Os benefícios da justificação
O capítulo cinco da carta aos Romanos, conforme Richards apresenta
oito benefícios pertencentes aos cristãos: paz com Deus (v.1), acesso a Deus e
a sua graça (v.2), justificação (v. 9), salvação hoje (v.10), reconciliação
(v.11), a capacidade de viver uma vida justa (v.17), o direito a própria vida
(v18), e a vida eterna (21).
Sendo, pois, justificados
pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também
temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na
esperança da glória de Deus. (Rm 5.1, 2).
A expressão, gloria-se, é uma característica peculiar do apóstolo
Paulo. O termo, gloriar, pode se referir ao orgulho humano ou satisfação por
conquistas, mas o motivo que todo o cristão tem de se gloriar, conforme Paulo é
na esperança da glória de Deus (v.2), nas tribulações, pois a tribulação produz
paciência (v.3) e gloria-se em Deus, por Jesus Cristo por alcançar nEle a
reconciliação (v.11).
Temos
paz com Deus (v.1). Ter paz com Deus não corresponde a
sentimento de sossego, mas ao estado de reconciliação obtida pelo cristão com
Deus. Certo que pelo mérito da obra de Cristo no calvário.
Temos
acesso a Deus e a Sua graça (v.2). Este
benefício indica que o crente pode chegar à presença do Senhor. Portanto, por
meio da oração, elemento da graça, o crente pode se aproximar de Deus, porém,
conforme a esperança futura da glória de Deus, em um breve dia os fiéis serão
conforme o Senhor (1 Jo 3.2).
O cristão pode se alegrar diante da esperança futura, isto é, a
glória que o cristão desfrutará ao lado do Criador. Este orgulhar demonstra
total segurança, porque Deus depositou no coração de cada cristão o Espírito
Santo (v.5). Quem tem o Espírito Santo tem a salvação.
A esperança não traz confusão, logo os servos de Cristo não serão
envergonhados ou humilhados por causa da esperança, pois ela cumprirá
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.373).
A palavra tribulação pode ser compreendida pelos seguintes termos:
frustração, sofrimento, pressão, perseguição, abandono etc...
Jesus não morreu para nos
tornar materialmente ricos, para garantir saúde física, ou nos imunizar contra
as tribulações durante nossa vida terrena. Jesus morreu para nos dar bênçãos
muito mais ricas do que estas! (...)
O sofrimento ajudará a nos
proteger do erro de fixar nossas esperanças naquilo que podemos ganhar aqui,
amanhã, e não em Deus (...).
Deus pode usar a pobreza e o
sofrimento, para manter nossos olhos fixados na riqueza espiritual que já
possuímos, e nossas esperanças fixadas nele
(RICHARDS,
p. 297).
O gloriar nas tribulações segundo Paulo se relaciona diretamente
aos resultados desta na vida do cristão:
A tribulação produz
paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança (Rm 5.
3,4).
Através da tribulação Deus desenvolve no cristão a perseverança e
o caráter. Pois, caráter é o complexo de
características mentais e éticas que marcam e, geralmente, individualizam uma
pessoa, grupo ou nação (MUNROE,
p.34).
II – AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rm
5.5-11)
Os versículos em análise deste tópico apresentam três benefícios
da justificação:
Temos
justificação (v.9). Ser justificado é ser absorvido, isto é, é ser declarado justo.
Justificação é um termo derivado do grego dikaió,
indica que o indivíduo foi declarado justo. Portanto, ser justificado, indica
que o cristão foi declarado justo pela obra de Jesus no calvário.
Temos salvação (v.10).
Já foi
descrito em texto anterior a respeito do poder do pecado na vida do indivíduo
que é definido no aprisionar e no condenar. Logo, seremos salvos pela sua vida,
não corresponde a algo futuro, mas corresponde ao fato que o cristão alcançou a
emancipação do poder do pecado.
Temos a reconciliação (v.
11). A aproximação para com Deus por parte do
indivíduo indica que houve mudança de atitude. Ter a reconciliação é saber:
Deus, que outrora tinha o pecador como Seu inimigo, agora o considera íntegro
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.374).
III – AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm
5.12-21)
Os versículos em análise deste tópico apresentam três benefícios
da justificação:
Temos a capacidade de viver
uma vida justa (v.17). A vida
justa indica uma vida sem a condenação do pecado que é a morte. Pois, no
governo de Jesus o cristão passa a ser guiado para a obtenção da vida eterna.
Temos a própria vida (v.18). Logo, todos
os justificados são livres em Cristo e passam a serem livres da condenação,
pois são justificados em Jesus Cristo.
Temos a vida eterna (v. 21).
A vida
eterna corresponde a uma vida livre da presença do pecado. Isto, porque “as
coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do
homem são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co 2.9).
Por fim, o cristão não pode em circunstância nenhuma se gloriar em
sua própria força, pois os benefícios alcançados pelo crente estão diretamente
associados ao agir de Deus na vida de cada indivíduo mediante a obra da
salvação realizada por Jesus.
REFERÊNCIA
MUNROE,
Myles. O Poder do caráter na liderança
como os valores, a moral, a ética e os princípios afetam os líderes. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel Ltda, 2015.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B.
HOUSE, H. Wayne. O Novo
comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
RICHARDS.
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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