Deus é Fiel

Deus é Fiel

terça-feira, 17 de julho de 2012

Período interbíblico.

Texto: Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós. Mt 15. 23.
O período interbíblico corresponde aos 400 anos em que Deus não enviou mensagem profética aos israelitas. Inicia – se com o fim do ministério profético de Malaquias e vai até o nascimento de Cristo Jesus.
Interbíblico quer dizer entre a Bíblia, ou seja, é o período que vai do último mensageiro do Antigo Testamento até o anuncio profético de João Batista, a voz que clama no deserto (Is 40.3, Mt 3.3). Corresponde a um período de silêncio da parte de Deus, onde não houve revelação e nem inspiração para a escrita de livros sagrados. Por outro lado este momento histórico foi marcado pelo domínio das grandes civilizações do mundo antigo.
Com o aparecimento de João Batista o silêncio profético foi quebrado, pois a sua mensagem tratava-se do advento do Messias ao mundo, e com isto inicia – se o Novo Testamento.
I – O silêncio de Deus.
Houve um silêncio profético. Nenhum livro considerado inspirado por Deus foi escrito neste período. Ao escriba e sacerdote Esdras coube à responsabilidade de revisar e editar as Sagradas Escrituras, depois que voltou do cativeiro, segundo os mais sábios dos judeus “se a Lei não tivesse sido dada por Moisés, Esdras mereceria a honra de ser o legislador dos hebreus”. Portanto, Esdras era um escriba versado na lei (Ed 7.6).
No silêncio Deus fala sem palavras e a palavra fala em silêncio. O silêncio de Deus em não levantar profetas e nem inspirar os homens a escrever obras canônicas não quer dizer que Deus estava distante dos judeus, pois no silêncio de Deus manifesta em nós o maior milagre. O milagre que ocorre no período interbíblico para com os judeus é a dedicação sincera deste povo ao Senhor, exemplo claro desta conversão é a origem da festa da dedicação. A festa da Dedicação era anual e iniciava no dia 25 de dezembro e durava oito dias, era comemorado a dedicação da purificação do templo, que tinha sido profanado por Antíoco Epifanes, que também forçou a helenização dos judeus com a proibição do culto judaico, a observação do sábado, questões alimentares e a circuncisão foi proibida. Antíoco pretendia instalar a estátua de Zeus no templo em Jerusalém. E o pior de tudo foi quando Antíoco predispôs a sacrificar um porco sobre o altar, três anos após tal profanação iniciou-se a festa da dedicação.
A festa da dedicação encontra-se nos relatos do Novo Testamento. Em João 10.22 a festa da dedicação é o acontecimento do capítulo. O assunto do capítulo é Jesus e a sua morte. Enquanto que o nome de Jesus é o Bom Pastor. Logo, só com a morte de Jesus é possível ter a nossa vida dedicada ao Senhor.
Com base no contexto histórico que deu origem a festa da dedicação, concluímos que às vezes é no silêncio que nos chegamos mais a Deus.  Em meio às lutas se não ouvirmos a voz de Deus deveremos entender que desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti (do nosso) que trabalha para aquele que nele espera (Is 64.4).
II – Acontecimentos do período Interbíblico.
1. A interpretação do sonho de Nabucodonosor. No livro de Daniel é narrado o sonho do rei Nabucodonosor que por Deus é revelado (Dn 2.28), pois o próprio monarca tinha esquecido o sonho que tinha sonhado (Dn 2.8). O sonho e a interpretação foram descritos da seguinte maneira:
a) uma grande estátua, cujo esplendor era excelente (v.31).
b) cabeça de ouro (v. 32), que corresponde ao império babilônico (v. 37,38).
c) peito e braços de prata (v. 32), que corresponde ao império medo-persa que foi fundado por Ciro.
d) ventre e coxas de cobre (v. 32), que corresponde ao império grego.
e) pernas de ferro (v. 33), que corresponde ao império romano.
f) pés em parte de ferro e em parte de barro (v. 33), que corresponde aos estados nacionais pós-império romano que diretamente se relaciona ao período do anticristo.
2. Impérios do período interbíblico que interferiram na cultura judaica.
a) a supremacia Greco-macedônica (333-323 a.C), império liderado por Alexandre o Grande que tratou com tolerância os judeus.
b) a dominação egípcia (323-198 a.C), neste período foi feita a tradução do Antigo Testamento para o grego, mundialmente conhecida como Septuaginta.
c) dominação sírio (198-166 a.C), que corresponde as ações profanas de Antíoco.
d) libertação pelos macabeus (166-63 a.C), houve prosperidade e liberdade política neste momento histórico e além de tudo houve a purificação do templo e a restauração do culto  a Deus.
e) domínio romano (63 a.C), período histórico em que Herodes o Grande reconstruiu o templo (Jo 2.20).
III – João Batista e sua mensagem.
1. O profeta João Batista. O fim da narrativa do Antigo Testamento para o Novo Testamento possui 400 anos de intervalo. Há um silêncio a respeito do ministério profético assim como das narrativas sagradas. Porém, com o nascimento de João Batista o silêncio chega ao fim. João filho de Zacarias e de Isabel (Lc 1.5). O nascimento de João Batista foi um milagre de Deus, pois Isabel sua mãe era estéril (Lc 1.7) e ambos eram avançados em idade (Lc 1.7). Foi cheio do Espírito Santo, viveu no deserto (Lc 1.80). E não tinha o estilo de vida que chamava a atenção da elite judaica era simples no próprio modo (Mt 3.4).
2. A fragilidade do profeta João. João Batista queria que Jesus executasse o julgamento sobre os israelitas. Em certo momento o profeta respondeu ao ser indagado a respeito de ser ele o messias: “ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11). O batismo com fogo tem como definição o julgamento sobre as nações. Por isso, que ao ser preso João Batista manda os seus discípulos ir até Jesus para perguntar se Ele era mesmo o messias (Mt 11.2,3).
Após 400 anos Deus levantou um profeta que foi pelo próprio Cristo elogiado, João Batista (Mt 11.11). No silêncio de Deus não quer dizer que Ele não está vendo o seu povo, pois tudo está ao alcance da sua ótica (II Cr 16.9) contemplando as obras dos bons e dos maus (Pv 15.3), e não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar (Hb 4.13). O silêncio do período interbíblico indicava que aos olhos dos judeus o Antigo Testamento estava completo, portanto hoje o silêncio de Deus indica que Ele tem um milagre para nós.

Doutrina do 17/07/12.
Igreja Cruzada Cristã Pentecostal - Alto do Cruzeiro.

4 comentários:

  1. Gostei maravilhoso os nossos pastores nunca nos ensinaram a respeito eu mesma não sabia deste intervalo de 400 anos entre o antigo e o novo testamento continua Evangelista Andreson é muito bom aprender a palavra de Deus obrigada!

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  2. A paz do Senhor.
    Nosso agradecimento aqui registrado, pois o comentário dos amados irmãos nos motiva a continuar escrevendo para o blog.

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