Deus é Fiel

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segunda-feira, 4 de março de 2013

ESCRIBA, GUARDIÃO DA LEI


TEXTO: Este Esdras subiu de Babilônia; e era escriba hábil na Lei de Moisés, dada pelo Senhor, Deus de Israel; e, segundo a mão do Senhor, seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira. (Ed 7.6).
Introdução
Os escribas eram no início apenas escrivães, que tinha como objetivo do ofício copiar as Escrituras. Porém, com o passar do tempo, tornaram conhecedores da Lei e assim, passaram a interpretá-la. Tal circunstancia os torna mestres da lei ou eruditos bíblicos.
I – ESCRIBAS, MESTRES DA LEI.
1- Conhecendo os escribas. Os escribas eram os doutores da Lei. No princípio os escribas eram apenas escreventes, cuja função era copiar as Escrituras. A escrita primitiva da Bíblia era manuscrito, e tudo era realizado pelos escribas de modo laborioso, lento e oneroso. Laborioso, pois correspondia à entrega do escriba ao trabalho. Lento, pois era um trabalho que não deveria ter falhas e nem borrões, deveria ser perfeito. Oneroso, cujo trabalho tinha despesas.
Portanto, de copiadores os escribas passaram a serem doutores da Lei, ou seja, conhecedores da Lei. Segundo as tradições judaicas Moisés é de fato a maior autoridade da Lei em todos os tempos, porém, Esdras o sacerdote e também escriba é a segunda maior autoridade da Lei.
A Lei trata-se dos cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada que são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. São pelos judeus também chamados de Torá. Lei tem como significado seta, ou seja, seta que indica o caminho. Na Bíblia Sagrada, vários são os nomes tais como: Lei (Js 8.34), Lei de Moisés (Js 8.31), Livro da Lei (2 Re 22.11) Lei do Senhor (2 Cr 12.1) e Lei de Deus (Ed 7.14).
2- Funções do escriba. Duas eram as funções do escriba: primeira função, copiar as Escrituras sem borrões e havia uma entrega disciplinar ao trabalho; segunda função, ensinar as Escrituras. O trabalho de um escriba no copiar as Escrituras deveria ser perfeito. A cada erro o trabalho era reiniciado, pois Deus é santo, portanto a Escritura não deveria ser cometida de falhas nos manuscritos.
II – ESDRAS ESCRIBA POR EXCELÊNCIA.
1- Ofícios executados por Esdras. Esdras segundo a tradição judaica morreu com a idade de 120 anos e em vida exerceu a atividade ministerial de sacerdote, escriba e escritor.
Como sacerdote Esdras tinha a função de levar o povo a Deus. Cuja missão era pedir perdão pelos pecados cometidos e de fato interceder para que dias melhores viesse ao povo de Israel. E como escriba Esdras tinha como missão copiar e ensinar a Lei. E como escritor Esdras é um dos quarenta homens que estão agrupados como escritores de livros que compõem a Escritura Sagrada.
2- Legado de um escriba. Na Bíblia encontraremos citações que corroboram para o ministério bem sucedido de Esdras como escriba. Esdras era de fato escriba hábil (Ed 7.6), que tinha preparado seu coração para buscar a Lei do Senhor, e para cumprir, e para ensinar em Israel os estatutos e os direitos da Lei (Ed 7.10).
Ministério bem sucedido abrange atitude, dedicação e santificação. Esdras teve como atitude preparar o coração para buscar a Lei do Senhor, com esta atitude o sacerdote e também escriba era de fato um homem preocupada em se posicionar diante do Senhor em santidade, pois não há santidade sem a palavra do Senhor (Jo 17.17, Sl 119.9), e por fim, Esdras era dedicado no cumprir e no ensinar os estatutos (Ed 7.10).
3- Legado de um sacerdote. Em Neemias 8. 2,4 e 5 há três maneiras em que se refere a Esdras: e Esdras, o sacerdote (v.2), e Esdras, o escriba (v.4) e Esdras abriu o livro (v.5). Como sacerdote Esdras conduziu a Lei até ao povo e como escriba Esdras ensinou ao povo abrindo a Lei perante os olhos do povo e juntamente com os auxiliares de tal evento leram o livro da Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido faziam que, lendo, se entendesse (Ne 8.8). De fato, houve avivamento nesta atitude nobre de Esdras em levar a Lei perante a congregação (Ne 8.2).
