Disso me recordarei no meu coração; por isso, tenho
esperança. Duas versões para compreendermos o valor do texto escrito por
Jeremias. Notemos que o livro de Lamentações foi escrito no período do cativeiro
de Israel, logo neste episódio histórico será normal deparamos com canções que
expõe a dor da nação israelita (Sl 137).
Duas palavras são consideradas chaves para compreensão do
texto: memória e esperança.
Memória trata-se daquilo que vem a nossa mente, do que
lembramos. Para muitas pessoas as lembranças faz com que o passado torne se
presente em nossas vidas e nos separe dos planos de Deus para nós.
Já a esperança trata-se de esperar, está associada com o
amor e com a fé, ambas corresponde às três virtudes essências na vida do
cristão. Portanto, a esperança é definitivamente uma virtude cristã, pois,
somente o cristão pode ser otimista no que corresponde ao mundo. Também só o
cristão pode ser otimista no enfrentar a vida com os obstáculos. E por fim, só
o cristão pode vivenciar a morte com tranquilidade.
I – Circunstancias de
Israel.
1. Espiritual. Em Lamentações 1.5,
Jeremias escreve que os inimigos de Israel prosperam por causa das
prevaricações do povo. O pecado faz separação entre nós e Deus (Is 59.2). E o
pecado impede Deus de ouvir as nossas orações. Portanto, a situação espiritual
de Israel não era das melhores. O povo estava em pecado e por está em pecado o
povo estava distante de Deus.
2. Moral. Para as demais nações
olhar para Israel era sorrir da sorte de uma nação que por muito tempo foi
forte e no exato momento estava em servidão. Moralmente o povo israelita estava
decepcionado por se encontrar em servidão a outra nação. Israel nos governos de
Davi e de Salomão gozou de pleno apogeu, este período tornou se conhecido como
áureo em toda a história de Israel, entretanto olhar para o passado de uma
nação que vivenciou instantes de glória e agora se encontra em servidão é
terrivelmente arrasador.
3. Emocional. O Salmo de número 137
descreve de maneira categórica a situação emocional do povo israelita: “nos
pediram uma canção...cantai-nos um dos
cânticos de Sião” e como resposta uma pergunta foi feita; como entoaremos o
cântico do Senhor em terra estranha? Lendo todo o Salmo notaremos a tristeza
dos israelitas por estar em terra estranha e no ato de pendurar as harpas.
II – O que poderia
chegar à memória de Jeremias.
1. Solidão. Olhar para o passado
e lembrar-se de pessoas próximas que se foram trará a nós desconforto. Principalmente
se algumas delas já morreram. A solidão corresponde à ausência de pessoas que
fazem parte do nosso dia a dia. A dor da perca de tais pessoas causa em nós o
sofrimento. Porém, em Lamentações 1.1, o profeta Jeremias trata-se da solidão
em que se encontrava a cidade que antes era tão populosa e que se tornou como
uma viúva.
2. Servidão. A nação israelita
agora era tributária (Lm 1.1), e era dominada por seus inimigos (Lm 1.5).
Israel em passado distante a este momento histórico já tinha sido submissa aos
egípcios e Deus ao livrar a nação fez com que a mesma passasse pelo deserto e
não pelas terras dos filisteus (Êx 13.17). Foram 40 anos no deserto que
serviram na formação do povo israelita. Três motivos fez com que Deus levasse o
povo pelo deserto: primeiro motivo, Deus queria libertar o povo do espírito da
escravidão; segundo motivo, levar o povo a ter dependência de Deus e terceiro
motivo, Deus queria trenar o povo para ser uma nação. Portanto, mais uma vez
Deus leva o seu povo a vivenciar a servidão para que os israelitas aprendesse a
depender dEle.
3. Silêncio. O silêncio de Deus em
não falar com seus profetas (Lm 2.9) fazia com que o povo perdesse a esperança.
Notemos que o silêncio de Deus não corresponde a não ação do Senhor, pois em
meio ao silêncio Deus trabalha em prol dos seus filhos. Entretanto, a
problemática é quando o cristão perde o foco e não se fortalece nas promessas
do Senhor.
III – O que devemos
recordar.
1. Da misericórdia do Senhor. Do substantivo – hesed (transliteração do
hebraico) - corresponde à benignidade, amor firme, graça, misericórdia,
fidelidade, bondade e devoção. Já o substantivo – eleos – presume
necessidade por parte de quem a recebe, e recursos adequados para satisfazer a
necessidade daquele que a mostra. Deus age com misericórdia para com as nossas
vidas. As misericórdias do Senhor nos faz sonhar e lutar para que o melhor de
Deus se concretize em nossas vidas.
2. Da bondade do
Senhor. A
bondade do Senhor nos dará esperança, pois Deus é bom para os que se atêm a
Ele, para a alma que o busca (Lm 3.26).
3. Da palavra do
Senhor.
Para termos uma vida bem-sucedida é necessário que andemos conforme a Palavra
do Senhor. A Palavra do Senhor é lâmpada para os meus pés e luz para o meu
caminho (Sl 119.105). Para prosperar em tudo que faz o ser humano deverá andar
conforme a Palavra do Senhor (Sl 1.3).
Portanto, em meios às circunstancias da vida não nos curvemos
aos problemas, mas venhamos trazer a memória o que nos dará esperança.
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