Subsídio
para a E.B.D – A Igreja e a Lei de Deus
A presente
lição permite aos estudantes da Palavra de Deus compreender o significado dos
termos igreja e Lei.
A palavra
igreja (ekklesia do grego), tem como significado: tirados para fora. Andrade
assim define: no Novo Testamento, a palavra é suada em dois sentidos. Primeiro,
corpo místico de Cristo, formado pelos que o recebem como único e suficiente
Salvador. Segundo, ajuntamento dos fiéis com o objetivo de adorar a Deus. No
primeiro caso, temos a igreja invisível; e, no segundo, a igreja visível (p.152).
Já o termo
Lei, tem como significado seta, ou seja, aquela que mostra o caminho.
A Lei a ser
estuda na presente lição não se restringe aos dez mandamentos, mas abrange a
todo o Pentateuco. Sobre o Pentateuco se entende, os cinco primeiros livros da
Escritura Sagrada. Sendo que:
Gênesis é o
primeiro livro do Pentateuco, porém neste livro não se encontra nenhuma Lei.
Êxodo é o
livro que se encontra a iniciação da citação das leis. Livro em que se
encontram os dez mandamentos. E tem como tema a redenção.
Levítico é o
livro onde se encontra as leis cerimoniais.
Números é o livro
da contagem com relatos históricos importantes da trajetória dos israelitas no
deserto. E para que o povo não esquecesse os mandamentos do Senhor, o líder
Moisés mandou fazer roupas com franjas e um cordão azul nas bordas (Nm 11.5).
Deuteronômio
é considerado o coração da Lei pelos rabinos.
I – O QUE
SIGNIFICA CUMPRIR A LEI?
1- Completar a revelação.
2- Cumprimento das profecias.
3- O centro das Escrituras.
Comentário:
O cumprir a
Lei tem como significado completar ou encher, palavras sinônimas de cumprir,
quando tem como analise o termo grego pleroo.
Neste tópico
o que deve ser entendido é que o centro dos planos divinos não se encontra na
Lei, mas sim na pessoa de Jesus Cristo, aquele que cumpriu a Lei. E não apenas
cumpriu a Lei sendo o próprio sacrifício, mas também entrando no céu como sumo
sacerdote (Hb 9.23-28).
Cristo
cumpriu a Lei como também se cumpriram nEle as profecias. A primeira promessa a
respeito de um salvador na bíblia encontra-se em Gênesis 3.15: E porei inimizade entre ti e a mulher e
entre a tua semente e sua semente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o
calcanhar.
Jesus sendo a
semente da mulher feriu a cabeça de satanás na Cruz, e teve o seu calcanhar
ferido. O sofrimento que Jesus passou é adicionado ao calcanhar ferido.
Analisando
ainda o antigo testamento são inúmeras as profecias a respeito de Jesus, por
exemplo:
Profeta
semelhante a Moisés (Dt 18.15).
É crucificado
(Sl 22).
É Deus e terá
um reino eterno (Is cap.9).
É ungido e
morto depois de 483 anos (Dn 9. 24-27).
É eterno e
nascerá em Belém (Mq 5.2).
II – O SENHOR
JESUS VIVEU A LEI
1- Preceitos cerimoniais.
2- Preceitos civis.
3- Preceitos morais.
Comentário:
Não existe mais de uma Lei o que existe são
os preceitos da Lei. E os preceitos da Lei estão divididos em três: morais, cerimoniais e civis.
Os preceitos morais visavam à normalização
das relações sociais, e têm como essência os dez mandamentos. Resumem-se em
amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Cristo viveu
este preceito quando Ele se entregou por toda a humanidade (Jo 3.16).
Os preceitos cerimoniais visavam à
normalização do sacerdócio levítico. Jesus cumpriu o sistema cerimonia da lei
na sua morte (Mt 27.50,51).
Os preceitos civis visavam à normalização das
normas jurídicas e a prática da vida social dos israelitas. Jesus transferiu os
preceitos civis, ou valores jurídicos para a igreja.
III – A LEI NÃO PODE SER REVOGADA.
1- Jesus
revela seu pensamento.
2- Até
que o céu e a terra passem.
3- O
menor mandamento.
Comentário:
O Evangelista Mateus assim escreveu as
palavras de Jesus: não penseis que vim revogar a
Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir (Mt 5.17). Portanto,
Jesus é o alvo e o sujeito das profecias do Antigo Testamento, por isso, Ele
torna-se o cumprimento de todas as mensagens voltadas para o Messias.
Na primeira lição apresentamos o texto a
seguir em um dos tópicos, porém antes de reescrevê-lo é necessário entender que
estes são os motivos de toda a Lei.
