TEXTO
ÁUREO: O cetro não se arredará
de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se
congregarão os povos. (Gn 49.10)
Introdução
Deus também chamou
para o serviço ministerial homens que tiveram sua vocação com a vida pública. O
chamado de José foi revelado ao mesmo por meio de sonhos. E quando se cumpriu
José honrou ao Senhor com postura de servo obediente a Deus não se
envergonhando da sua origem e nem da sua missão. Para cada tempo Deus tem seus
servos que serão lideres certos para o tempo certo.
Todas as coisas
obedecem a Deus (Sl 119.91) nada lhe é oculto, pois o Senhor está no controle
de tudo e de todos. Portanto, é fundamental que cada líder de estado ou de
qualquer outra instituição tenha dependência direta de Deus para serem bem
sucedidos na sua missão.
I –
ATRIBUIÇÕES AOS REIS.
Os reis em Israel tinham como missão governar
os israelitas em plena santidade diante de Deus. De fato os reis eram
instrumentos de Deus e Deus seria o verdadeiro legislador de Israel. Porém, na
prática os monarcas em sua maioria não compreenderam a missão na qual eles
estavam inseridos e por desconhecerem fracassaram em suas vidas espirituais.
1- Proporcionar abundancia em tempo de crise. Deus falou ao patriarca Abraão que os seus descendentes
seriam peregrinos e serviriam a outra nação por quatrocentos anos (Gn 15.13).
Quando Deus assim falou ao patriarca a promessa do nascimento de Isaque não
tinha se cumprido. Passaram se anos e anos e veio o nascimento dos filhos de
Jacó (Jacó neto de Abraão), e assim, Deus permitiu que José, filho de Jacó,
fosse vendido para o Egito com a idade de 17 anos (Gn 37.2,36), portanto com 13
anos no Egito Deus de fato outorgou a José a sua real missão e chamada,
governar o Egito e tinha José na época 30 anos (Gn 41.46).
É de responsabilidade do monarca a satisfação
dos seus liderados, seja no suprir as necessidades no que correspondem as
questões básicas, como: alimentos, assim como proporcionar melhorias na saúde,
transporte, educação e lazer. A crise veio sobre o Egito, porém a crise foi
antecedida por sete anos de fartura (Gn 41.48). No despontar dos sete anos de
crise José teve a habilidade em administrar a crise obtendo lucros. Pois, foram
nos sete anos de crise que Faraó aumentou os seus bens, obtendo lucro dos
próprios egípcios (Gn 41.56) e dos habitantes de outras terras (Gn 41.57). E
foi na crise que José reencontrou a sua família (Gn 45.3).
Portanto, na crise há possibilidades de obter
lucros. E Deus tem chamado alguns para serem instrumentos dEle na vida pública.
2- Servir a Deus da melhor maneira. Davi, José, Salomão e Daniel dentre outros, foram
chamados para servirem a Deus no governo. Em 1 Coríntios 12.28, além dos dons
espirituais é também citado dons ministeriais e dentre eles o de governo. Claro que o dom de governo aqui citado
trata-se da administração da obra do Senhor. Porém, assim como na liderança da
igreja os que governam a nação deverão ser sábios e santos diante de Deus, pois
isto é fundamental para o bem do povo e felicidade da nação que o que governe
lidere com temor ao Senhor. Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas
quando o ímpio domina, o povo geme (Pv 29.2).
Portanto, Davi serviu a Deus no governo,
assim, também os demais que citamos acima.
II – DAVI, O MESSIAS E O
REINO.
1- Davi. Foi de fato
um grande rei. Consegui vencer os filisteus e fortificou a Israel como grande
nação. Quando Jacó abençoou os seus filhos reservou a Judá a seguinte bênção:
“O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que
venha Siló; e a ele se congregarão os povos” (Gn 49.10). Como rei Davi já se
encontrava nos planos de Deus. Segundo a narrativa bíblica Davi foi tirado do
curral de ovelhas para ser chefe de Israel (1 Cr 17.7).
