TEXTO
ÁUREO: O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me
ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração,
A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em
liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.. (Lc 4.18,19).
Introdução
Um dos oficiais de Deus no Antigo Testamento
foram os profetas. O ministério profético no Antigo Testamento está divido
historicamente em dois grupos no que correspondem as obras literárias. O
primeiro grupo é composto pelos profetas anteriores, ou seja, os livros de
Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. Já no segundo grupo estão os profetas
posteriores que subdividem em profetas maiores e profetas menores.
Se a missão principal do sacerdote era
possibilitar a relação entre o homem e Deus a missão principal do profeta era
possibilitar a relação entre Deus e o homem. O sacerdote levava até a pessoa de
Deus as necessidades humanas por pedido e por necessidade humana, já o profeta
transmitia aos homens a vontade de Deus que se manifesta pelos decretos de
Deus.
I – PROFETAS E A
PROFECIA.
O profeta era o elo entre Deus e o homem, ou
seja, o ministério profético corresponde à atividade de entregar a mensagem de
Deus a quem lhe é direcionada. No Antigo Testamento a palavra de Deus foi
direcionada a líder político (1 Sm 15.10-23), a líder religioso (1 Sm 2.27-36) e
a profeta (1 Re 13.20-22) por meio do ministério profético.
1- Função do ministério profético. Sendo o profeta o elo entre Deus e o homem. A função do
profeta era tornar conhecida a vontade de Deus. Sendo que para isto o profeta
ouvia a voz de Deus e transmitia ao homem, portanto, a função do profeta se
resume em: primeiro, ouvir a voz de Deus e em segundo transmitir ao homem.
2- Virtudes dos profetas. Virtude é a disposição de um individuo em praticar o bem
e trata-se de hábitos constantes que proporcionam ao individuo uma vida bem
sucedida. Enfim, virtudes são nomeações de qualidades.
a) Subimissão. A primeira
qualidade analisada por nós no ministério profético é a submissão. Um grande
exemplo de submissão como qualidade é o profeta Eliseu. Em 2 Reis 3.11, encontramos a
primeira obra realizada por Eliseu que foi lavar as mãos do profeta Elias.
Eliseu reconheceu que um ministério bem sucedido é construído sobre bases bem
fortificadas, que são resumidas na palavra serviço. Servir é o passo inicial para
receber a porção dobrada da Unção de Deus. Submissão no desenvolvimento do
ministério profético é uma virtude pertencente a todos os profetas que foram
bem sucedidos na prática ministerial.
b) Coragem. Não temer.
O profeta no seu ministério não poderá temer ameaças provindas de homens e nem
mesmo do diabo. A coragem é fundamental para a concretização ministerial. Um
grande exemplo de coragem é demonstrado no ministério profético de Natã (2 Sm
12.7-12) que não temeu ao rei Davi e entregou a mensagem Divina.
c) Dependência de Deus. Como
terceira virtude, será notória no ministério e na vida dos profetas a
dependência de Deus. De fato Deus chama, e aos chamados Deus capacita, aos
capacitados Deus envia, aos enviados Deus supre as necessidades. E assim foi
com os profetas. Homens dependentes de Deus em tudo: desde a vida civil (Os
1.2, Jr 16. 1,2) à alimentação (1 Re 17.9).
3- Quanto à origem da profecia. Profecia é a revelação da vontade de Deus. A profecia tem
como objetivos manifestar os fatos concernentes a Deus e as suas relações com o
ser humano e também revelar os decretos de Deus. Os decretos de Deus são: criação, decreto de Deus que deu origem
a todas as coisas; providência, que é
a ação de Deus em governar o planeta terra suprindo a necessidade de todos,
principalmente dos que são fiéis a Ele; redenção,
após o pecado a humanidade tornou se necessitada do socorro Divino no que
corresponde a redenção e a consumação,
decreto que trata da vitória final de Deus em todas as suas obras. Porém, as
profecias poderão ter três origens bem distintas.
a) Divina. Quando é
proveniente de Deus (Gn 3.15). O que caracteriza a profecia de origem Divina é
que ela se cumpre.
b) Carnal. Quando é
proveniente da carne (1 Re 13.18, Dt 18.22). É caracterizada pela mentira e por
status almejado pelo o individuo.
c) Satânica. Quando é
proveniente de Satanás e é caracterizada pela mentira.
II – JESUS PROFETA POR
EXCELÊNCIA.
No inicio do seu ministério Jesus leu uma
profecia sobre Ele que se encontra no livro do profeta Isaías 6.1,2, e disse
que a profecia se cumpria nEle. “O Espírito de Deus está sobre mim, porque o
Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-me a curar os
quebrantados de coração, e proclamar libertação aos cativos, e a pôr em
liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do Senhor” esta foi a
profecia lida pelo Senhor Jesus, texto que enfatiza que Jesus é o Cristo, termo
que significa ungido e nos ensina que Jesus substituiu os profetas, os
sacerdotes e os reis da Antiga Aliança. O ministério profético de Jesus possui
dois aspectos.
1- Proclamar a mensagem de Deus. O versículo lido por Jesus na sinagoga por três vezes
cita a função do profeta no que corresponde ao divulgar a Palavra de Deus. Os
termos usados são: pregar, proclamar e apregoar. Logo, Jesus como profeta, proclamou
a Palavra de Deus através de seus ensinos recheados de autoridade (Mt 7.29) que
tinha como alvo o pecador (Jo 4.13,14). Jesus proclamou o reino (Lc 8.4-15),
preparou os discípulos (Jo 13;14;15;16) e também descreveu como seria as
últimas coisas (Mt 25), e este foi um anúncio profético feito pelo Senhor
Jesus.
2- Revelar a Deus. O
segundo aspecto do ministério profético do Senhor Jesus foi revelar a Deus (Jo
1.14). No capítulo um do evangelho de João, Jesus é apresentado como o Verbo e
nos primeiros dezoitos versículos quatro obras do Verbo são citas. As obras do
Verbo são: criar (v.3), iluminar (v.9), regenerar (12) e revelar (v.18). Logo,
Jesus como profeta revelou o Pai à humanidade.
Portanto, Jesus no seu ministério profético
não apenas proclamou a mensagem de Deus, mas também revelou a Pessoa do Pai. E
nos dias hodiernos Jesus continua a exercer o seu ministério profético por
intermédio da Sua Palavra, da Igreja e do Espírito Santo.
III – A MISSÃO PROFÉTICA
DA IGREJA.
O Senhor Jesus continua a exercer o seu
ministério profético por intermédio da igreja, isto quando nos referimos à
missão profética da Igreja.
1- Mesmos aspectos do ministério profético de Jesus. A missão
profética da Igreja está relacionada com os aspectos do ministério profético de
Jesus que se manifestaram no ministério público de Jesus (ministério que
corresponde a Jesus atendendo as necessidades de todos os homens) e também no
ministério particular de Jesus (ministério em que Jesus atende as necessidades
de seus discípulos). Porém, para que a mensagem pregada pela Igreja seja eficaz
é necessário que a mesma proclame e revele o amor de Deus na vida dos cristãos.
2- A missão da Igreja. A
missão da igreja está inserida na grande comissão (Mt 28.18-20) e três palavras
definem o real sentido da existência da Igreja: ir, ensinar e batizar. No
idioma original do texto sagrado apenas as duas últimas palavras se encontram
no imperativo, já a primeira o ir, encontra-se no gerúndio. O real sentido ir, por não se encontrar no
imperativo indica que o ir da Igreja não é uma ordem imposta por ordem, mas é
dever por natureza em sermos a Igreja do Senhor Jesus.
A Igreja existe para viver e desenvolver a
sua missão e a missão da Igreja é pregar e revelar a Deus à humanidade. Porém,
se a Igreja não é missionária a mesma não é Igreja. Se a mesma deixar de ser missionária
automaticamente deixará de ser Igreja.
CONCLUSÃO
O ministério profético de Jesus é atualmente
exercido pela sua Igreja. Pois, a Igreja é a responsável pela relação Deus e o
homem. Tal relação corresponde diretamente com a função ministerial da Igreja
em proclamar e em revelar a vontade de Deus ao homem pecador. Porém, o
ministério profético da Igreja só será eficaz se a mesma revelar na prática
diária o amor de Deus.
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