Os
motivos do decálogo (Lei) são tríplices:
Prover um padrão de justiça, pois os dez mandamentos proporcionam a formação do caráter e da conduta
do ser humano. O caráter corresponde com o modo de ser de cada indivíduo. E a
conduta corresponde com o modo de agir. Ambas se definem no Ser e no Fazer.
Identificar e expor a malignidade do pecado, pois os dez mandamentos expõe os seguintes
tipos de pecado: idolatria, desrespeito, desonra, assassinato, traição, roubo,
concupiscência...
Pecado é tudo aquilo que separa o servo do
seu Senhor. Logo, os dez mandamentos tem como propósito identificar o pecado,
por isso, Paulo escreveu “pela lei vem o conhecimento
do pecado” (Rm 5.20).
Revelar a santidade de Deus, Deus é Santo e isto se torna evidente com os dez mandamentos. Pois, se
a lei revela o pecado e requer que aquele que aproxima de Deus não peque, logo
se conclui que Deus é Santo.
IV – A LEI E O EVANGELHO
1- O
papel da lei.
2-
Jesus e Moisés estão do mesmo lado.
3- A
justiça dos fariseus.
Comentário:
A Lei existe por causa da transgressão. Paulo demonstra aos gálatas que a existência
da Lei está associada com a presença da transgressão. Logo, a transgressão é
tudo aquilo que impede o ser humano de se chegar a Deus.
Até existe um provérbio que enfatiza que “boas leis são provenientes de más condutas”. Por isso, as Leis foram
mediadas para que os hábitos maus fossem refreados. Para Paulo a existência da
Lei era para disciplinar e para educar, pois pelo meio educativo os israelitas
conheceriam as suas culpas.
A morte, a culpa e a corrupção foram às
consequências do pecado cometido por Adão. A Lei foi promulgada não por causa
da obediência de alguns, mas por causa da desobediência de muitos. Porque a Lei
na sua instrução se aplica à corrupção humana.
A
tutoria da Lei.
A Lei revela a justiça de Deus. Logo que a lei revela a justiça divina também demonstra a injustiça por
parte dos homens. “Estávamos sobre a custódia da lei,” isto indica que a lei
aprisionava os homens por serem os mesmos injustos.
A injustiça humana era notável até mesmo na
vida de personagens que viviam em conformidade com Deus. Por exemplo: Noé após
o dilúvio ao se embriagar (Gn 9.21), Abraão ao mentir (Gn 12.11-13; 20.2), Davi
ao transgredir cinco dos dez mandamentos (2Sm 11.4,14,24,27), Uzias ao agir
como sacerdote (2Cr 26.16), dentre outros casos.
Em suma, a lei indicava que os homens eram
injustos em suas obras e incapazes de se salvarem, sendo que a justiça de Deus
se manifesta na pessoa e na obra de Jesus Cristo.
A lei é responsável pelo ensino até a manifestação de Cristo. Anterior ao ministério do Senhor Jesus a lei
definia a educação dos judeus o que Calvino vai considerar com a infância.
Calvino ainda dizia que a lei era a gramática
da teologia que ao conduzir a criança até certo ponto os entregavam a fé que
completava a graduação das pessoas. Para ele o apóstolo “Paulo associou os
judeus a crianças por viverem conforme os ensinos da lei, e nós os da graça com
a fase adulta”.
A lei gerou discípulos. Dentre os discípulos gerados no período da lei podem ser citado os
profetas e sacerdotes. Um dos oficiais de Deus no Antigo Testamento foram os
sacerdotes. A missão principal do sacerdote era possibilitar a relação entre o
homem e Deus. Ou seja, tinha como missão levar o homem até Deus por meio de
sacrifícios e pela oração intercessora. Jesus em seu ministério foi Sacerdote
perfeito, pois por meio da sua morte, Jesus foi o próprio sacrifício oferecido
ao Pai para a salvação de todos que creem.
No Antigo Testamento o homem deveria
aproximar se de Deus através de um sacrifício e manter-se junto de Deus por
meio da intercessão. O sacerdote era responsável pelo sacrifico e também pela
intercessão. Logo, o sacerdote era o elo entre o homem e Deus. Ao contrário do
profeta que era o elo entre Deus e o homem.
O profeta era o elo entre Deus e o homem, ou
seja, o ministério profético corresponde à atividade de entregar a mensagem de
Deus a quem lhe é direcionada. No Antigo Testamento a palavra de Deus foi direcionada
a líder político (1Sm 15.10-23), a líder religioso (1Sm 2.27-36) e a profeta (1Re
13.20-22) por meio do ministério profético.
Referência:
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário
Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro:
CPAD, 1997.
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