Texto: Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos,
chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de
nós. Mt 15. 23.
O
período interbíblico corresponde aos 400 anos em que Deus não enviou mensagem
profética aos israelitas. Inicia – se com o fim do ministério profético de
Malaquias e vai até o nascimento de Cristo Jesus.
Interbíblico
quer dizer entre a Bíblia, ou seja, é o período que vai do último mensageiro do
Antigo Testamento até o anuncio profético de João Batista, a voz que clama no
deserto (Is 40.3, Mt 3.3). Corresponde a um período de silêncio da parte de
Deus, onde não houve revelação e nem inspiração para a escrita de livros
sagrados. Por outro lado este momento histórico foi marcado pelo domínio das
grandes civilizações do mundo antigo.
Com
o aparecimento de João Batista o silêncio profético foi quebrado, pois a sua
mensagem tratava-se do advento do Messias ao mundo, e com isto inicia – se o
Novo Testamento.
I – O silêncio de
Deus.
Houve
um silêncio profético. Nenhum livro considerado inspirado por Deus foi escrito
neste período. Ao escriba e sacerdote Esdras coube à responsabilidade de
revisar e editar as Sagradas Escrituras, depois que voltou do cativeiro,
segundo os mais sábios dos judeus “se a Lei não tivesse sido dada por Moisés,
Esdras mereceria a honra de ser o legislador dos hebreus”. Portanto, Esdras era
um escriba versado na lei (Ed 7.6).
No
silêncio Deus fala sem palavras e a palavra fala em silêncio. O silêncio de
Deus em não levantar profetas e nem inspirar os homens a escrever obras
canônicas não quer dizer que Deus estava distante dos judeus, pois no silêncio
de Deus manifesta em nós o maior milagre. O milagre que ocorre no período
interbíblico para com os judeus é a dedicação sincera deste povo ao Senhor,
exemplo claro desta conversão é a origem da festa da dedicação. A festa da
Dedicação era anual e iniciava no dia 25 de dezembro e durava oito dias, era
comemorado a dedicação da purificação do templo, que tinha sido profanado por
Antíoco Epifanes, que também forçou a helenização dos judeus com a proibição do
culto judaico, a observação do sábado, questões alimentares e a circuncisão foi
proibida. Antíoco pretendia instalar a estátua de Zeus no templo em Jerusalém.
E o pior de tudo foi quando Antíoco predispôs a sacrificar um porco sobre o
altar, três anos após tal profanação iniciou-se a festa da dedicação.
A
festa da dedicação encontra-se nos relatos do Novo Testamento. Em João 10.22 a
festa da dedicação é o acontecimento do capítulo. O assunto do capítulo é Jesus
e a sua morte. Enquanto que o nome de Jesus é o Bom Pastor. Logo, só com a
morte de Jesus é possível ter a nossa vida dedicada ao Senhor.
Com
base no contexto histórico que deu origem a festa da dedicação, concluímos que às
vezes é no silêncio que nos chegamos mais a Deus. Em meio às lutas se não ouvirmos a voz de
Deus deveremos entender que desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos
se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti (do nosso) que trabalha
para aquele que nele espera (Is 64.4).
II – Acontecimentos
do período Interbíblico.
1. A interpretação do
sonho de Nabucodonosor. No livro de Daniel é narrado o sonho do rei Nabucodonosor
que por Deus é revelado (Dn 2.28), pois o próprio monarca tinha esquecido o
sonho que tinha sonhado (Dn 2.8). O sonho e a interpretação foram descritos da
seguinte maneira:
a)
uma grande estátua, cujo esplendor era excelente (v.31).
b)
cabeça de ouro (v. 32), que corresponde ao império babilônico (v. 37,38).
c)
peito e braços de prata (v. 32), que corresponde ao império medo-persa que foi
fundado por Ciro.
d)
ventre e coxas de cobre (v. 32), que corresponde ao império grego.
e)
pernas de ferro (v. 33), que corresponde ao império romano.
f)
pés em parte de ferro e em parte de barro (v. 33), que corresponde aos estados
nacionais pós-império romano que diretamente se relaciona ao período do
anticristo.
2. Impérios do
período interbíblico que interferiram na cultura judaica.
a)
a supremacia Greco-macedônica (333-323 a.C), império liderado por Alexandre o
Grande que tratou com tolerância os judeus.
b)
a dominação egípcia (323-198 a.C), neste período foi feita a tradução do Antigo
Testamento para o grego, mundialmente conhecida como Septuaginta.
c)
dominação sírio (198-166 a.C), que corresponde as ações profanas de Antíoco.
d)
libertação pelos macabeus (166-63 a.C), houve prosperidade e liberdade política
neste momento histórico e além de tudo houve a purificação do templo e a
restauração do culto a Deus.
e)
domínio romano (63 a.C), período histórico em que Herodes o Grande reconstruiu
o templo (Jo 2.20).
III – João Batista e
sua mensagem.
1. O profeta João
Batista. O
fim da narrativa do Antigo Testamento para o Novo Testamento possui 400 anos de
intervalo. Há um silêncio a respeito do ministério profético assim como das
narrativas sagradas. Porém, com o nascimento de João Batista o silêncio chega
ao fim. João filho de Zacarias e de Isabel (Lc 1.5). O nascimento de João
Batista foi um milagre de Deus, pois Isabel sua mãe era estéril (Lc 1.7) e
ambos eram avançados em idade (Lc 1.7). Foi cheio do Espírito Santo, viveu no deserto
(Lc 1.80). E não tinha o estilo de vida que chamava a atenção da elite judaica
era simples no próprio modo (Mt 3.4).
2. A fragilidade do
profeta João.
João Batista queria que Jesus executasse o julgamento sobre os israelitas. Em certo
momento o profeta respondeu ao ser indagado a respeito de ser ele o messias: “ele
vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11). O batismo com fogo tem
como definição o julgamento sobre as nações. Por isso, que ao ser preso João
Batista manda os seus discípulos ir até Jesus para perguntar se Ele era mesmo o
messias (Mt 11.2,3).
Após 400 anos Deus levantou um profeta que foi
pelo próprio Cristo elogiado, João Batista (Mt 11.11). No silêncio de Deus não
quer dizer que Ele não está vendo o seu povo, pois tudo está ao alcance da sua
ótica (II Cr 16.9) contemplando as obras dos bons e dos maus (Pv 15.3), e não
há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e
patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar (Hb 4.13). O silêncio do
período interbíblico indicava que aos olhos dos judeus o Antigo Testamento
estava completo, portanto hoje o silêncio de Deus indica que Ele tem um milagre
para nós.
Doutrina do 17/07/12.
Igreja Cruzada Cristã Pentecostal - Alto do Cruzeiro.
Gostei maravilhoso os nossos pastores nunca nos ensinaram a respeito eu mesma não sabia deste intervalo de 400 anos entre o antigo e o novo testamento continua Evangelista Andreson é muito bom aprender a palavra de Deus obrigada!
ResponderExcluirGostei da mensagem.
ResponderExcluirA paz do Senhor.
ResponderExcluirNosso agradecimento aqui registrado, pois o comentário dos amados irmãos nos motiva a continuar escrevendo para o blog.
Muito bom gostei show de Glórias
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