As consequências no meio cristão quando não há exposição da Palavra de Deus são catastróficas. Segundo os escritos do profeta Oseias na ausência do conhecimento da Palavra de Deus a destruição será completa, “o meu povo foi destruído” (Os 4.6), e também, ministros são rejeitados por rejeitarem o conhecimento do Senhor.
Porém, as consequências não param por aí, há mais efeitos como, por exemplo, a ausência de crescimento. O apóstolo Pedro escreveu na sua segunda epístola; “antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18). Portanto, não havendo explanação da Palavra de Deus não há crescimento, ou seja, o povo não é edificado.
Os judeus afirmam que se a Lei não tivesse sido dada por Moisés, Esdras mereceria a honra de legislar os hebreus.
III – ESCRIBAS NO NOVO TESTAMENTO.
1- Atitudes não louváveis. Nos dias de Jesus os escribas são citados pelos evangelistas com características totalmente contrárias as virtudes de Esdras.
a) os escribas buscavam reconhecimento e honra humana (Mc 12. 38-40). O orgulho foi de fato o motivo principal que deu origem ao pecado (Is 14.14). Os líderes não são chamados e empossados para serem reconhecidos e aplaudidos por seus conterrâneos, mas unicamente para glorificarem a Deus por meio do exercício eficaz do chamado.
b) os escribas buscavam falhas em Jesus (Lc 6.7). E por serem doutores da Lei os mesmos não conheciam o Filho do Homem como Senhor do sábado (Lc 6.5).
c) os escribas buscavam matar a Jesus (Lc 22.2). De fato os sacerdotes e escribas temiam ao povo, porém como propósito os mesmo desejavam matar a Jesus.
 2- Escribas, mestres sem autoridade no ensino. Jesus ensina princípios espirituais e morais no Sermão da Montanha, como: as beatitudes (Mt 5.1-12), a identidade cristã em ser sal e luz (Mt 5.13-16), e outras questões básicas da vida cristã (esmola, oração e jejum – Mt 6.1-18). Quando Jesus concluiu seu Sermão da Montanha a multidão admirou da sua doutrina e comparou o ensino de Jesus superior ao dos escribas, pois Jesus ensinava com autoridade e os escribas não.
Porém, o que torna um ensino com a presença ou não de autoridade é:
a) A dedicação à aprendizagem: um bom exemplo de tal dedicação é a do escriba Esdras que preparou o seu coração para buscar a Lei do Senhor (Ed 7.10). Ao contrário de Esdras eram os escribas neotestamentário que não se preparam ao buscar conhecimento na Lei do Senhor. Se não há dedicação no ensino não a autoridade, Paulo escreve à igreja em Roma e enfatiza que “se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.9).
b) A humildade: nos dias de Jesus os escribas buscavam reconhecimentos por parte dos homens por aquilo que eram (Mc 12.38-40). Logo, os escribas eram orgulhosos por serem escribas e não por terem a oportunidade de servirem a Deus, que é o dono de todas as coisas e estar no controle de todas as coisas (Is 40.22). Jesus sendo Senhor e Mestre não teve por usurpação ser servido por seus discípulos, mas pelo contrário serviu aos discípulos (Jo 13.14). Se não há humildade não haverá autoridade, pois a humildade é o reconhecimento de que a obra pertence a Deus.
c) Conhecimento do chamado: quando o indivíduo conhece o motivo pelo qual foi chamado, logo conhece aquele que o chamou. À pessoa de Deus nós devemos oferecer o melhor. Fomos chamados para servir e devemos obedecer e agradar ao Senhor no serviço cristão. Se não há conhecimento do chamado não haverá autoridade no ensino.
Os escribas do período de Jesus não tinham autoridade no ensino por três motivos: não dedicavam ao ensino, não eram humildes e não conheciam de fato o motivo pelo qual os mesmo eram escribas. Como escribas eles deveriam saber a real motivação que levou a ser escrito o livro de Jonas. O livro de Jonas foi escrito para servir de estímulo a qualquer mestre ou professor a melhorar seus métodos de ensino, pois tal livro é didático e os escribas deveriam conhecer o seu real propósito, porém Jesus é o Mestre dos mestres.
CONCLUSÃO
Com os oficiais chamados de escriba aprendemos que a dedicação é importante para exercermos de maneira eficaz aquilo pelo qual Deus nos vocacionou para realizarmos em sua obra. E o nosso trabalho deverá ser executado com dedicação e humildade. Pois, os que assim exercem o seu ofício serão lembrados por seus legados, assim como foi Esdras.
 

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