Tristeza e amor de Paulo para com os
israelitas
Texto: 1- Em Cristo digo a
verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):
2- Tenho grande tristeza
e continua dor no meu coração.
3- Porque eu mesmo poderia
desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes
segundo a carne.
4- Que são israelitas,
dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto,
e as promessas;
5- dos quais são os
pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito
eternamente. Amém! (Rm
9.1-5).
Os
capítulos 9, 10 e11 da carta aos Romanos fazem parte da primeira divisão da
epístola que tem como temática: salvação pela fé. Porém, estes capítulos tratam
basicamente a respeito da incredulidade dos israelitas.
Sendo
que o apóstolo Paulo demonstra sua tristeza pela incredulidade dos seus irmãos
na carne, assim como o seu amor, desejando que estes viessem a ter um
relacionamento com Cristo. O amor do apóstolo aos israelitas é tão grande ao
ponto de desejar separar de Cristo para que os filhos da promessa alcançasse a
salvação.
Paulo
lista oito grandes privilégios outorgados por Deus ao povo da promessa: adoção
de filhos, glória, concerto, lei, o culto, a promessa, os pais e o maior
privilégio, Cristo.
O privilégio da adoção de filhos
A
narrativa bíblica outorga esclarecimentos de quatro tipos distintos de filhos
de Deus. O primeiro pela narrativa bíblica é Adão, sendo conhecido como filho
por formação. O segundo tipo é o conjunto de anjos, que são conhecidos como
filhos por criação. Por terceiro os judeus, que são os filhos da eleição,
dentre 70 nações foram escolhidos por Deus para o sacerdócio. E por fim, a
igreja, os filhos de adoção.
O privilégio da glória
Deus
escolheu a Israel para mostrar a sua glória ao mundo. Nenhum povo contemplou
tamanha glória divina revelada como a nação de Israel.
34- Então, a nuvem cobriu a
tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo. 35- Moisés não
podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a
glória do SENHOR enchia o tabernáculo. 36- Quando a nuvem se levantava de sobre
o tabernáculo, os filhos de Israel caminhavam avante, em todas as suas
jornadas; 37- se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia
em que ela se levantava. 38- De dia, a nuvem do SENHOR repousava sobre o
tabernáculo, e, de noite, havia fogo nela, à vista de toda a casa de Israel, em
todas as suas jornadas (Êx 40.34-38).
A
descrição, a glória do Senhor encheu o
tabernáculo, indica que a presença do Senhor foi revelada aos israelitas. A
manifestação da glória do Senhor é muitas das vezes chamada de Shekinah,
palavra que significa residir, isto é, a presença de Deus no meio dos seus.
Logo, o privilégio da glória outorgado aos israelitas corresponde com a
presença divina. Um israelita fiel e
seguidor de Deus podia ver o tabernáculo e perceber que o Senhor estava lá em
esplendor e poder. E com Ele, as pessoas seguiram rumo a Canaã, a Terra
Prometida (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.199).
O privilégio do concerto
Na
Antiga Aliança Deus afirmou concerto com Adão, Noé, Abraão, Moisés e Davi.
Porém, o presente texto corresponde com o concerto de Deus com Abraão. Aliança
que se caracteriza em ser incondicional e perpétua, e por confirmar a promessa
do Salvador (Gn 17.19).
A
promessa a Abraão abrange três posteridades: a de Ismael, a de Israel e a da
Igreja. A de Ismael é puramente carnal, a de Israel é carnal e espiritual, e a
da Igreja é puramente espiritual (Gn 17.20; Rm 4.11; Gl 3.14). Portanto, a
aliança de Deus para com Abraão é abrangente e graciosa, tornando-se eficiente
e eficaz pela obra redentora de Jesus.
O privilégio da Lei
Dois
benefícios são notáveis da lei para os israelitas: a lei revela a justiça de
Deus e a lei é responsável pelo ensino até a manifestação de Jesus Cristo.
1- A Lei revela a justiça de
Deus. A lei revela a justiça divina, assim como também
demonstra a injustiça por parte dos homens. Ou seja, a lei indicava que os
homens eram injustos em suas obras e por isso, eram incapazes de se salvarem,
sendo que a justiça de Deus se manifesta na pessoa e na obra de Jesus Cristo.
2- A lei é responsável pelo
ensino até a manifestação de Cristo. Anterior ao ministério do
Senhor Jesus a lei definia a educação dos judeus. Calvino dizia que a lei era a
gramática da teologia, pois para ele o apóstolo “Paulo associou os judeus a crianças por viverem conforme os ensinos da
lei, e nós os da graça com a fase adulta”.
Logo,
os quatro primeiros privilégios de Deus para com os israelitas são fundamentais
para que haja compreensão no que diz respeito à tristeza de Paulo no que
corresponde a incredulidade dos israelitas.
REFERÊNCIA
CALVINO, João. Gálatas. São Paulo: Editora Fiel, 2007.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
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