Período do cativeiro
e restauração.
Texto: E sucedeu que, no nono ano do reinado de Zedequias, no
mês décimo, aos dez do mês, Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio contra
Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela, e levaram
contra ela tranqueiras em redor... E queimou a Casa do Senhor e a casa do rei,
como também todas as casas de Jerusalém; todas as casa dos grandes igualmente
queimou. E todo exército dos caldeus, que estava com o capitão da guarda derribou
os muros em redor de Jerusalém. E o mais do povo que deixaram ficar na cidade,
e os rebeldes que se renderam ao rei de Babilônia, e o mais da multidão,
Nebuzaradã, o capitão da guarda, levou presos. Porém dos mais pobres da terra
deixou o capitão da guarda ficar alguns para vinheiros e para lavradores. II Re
25. 1,9-12.
O oitavo período da época de Israel é
conhecido como o período do cativeiro e restauração. Período que durou 70 anos
de cativeiro e um pouco mais de 100 anos o momento da restauração. O principal
marco deste período é a conclusão do Velho Testamento.
I – O cativeiro
1. O motivo do
cativeiro. Nos
dias do rei Josias o povo de Israel vivenciou um profundo avivamento. Avivamento
significa trazer a vida, ou seja, alguém que perdeu os sentidos e por ação
espiritual passa a ter de volta os sentidos recobrados. Entretanto, em vinte e
dois anos o Reino do Sul foi destruído, isto, porque após a morte do rei Josias
o povo degenerou-se espiritualmente e moralmente. No governo de Josias o
avivamento foi motivado pela descoberta do livro da lei (2 Re 22.8) e também
pelo apoio dos profetas Jeremias (Jr 1-12), Sofonias (Sf 1.1) e Habacuque (Hb
1.2-4) com o objetivo levar o povo a presença de Deus. Todavia a perca do temor
ao Senhor e o abandono da palavra de Deus levou o povo a destruição.
2. Etapas do
cativeiro. Em
606 a.C, Nabucodonosor invadiu o território dos judeus. Iniciando nesta data o
cativeiro de Judá. Para melhor compreensão histórica notemos que o cativeiro dos
judeus foi ocorrido em três etapas.
a)
a primeira etapa; no ano de 606 a.C, onde que os tesouros do templo foram
levados (2 Cr 36.7) e também a elite de Judá: o rei Joaquim, os oficiais da
corte e entre eles Daniel e seus três amigos (Dn 1.1-7).
b)
segunda etapa; no ano de 597 a.C, Jerusalém foi pela segunda vez invadida pelos
babilônicos e desta vez foram conduzidos 10.000 homens para Babilônia entre
eles Ezequiel (2 Re 24.14).
c)
terceira etapa; no ano 586 a.C, pela terceira vez Jerusalém é invadida e desta
vez o templo e a cidade são destruídos ficando na cidade apenas os pobres (2 Re
25.12).
3. Duração do
cativeiro. O
cativeiro babilônico durou 70 anos, sendo profetizado por Jeremias (Jr 25.12).
Em setenta anos os judeus andaram errantes em meio a um povo idólatra.
4. Profetas do
período do cativeiro. Os profetas posteriores são classificados mediante o
acontecimento do exílio. Ficando assim definidos: profetas pré-exílicos,
profetas exílicos e profetas pós-exílicos. Os profetas do período do exílio
são: Jeremias, Obadias, Ezequiel, Ageu e Zacarias. Portanto, os capítulos 40 a
66 do livro de Isaías possuem características para o período em análise.
Jeremias
ficou em Jerusalém enquanto o povo foi levado cativo, deste acontecimento
originou a obra Lamentações de Jeremias, em que o profeta enfatiza as
misericórdias do Senhor como causa da existência dos judeus (Lm 3.22). Enquanto
no meio dos príncipes Deus usava Daniel no meio da multidão Deus usava o
profeta Ezequiel.
5. As sinagogas. Segundo dados
históricos as sinagogas que significa assembleia ou congregação, teve origem no
período em que os judeus estavam exilados na Babilônia. Os judeus para se
edificarem espiritualmente conforme as
suas práticas diárias acharam por bem construírem locais para reuniões
espirituais e também para discutirem questões sociais entre elas o futuro de
seus filhos, pois as sinagogas também eram lugar de educar os seus filhos.
Jesus ensinou e curou nas sinagogas (Lc 6.6-11).
II – Restauração.
1. O cumprimento profético. Conforme Jeremias o
cativeiro duraria 70 anos e segundo a mensagem de Isaías 44.28, 45.1 Deus
levantaria Ciro, o qual é chamado de pastor e de ungido. Nenhuma palavra do
Senhor volta vazia, sem cumprimento (Is 55.11), pois Jeremias profetizou um
pouco mais de 70 anos antes o cativeiro, e o profeta Isaias profetizou cerca de
150 anos antes o nascimento de Ciro. E conforme os fatos posteriores Ciro
outorgou autorização aos judeus para voltarem para Jerusalém e reedificarem a
cidade e também o templo (Ed 1.1,2).
2. Personagens e
obras memoráveis.
a) O templo. No período pós-exílio
as mensagens proféticas estavam voltadas para a construção do templo. O sucesso
da construção do templo de Zorobabel teve como personagens importantes os
profetas Ageu e Zacarias. O profeta Ageu tanto no exercício do seu ministério
como na sua obra enfatizou a construção do templo. O livro de Ageu se divide em
quatro partes: primeira (capítulo 1), exortação a reconstruir o templo; segunda
(Ag 2.1-9), profecias acerca do novo templo; terceira (Ag 2.10-19), admoestação
dirigida aos sacerdotes a respeito da impureza do povo e das ofertas e quarta
(Ag 2. 20-23) profecia a respeito da escolha de Zorobabel. No pós-exílio a
mensagem principal no período da restauração fica voltada para a reconstrução
do templo.
b) Neemias e o muro. Após 100 anos em Jerusalém o povo não teve
condição de erguer os muros da cidade. O único avanço do povo foi a
reconstrução do templo e isto por causa dos povos inimigos que estava em redor
dos judeus. Sendo assim Neemias copeiro do rei persa (Ne 2.1) sacrificou a sua
vida para servir o povo judeu em reconstruir as muralhas e fortificar a cidade
de Jerusalém. A perseguição era tão acirrada que os judeus trabalhavam de
prontidão para a guerra (Ne 4.17), mas para Neemias uma coisa era certa que o
Deus dos céus o faria prosperar (Ne 2.20).
c) Esdras e o
avivamento.
A missão de Esdras frente aos judeus foi de conduzi-los a presença do Senhor. As
duas funções de Esdras era a de sacerdote e escriba. Tais funções possibilitou
a Esdras o conhecimento sadio e benéfico da palavra do Senhor (Es 7.10). E pelo
ensino da palavra do Senhor (Ne 8.1-12) o povo chorou e consagrou aquele dia ao
Senhor, e isto só foi possível pelo ensino da Palavra de Deus.
O
período em análise foi marcado por avivamentos e também pela perca do
avivamento. Vivemos em dias difíceis (1 Tm 4.1) mas para estarmos firmes
devemos buscar ao Senhor em oração, consagração e na dedicação da leitura da
Sagrada Escritura. E que a nossa geração seja marcada pelo autêntico avivamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário