Esperança e intercessão
Texto: 1- Porque para mim tenho
por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a
glória que em nós há de ser revelada. (Rm 8.18).
O
cristão em meio a todos os sofrimentos permanece fiel a Deus, pois a esperança
que tem origem na promessa divina é maior que toda a aflição deste tempo
presente. Já nos versículos 22 a 26 o apóstolo Paulo fala de três tipos de gemidos.
A palavra gemido do grego, stenazó, transmitido à ideia de sentimento de pesar
interior, exprime dor moral e física. De fato significa suspirar, causar dor,
afligir, entristecer, prantear e padecer. Até o próprio Deus se condói do
gemido dos necessitados (Sl 12.5) e levanta do seu trono e põe a salvo aquele
que nEle confia. Portanto, Paulo ao escrever a carta à igreja em Roma transmite
no capítulo oito os três gemidos: o gemido da natureza, o gemido da igreja e o
gemido do Espírito Santo.
As aflições deste tempo presente
No
cotidiano as aflições estão associadas a enfermidades severas, tristezas
avassaladoras, angústias, desapontamentos, perseguições e, dentre outras,
tribulações.
O
benéfico das aflições pode ser listado da seguinte maneira:
1- Nas aflições as pessoas
se aproximam das outras. As
tribulações unem as igrejas e as famílias, e até mesmo as comunidades e as
nações assumem unidade de propósitos em meio à tribulação (CHAMPLIN, p.
259).
2- As aflições servem de
disciplina. Outorgando informações que se transformam em
valores espirituais.
3- As aflições torna o
cristão mais dependente de Deus.
4- A aflição é garantia da
magnitude da glória que se manifestará. Paulo, pois, pensava tanto sobre a grandeza como sobre a certeza da
glória futura; e é o sofrimento que nos faz lembrar essas realidades (CHAMPLIN,
p. 259).
Para
corroborar com Rm 8.18, o apóstolo assim escreveu à Igreja em Coríntios: porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente (2 Co 4.17).
Logo,
as aflições do presente são leves quando
comparados com a glória que há de vir. Paulo chama os sofrimentos que passamos
nesta vida de leve e momentânea tribulação, quando comparados ao peso eterno de
glória mui excelente (2 Co 4.17). O plano de compensação divino é tal que
aquele que suporta os sofrimentos receberá cem vezes tanto e herdará a vida
eterna, Mateus 19.29 (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p.384).
Os
gemidos
1- O gemido da natureza. O
gemido da natureza é motivado pelo pecado e exprime aflições.
Pelo
pecado de um só homem todos tornaram pecadores (Rm 5.12), sendo assim, Deus
enviou o seu filho unigênito para morrer e livrar os seres humanos de toda
condenação provinda do pecado. O pecado é toda transgressão contra a lei de
Deus. O pecado tem como salário a morte (Rm 6.23) e dentre todas as
consequências do pecado a que mais transmite dor, sofrimento e gemido é a
morte, pois a morte física é a separação do corpo para com o espírito.
O
primeiro gemido é da natureza que abrange os seres inanimados e animados. As
catástrofes físicas são de fato o gemido da natureza, não porque há vida na
terra (como chama alguns de mãe terra), mas trata-se do cumprimento profético.
A pobreza que tanto mata no dia a dia é também um dos causadores do gemido da
natureza animada, em seis segundos morrem uma criança de fome, dados de 2010.
Tal exemplo somará vários gemidos: gemido do que sofre a fome, gemido dos que
perdem o filho, gemido pela incapacidade de resolver os problemas sociais.
Portanto,
o gemido da natureza indica que o pecado deturpou a criação.
2- O gemido da igreja. É
motivado pelo desejo do cristão em gozar a eternidade ao lado do Senhor, é um
gemido profético e, revela duas virtudes do cristão.
É
motivado pelo anelo de gozar a eternidade ao lado do Senhor. Pois, a morada do
cristão está nos céus de onde o mesmo espera o Salvador (Fp 3.20), e na casa do
Pai há muitas moradas (Jo 14.2).
O
gemido da igreja é profético, pois mostra o futuro. Trata-se do gemido da
adoção e também da glória do porvir, pois
ainda não é manifestado o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 Jo
3.2).
Gemido
que revela duas virtudes do cristão: paciência e esperança. Dentre tantas
virtudes, no texto se encontra duas, que de fato caracterizam muito bem o autêntico
cristão: paciência e esperança (Rm 5.3-5).
3 - Gemido do Espírito
Santo.
3.1- Revela que o cristão
não estar sozinho. Aos discípulos Jesus disse que não os
deixaria órfãos (Jo 14.18), mas enviaria o consolador (Jo 14. 16-17). A missão
do Espírito Santo é tríplice: convencer o homem do pecado, do juízo e da
justiça (Jo 16.7), guiar os crentes (Jo 16. 13) e glorificar a Jesus (Jo 16.
14).
3.2- Ensina que há poder na
oração. No dia 6 de agosto de 1945, último ano da 2ª Guerra
Mundial os Estados Unidos lançou às 8 horas e 15 minutos na cidade Hiroshima
uma bomba atômica que matou de imediato, 50 mil pessoas e feriram mais 80 mil
pessoas, somando no contexto geral, 130 mil pessoas morreram no lançamento da
pomba atômica em Hiroshima, enquanto que, Deus ouviu a oração de Ezequias e
enviou um anjo e retirou a vida de 185 mil pessoas, portanto, o poder da oração
de Ezequias foi quase duas vezes mais explosivo do que a bomba atômica. O
cristão não está sozinho e o gemido do Espírito Santo é forte para destruir
exércitos, quão mais poderoso será para fazer com que o crente continue sendo
mais do que vencedor.
Portanto,
em meio aos sofrimentos do tempo presente o cristão deverá mesmo em sua
incapacidade de orar, saber que o Espírito Santo intercede por aqueles que se
aproximam de Deus. Logo, o Espírito Santo intercede com gemidos inexprimíveis,
isto é, por meio daquilo que não é expresso.
REFERÊNCIA
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e
Filosofia. Volume 6. São Paulo: Hagnos, 2014.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
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