A Necessidade Universal da Salvação em Cristo
A verdade prática afirma que o pecado manchou toda a raça humana e
somente o sangue de Cristo é suficiente para purifica-lo. Logo,
o pecado (gr. Hamartía) tem como significado errar o alvo. O pecado é toda
transgressão à vontade de Deus. O resultado da hamartía é a morte, isto é, a transgressão
traz a separação para com a pessoa de Deus.
I – A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DOS GENTIOS
(Rm 1.18-32)
Para entender os parágrafos que
estão inseridos em Rm 1. 18-32 é necessário desenvolver as seguintes divisões:
o que de Deus se pode conhecer, o juízo de Deus é um fato, a rejeição do
conhecimento de Deus é a causa do julgamento e, o resultado da rejeição é o
aumento da iniquidade.
Rejeição do
conhecimento de Deus. A rejeição do conhecimento de Deus é a
causa do juízo. As consequências para os que rejeitam o conhecimento de Deus
são graves. Na Antiga Aliança o profeta Oséias lista as seguintes percas como
consequências da rejeição do conhecimento de Deus: povo destruído, povo
rejeitado, ministério rejeitado e o abandono de Deus para com os filhos
daqueles que rejeitaram o conhecimento (Os 4.6).
Já o apóstolo Paulo na Nova Aliança lista as seguintes situações:
Deus os entregou às concupiscências, Deus os abandonou às paixões infames e
Deus os entregou a um sentimento perverso (Rm 1. 24,26,28).
A rejeição
humana para com o conhecimento de Deus proporciona o aumento da iniquidade. Há três
divisões na explicação do aumento do pecado.
A primeira explicação vem após a seguinte frase: Deus os entregou
às concupiscências do coração, e o pecado a ser citado é a idolatria. Que conforme
a passagem é a tentativa da mudança da verdade de Deus em mentira e, o honrar e
servir mais a criatura do que o Criador (Rm 1. 24,25).
Já a segunda, vem após a frase: Deus os abandonou às paixões
infames, e o pecado a ser citado é a prática homossexual. Portanto, nem o AT,
nem o NT, reconhecem a homossexualidade como estilo de vida alternativo
(RICHARDS, p.291).
Por fim, Deus os entregou a um sentimento perverso (Rm 1. 29-32),
estes tais são dignos de morte, pois conhecem a justiça de Deus, mas praticam o
que desagrada a Deus.
II – A NECESSIDADE DE SALVAÇÃO DOS JUDEUS
(Rm 2.1-3.8)
Cerca de 70 vezes o termo lei aparece na epístola aos Romanos e
com amplo significado. Na carta aos Romanos há sete tipos de leis citadas pelo
o apóstolo.
1- Lei da
Fé (Rm 3.27). Estar associada a imposições, ou seja, esta lei requer fé da parte
dos que são chamados por Deus, também requer correta ação e é a lei da fé que
os servos de Deus seguem.
2- Lei do
marido (Rm 7.2). Se vive o marido a mulher estar ligada ao cônjuge. Morto o marido
a mulher fica livre. Logo, o apóstolo Paulo faz desta ilustração a seguinte
aplicação: morreu-se a lei, agora o cristão é livre para casar com a graça
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.379).
3- Lei de
Deus (Rm 7.21). O termo lei de Deus aparece sete vezes na Bíblia. Quatro destas no
Antigo Testamento e estar associada com todo o Pentateuco (Js 24.26; Ne 8.8,18;
Ne 10.29). Já no Novo Testamento aparece três vezes (Rm 7.22.25; Rm 8.7) onde
há um contraste com a lei do pecado, logo a lei se associa com a ação divina
que transforma e santifica o ser humano.
4- Lei do
entendimento (Rm 7.23). Para Champlin esta é a porção mais nobre
do homem, talvez em sua alma regenerada, ou pelo menos, da alma que já recebeu
certa dose de iluminação espiritual. Essa lei combate a lei interior e corrupta
(p.773).
5- Lei do
pecado (Rm 7.23). Corresponde com a própria natureza do homem e impede este de
fazer o bem. Logo, esta é a lei do homem carnal.
6- Lei da
morte (Rm 8.2). Termo que se associa com o princípio do mal e com a lei de
Moisés. O motivo desta se associar com a lei de Moisés estar na condenação
proveniente da lei.
7- Lei do
Espírito (Rm 8.2). Se a lei do pecado condena e leva o homem a morte, a lei do
Espírito vivifica e conduz o homem à presença de Deus.
III – A
NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE
Paulo expressa que tanto judeus como os gregos, estão debaixo do
pecado, isto é, estão sobre os efeitos do pecado (Rm 3.9). A penalidade do
pecado permite a seguinte conclusão: não há um justo (Rm 3.10). Logo, se não há
um justo debaixo da lei a depravação da humanidade se torna visível em:
1- Não há
um justo, nem um sequer (Rm 3.10). Em outra versão não há uma só pessoa que
faça o que é certo.
2- Não há
ninguém que entenda (Rm 3.11). Ou seja, não há ninguém que tenha juízo. Os
que estão debaixo da penalidade do pecado são indivíduos que não conhecem a
Deus ou indivíduos que abandonaram a Deus. Fato associado ao homem natural, que
não conhece, e ao carnal que abandonou a Deus. Portanto, o presente texto se
associa com o homem natural que não conhece a Deus.
3- Não há
ninguém que busque a Deus (Rm 3.11). Isto é, não há ninguém que adore a Deus.
Quando associado ao homem carnal o não adorar a Deus presente no versículo se
refere a ações religiosas, onde não há verdadeira adoração, mas pura
apresentação.
4- Todos se
extraviaram e juntamente se fizeram inúteis (Rm 3.12). Logo, todos
se perderam e se tornaram inúteis. Desviaram e se fizeram inúteis, isto é, se
tornaram em pessoas sem utilidade para Deus e para os propósitos de Deus.
5- Não há
quem faça o bem, não há nem um só (Rm 3.12). Quem sabe fazer o bem e não faz
comete pecado (Tg 4.17). O texto não se refere em não saber fazer o bem, mas ao
fato de não querer fazer o bem.
6- Todos
mentem e enganam (Rm 3.13). Os lábios dos que estão sobre o domínio do
pecado são fontes de mentira e de morte.
7- Se
apressam para matar (Rm 3.15). Pessoas distanciadas de Deus são propensas
à violência. Eles cometem crimes e matam porque não têm nenhum respeito pela
vida de seu semelhante (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.369).
8- Não há
temor de Deus diante de seus olhos (Rm 3.18). Isto é, não há reverência divida a
Deus. Para Salomão o temor do Senhor é o princípio de toda sabedoria (Pv 1.7).
A penalidade do pecado sobre o indivíduo indica que este se
encontra no estado de escravidão. Portanto, o elo da salvação que retira a
penalidade do pecado do indivíduo é a justificação.
Referência:
ALLEN, Ronaldo B.
RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 3. São Paulo: Hagnos, 2014.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2008.
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