Grande resposta a grande pergunta
Texto: 33-
Quem intentará acusação
conta os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
34- Quem os condenará?
Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual
está à direita de Deus, e também intercede po nós.
35- Quem nos separará do
amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a
nudez, ou perigo, ou a espada? (Rm 8.33-35).
Ao
escreveu a carta aos Romanos o apóstolo Paulo utilizou como forma literária a metodologia
da escrita em diálogo, isto é, diatribes. Onde o apóstolo lança perguntas e ao
mesmo tempo outorga as respostas. No texto em análise percebe-se que há três grandes
perguntas: Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? Quem os
condenará? Quem nos separará do amor de Cristo?
Porém,
o parágrafo se inicia com a seguinte pergunta: que diremos, pois, a estas
coisas? E como resposta, outra pergunta: Se Deus é por nós, quem será contra
nós? Isto é, a grande resposta se refere, Deus é por nós, sendo que a aprendizagem
que se deverá ter é: de fato Deus é por nós?
Quem intentará acusação contra aos
escolhidos de Deus?
A
resposta a esta pergunta se dá da seguinte maneira: é Deus quem os justifica (v.33).
Logo, é Deus que declara justo todos aqueles que recebem a Cristo como
Salvador. Porém, a acusação se dá em três formas: psicológica, social e
espiritual.
No
aspecto psicológico a acusação se dá pela própria pessoa. No que se refere a
atitudes voltadas para o passado de pecado, agindo no presente. Ou seja, o
indivíduo é conduzido a uma vida pecaminosa que o torna incapaz de se aproximar
de Deus. Participar dos cultos não indica que o indivíduo está adorando a Deus.
Ser membro de um ministério não indica que o indivíduo é membro da Igreja de
Cristo. Logo, o passado que foi justificado em Cristo não poderá condenar o
cristão no presente.
Já
o aspecto social corresponde com as ações dos membros da comunidade que tentam desestabilizar
o cristão fazendo comentários para denegrir a imagem dos servos de Deus.
Por
fim, no aspecto espiritual, percebe-se a ação dos demônios agindo de maneira
contrária a vida santa dos servos de Deus.
Sobre
o versículo 33, assim comenta Radmacher,
Allen e House.
Se Deus, o Juiz Supremo, justificar-nos, então quem poderá agir contra
nós e prosperar, ou ter sucesso em sua empreitada? (2013, p.386).
Entretanto,
quem justifica o cristão é Deus, cabe aos servos de Deus se santificarem para
estarem mais próximos do Senhor.
Quem os condenará?
Ninguém
tem poder para condenar o crente em Cristo, pois quem morreu e ressuscitou, e
age como intercessor dos crentes ao lado direito do Pai é o Senhor Jesus.
O
versículo apresenta quatro situações a respeito da pessoa de Jesus: morte,
ressurreição, localização e ação.
Sobre
a morte de Jesus sabe-se que não teria proveito algum se Ele não houvesse
ressuscitado. Já sobre a ressurreição compreende-se que a mesma confirma a
vida, a obra e as palavras de Jesus. Em terceiro Jesus está à direita do Pai,
tal situação outorga a seguinte compreensão, Ele foi glorificado com a glória
que tinha antes que o mundo existisse (Jo 17.4). Por fim, Jesus intercede pelos
crentes, porque há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem (1Tm 2.5).
Quem nos separará do amor de Cristo?
Inicialmente
o apóstolo lista as seguintes situações que podem ser chamadas de adversários e
tem como objetividade causar separação entre o cristão e Cristo, isto é,
ocasionando a morte espiritual.
Se ninguém pode se opor a
nós e prosperar (v.31), ou acusar (v.33), ou ainda nos condenar (v.34), então é
fato visível que nós temos uma relação pessoal com Deus. Devido a esse
relacionamento, ninguém pode nos separar do amor de Cristo por nós. A enumeração
de adversidades constantes neste versículo cobre a gama de experiências que
poderiam parecer desafios consideravelmente grandes à realidade do amor de
Cristo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE,
p.386).
Os
adversários citados são: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo
e espada.
Tribulação
corresponde com situações desagradáveis que no presente texto são aquelas
causadoras do enfraquecimento espiritual.
Já
angústia descreve a respeito de situações em que o cristão é conduzido a perca
do humor.
Em
todo o tempo os cristãos têm sido vitimados por causa da fé e em muitos casos
conduzidos à morte.
Fome
e nudez são situações em que expõe os cristãos a fazerem escolhas, caso não
sabendo escolher, os mesmos, poderão realizar escolhas que trarão prejuízos para
a vida espiritual. Por fim, o perigo e a espada correspondem com o auge da
perseguição, situação em que os cristãos muitas das vezes são conduzidos à
morte.
Absolutamente nada poderá
separar o cristão do amor de Deus. O apóstolo usa de grande esforço para
escolher as palavras que descrevem a certeza absoluta da existência do amor de
Deus em favor do cristão. Nada é tão difícil ou perigoso, nem a morte, nem a
vida, que possa nos separar de Deus. Se Deus, o único ser não-criado, é por
nós, nada neste mundo pode nos separar dele, o que torna a nossa segurança nele
absoluta (RADMACHER; ALLEN; HOUSE,
p.386).
Portanto,
é Deus quem justifica o crente, foi Cristo que antes morreu, ressuscitou, e
está destra do Pai e intercede pelos os cristãos e a certeza maior, é que
nenhum adversário separará o servo do seu Senhor.
REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
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