2- Supremacia de Judá. Na
bênção de Jacó a Judá há manifestação de supremacia em torno da missão na qual
a tribo de Judá estaria inserida.
a) A ti te louvarão teus irmãos (v.8). Com a subida de Davi ao reino de Israel concretizava de
fato a profecia que veio por meio da bênção de Jacó. Pois, foi no governo de
Davi que Israel de fato se enquadrou como nação independente e poderosa.
b) Os filhos de teu pai a ti se inclinarão (v.8). Tal profecia se cumprirá quando o milênio for
instaurado, pois seu reino será eterno (Lc 1.32,33), e diante dEle, todos
dobrarão os joelhos (Fp 2.9-11).
3- Características do Reino. Quando Jacó abençoa a Judá faz menção do leão em três
idades: leãozinho, leão e leão velho (v.9). As três menções do leão que
corresponde à idade do mesmo tem como significado três períodos diferentes na
história de Israel.
a) Leãozinho. Trata-se da
saída do Egito e do estabelecimento na terra prometida. Isto corresponde à
formação do povo israelita como nação independente.
b) Leão. Trata-se da
estruturação e domínio do reino. Corresponde ao período de apogeu da nação
israelita, principalmente nos governos de Davi e de Salomão.
c) Leão velho. Trata-se do
cativeiro e da decadência de Israel.
4- Duração do Reino. Cetro
tem como significado bastão, ou a identidade tribal, o que corresponde ao poder
legal e real. Para a tribo de Judá Deus outorgou nas bênçãos do patriarca Jacó
a confirmação eterna do Reino, porém outro fator marcante além do cetro que
também é encontrado no texto de Gênesis 49.10, é a afirmação da permanência do
cetro “o cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés”,
portanto o reino é eterno e para governar em reino eterno cabe a Jesus que é
eterno (Jo 1.1).
III – O CRENTE E A
POLÍTICA.
Política é a arte de governar. Política é a
ciência da administração dos bens públicos e para benefícios da população. O
cenário político tem perdido sua configuração original e pelo aumento da
corrupção houve percas incalculáveis das virtudes que outrora eram presentes na
política.
1- O cristão e a política. Alguns foram por Deus chamados para o ministério da palavra,
já outros foram chamados para o ministerial sacerdotal. No Antigo Testamento os
oficiais de Deus foram: profetas, sacerdotes, sábios, juízes e reis.
Profetas, para passarem a mensagem de Deus ao
povo. Sacerdotes, para levarem a necessidades do povo a Deus. Sábios para
transmitirem a sabedoria do alto ao povo. Juízes para governarem com precisão
militar. E reis para liderar em submissão a Deus.
Assim, como no Antigo Testamento Deus usou
profetas, sacerdotes, sábios, juízes e reis; Deus quer usar nos dias atuais
pessoas compromissada com Ele em todos os ambitos da sociedade garantindo que
as instituições: igreja, estado, família, empresa e até a escola sejam
abençoados pela dimensão da graça divina.
Como carreira o cenário político é igual a
qualquer outra atividade secular. Que requer desenvoltura e compromisso. Assim
sendo o cristão interessado com a vida pública deverá vigiar e orar para não
cair em tentação. Já se houver obreiro interessado é fundamental deixar o
exercício ministerial, pois “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta
vida” (2 Tm 2.4).
2- Deveres do cristão. O
cristão tem como obrigação pagar seus impostos e no tempo das eleições participarem
ativamente da votação. Porém, as obrigações não estão limitas as descrições
acima, também é dever dos cristãos a submissão ao governo (Lc 20.25; Rm 23.1; 2
Pe 2.17), entretanto tal submissão só enquanto que o Estado não for contrário
aos princípios bíblicos, pois se o Estado mostrar contrário aos princípios da
Bíblia Sagrada nós deveremos Temer a Deus e confiar no seu agir em prol da sua
Igreja.
Como igreja é de responsabilidade de cada
cristão orar pelas autoridades que estão em eminência (1 Tm 2.1,2).
CONCLUSÃO
Os reis foram levantados por Deus para
servirem ao Senhor por meio de ações no cenário público. Não cabe a instituição:
Estado, perseguir por meio de leis a Igreja, pois a Igreja tem suas obrigações
perante o Estado e o Estado tem suas obrigações perante a Igreja. Por outro
lado, nós cristãos não podemos transformar a Igreja em um departamento do
Estado. Tanto a Igreja como o Estado pertence ao Senhor, porém a natureza, a
vocação e a missão de ambos são diferentes. Estado é Estado e Igreja é Igreja.
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