente e futuro (veja Gn 20.7; Dt 18.18; Ap 10.11; 11.3). Profetizar, no grego, se resume numa palavra, propheteuein, que significa falar em nome de alguém, em favor de alguém. (VINE apud RENOVADO, 2021, p. 55)

Porém, a igreja deve ser ciente que há três tipos de profecia, conforme a origem: pode ser de ordem divina, ordem carnal ou de ordem diabólica. A mensagem quando é de origem divina conforta, consola e edifica. Já a mensagem humana e a diabólica provocam no seio da comunidade confusão, não edifica e nem consola.

Toda profecia de origem divina se cumpre:

A profecia de Gêneses 3.15 se cumpriu (Mt 1.25).

A profecia presente no Salmo 22.16, “transpassaram-me as mãos e os pés” se cumpriu na cruz.

A profecia que Jesus nasceria em Belém (Mq 5.2) se cumpriu.

Logo, toda profecia que tem como origem em Deus se cumprirá. Porém, há alguns erros referentes à compreensão a respeito da profecia, são eles: utilizar a profecia para guiar a igreja, a profecia ser visualizada como fonte de doutrina e propor em ser o dom da profecia como um oráculo.

Portanto, compreende-se que há alguns pontos coerentes com a realidade a respeito da profecia que são:

O espírito Santo guia a igreja pela Bíblia e pela consciência do cristão. Há oficiais de Deus na terra para ensinarem a autêntica Palavra do Senhor.

Deus fala quando quer, logo não há necessidade de sair ao encontro de vasos para saber o que Deus ordena.

Toda sã doutrina tem sua origem em Deus e está presente nos Escritos Sagrados.

[...] A profecia não deve ser fonte de consulta ou meio de obter direção, seja na vida espiritual ou na vida material. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens. É Ele quem dirige e orienta todos os que o buscam. A finalidade da profecia é outra. Quando o dom de profecia é usado conforme a orientação da Bíblia, traz muitas bênçãos. (BERGSTÉN, 2019, p. 114)

Logo, a profecia tem como finalidade edificar (na formação do caráter e da personalidade do cristão), exortar (isto é, confortar, inspirar, defender e guiar) e consolar (que corresponde com a doação de alegria e de paz).

VARIEDADE DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)

Tendo como base as seguintes palavras:

Porqueza promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar (At 2.39).

Percebe-se que a abrangência da promessa corresponde com tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.

Lembrando que:

O fenômeno pentecostal do falar em línguas estranhas (gr. Glossolalia) tem dois aspectos. O primeiro é o falar línguas estranhas como evidência do batismo com o Espírito Santo. O segundo é o dom de variedade de línguas (RENOVATO, 2021, p. 61).

[...] O dom de línguas tem por finalidade transmitir à Igreja uma mensagem em línguas estranhas, e, por isso, precisa de interpretação para que aquela seja edificada. Essa interpretação é feita pelo dom de interpretação de línguas. (BERGSTÉN, 2019, p. 114)

O dom de variedades de línguas corresponde com algo além do batismo no Espírito Santo. Para que haja eficácia o dom de línguas precisa de interpretação. Com este dom o Espírito Santo toca em nosso espírito. Outorga liberdade para a exaltação proporcionando edificação (HORTAN, 2003).

INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)

O dom de interpretação corresponde com a identificação da mensagem divina e não com a tradução de uma língua.

O dom de interpretação difere do dom da profecia por ser um dom associado a outro. Alguém fala em línguas e outra pessoa interpreta. Por fim, o presente dom não foge do propósito dos anteriores; edificar, exortar e consolar.

Tanto o dom de línguas como o dom de interpretação de línguas constituem um milagre, pois nem o que fala nem o que interpreta conhecem a língua que é falada. Trata-se de uma língua verdadeira, seja de homens ou de anjos (cf. Co 13.1), conforme o Espírito Santo concede que se fale (cf. At 2.4). (BERGSTÉN, 2019, p. 114)

Portanto, os dons de elocução estão associados com três palavras chaves para uma igreja local saudável. Estas palavras são ministério, adoração e dom. Ministério é o executar do dom. Adoração é a ação de gratidão em forma de louvor e oração. E dom é o ministério em ação.

Referência

BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. 20ª impressão. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais e Ministeriais: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

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