Deus é Fiel

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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Carta aos Romanos – Tristeza e amor de Paulo para com os israelitas


Tristeza e amor de Paulo para com os israelitas
Texto: 1- Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):
2- Tenho grande tristeza e continua dor no meu coração.
3- Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne.
4- Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;
5- dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém! (Rm 9.1-5).
Os capítulos 9, 10 e11 da carta aos Romanos fazem parte da primeira divisão da epístola que tem como temática: salvação pela fé. Porém, estes capítulos tratam basicamente a respeito da incredulidade dos israelitas.
Sendo que o apóstolo Paulo demonstra sua tristeza pela incredulidade dos seus irmãos na carne, assim como o seu amor, desejando que estes viessem a ter um relacionamento com Cristo. O amor do apóstolo aos israelitas é tão grande ao ponto de desejar separar de Cristo para que os filhos da promessa alcançasse a salvação.
Paulo lista oito grandes privilégios outorgados por Deus ao povo da promessa: adoção de filhos, glória, concerto, lei, o culto, a promessa, os pais e o maior privilégio, Cristo.
O privilégio da adoção de filhos
A narrativa bíblica outorga esclarecimentos de quatro tipos distintos de filhos de Deus. O primeiro pela narrativa bíblica é Adão, sendo conhecido como filho por formação. O segundo tipo é o conjunto de anjos, que são conhecidos como filhos por criação. Por terceiro os judeus, que são os filhos da eleição, dentre 70 nações foram escolhidos por Deus para o sacerdócio. E por fim, a igreja, os filhos de adoção.

O privilégio da glória
Deus escolheu a Israel para mostrar a sua glória ao mundo. Nenhum povo contemplou tamanha glória divina revelada como a nação de Israel.
34- Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo. 35- Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo. 36- Quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os filhos de Israel caminhavam avante, em todas as suas jornadas; 37- se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em que ela se levantava. 38- De dia, a nuvem do SENHOR repousava sobre o tabernáculo, e, de noite, havia fogo nela, à vista de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas (Êx 40.34-38).
A descrição, a glória do Senhor encheu o tabernáculo, indica que a presença do Senhor foi revelada aos israelitas. A manifestação da glória do Senhor é muitas das vezes chamada de Shekinah, palavra que significa residir, isto é, a presença de Deus no meio dos seus. Logo, o privilégio da glória outorgado aos israelitas corresponde com a presença divina. Um israelita fiel e seguidor de Deus podia ver o tabernáculo e perceber que o Senhor estava lá em esplendor e poder. E com Ele, as pessoas seguiram rumo a Canaã, a Terra Prometida (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.199).
O privilégio do concerto
Na Antiga Aliança Deus afirmou concerto com Adão, Noé, Abraão, Moisés e Davi. Porém, o presente texto corresponde com o concerto de Deus com Abraão. Aliança que se caracteriza em ser incondicional e perpétua, e por confirmar a promessa do Salvador (Gn 17.19).
A promessa a Abraão abrange três posteridades: a de Ismael, a de Israel e a da Igreja. A de Ismael é puramente carnal, a de Israel é carnal e espiritual, e a da Igreja é puramente espiritual (Gn 17.20; Rm 4.11; Gl 3.14). Portanto, a aliança de Deus para com Abraão é abrangente e graciosa, tornando-se eficiente e eficaz pela obra redentora de Jesus.
O privilégio da Lei
Dois benefícios são notáveis da lei para os israelitas: a lei revela a justiça de Deus e a lei é responsável pelo ensino até a manifestação de Jesus Cristo.
1- A Lei revela a justiça de Deus. A lei revela a justiça divina, assim como também demonstra a injustiça por parte dos homens. Ou seja, a lei indicava que os homens eram injustos em suas obras e por isso, eram incapazes de se salvarem, sendo que a justiça de Deus se manifesta na pessoa e na obra de Jesus Cristo.
2- A lei é responsável pelo ensino até a manifestação de Cristo. Anterior ao ministério do Senhor Jesus a lei definia a educação dos judeus. Calvino dizia que a lei era a gramática da teologia, pois para ele o apóstolo “Paulo associou os judeus a crianças por viverem conforme os ensinos da lei, e nós os da graça com a fase adulta”.
Logo, os quatro primeiros privilégios de Deus para com os israelitas são fundamentais para que haja compreensão no que diz respeito à tristeza de Paulo no que corresponde a incredulidade dos israelitas.
REFERÊNCIA
CALVINO, João. Gálatas. São Paulo: Editora Fiel, 2007.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

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