Lembrai-vos dos
vossos pastores
7- Lembrai-vos dos vossos
pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando
para a sua maneira de viver. (Hb 13.7).
O
parágrafo em estudo se inicia com a seguinte descrição, lembrai-vos dos vossos pastores (v.7), e termina com as seguintes
palavras, obedecei a vossos pastores e
sujeita-vos a eles (v.17).
Conforme
a aprendizagem do parágrafo os pastores deverão ser lembrados por terem
ensinado aos membros da comunidade cristã uma mensagem cristocêntrica (vv.8,9),
por terem conduzido os crentes à correta liturgia na adoração (vv.10,11,15), instruído
a comunidade cristã ao objetivo da morte de Cristo no calvário (vv.12,13,14), e
por terem exortado aos crentes a vivenciarem uma autêntica prática cristã
(v.16).
O ministério Pastoral
O
pastor tem como ofício conduzir o rebanho a Deus. Sendo que na condução do
rebanho o pastor sofrerá ataques do inimigo para que o mesmo venha a desistir
da chamada. O pastor tem como missão apascentar o rebanho de Deus. Por
personagens importantes no cenário bíblico nota-se que Deus é comparado a um
pastor (Sl 23.1) que outorga segurança e sustento ao rebanho. Dentre os oficias
de Deus no contexto sagrado, percebe-se no Novo Testamento a presença
importante do pastor como elemento essencial para a edificação, união e
aperfeiçoamento dos santos, porém nestes últimos dias é necessário que a Igreja
tenha cuidado com os falsos pastores que são de fato aproveitadores do rebanho
e não ministros do evangelho.
Deus
chama homens para exercerem as mais distintas tarefas em sua obra, sendo que um
dos mais nobres dos ofícios ministeriais é o ministério pastoral. No ofício
pastoral o ministro de Deus exerce inúmeras funções, como: o ensino da Palavra,
a evangelização, o socorro aos necessitados, à liderança e o aconselhamento.
Porém, logo abaixo se percebe os objetivos centrais do ministério do pastor:
a) Aperfeiçoamento dos
crentes. A missão do pastor é ensinar a Palavra de Deus tendo como
finalidade o desenvolvimento do cristão.
b) Capacitação dos crentes. Na
missão pastoral de capacitar os cristãos o ministro do evangelho se apresenta
como: instrutor e motivador.
Como Instrutor. O
pastor ensina a Palavra de Deus para que o cristão seja bem-sucedido em todas
as áreas da vida. Na área espiritual, o objetivo é que o cristão cresça na
presença de Deus. Já na área física, que haja saúde (3 Jo 2). E na área
financeira para que haja prosperidade em tudo quanto fizer (Sl 1.3).
Como Motivador. De
fato o pastor estimula os crentes a alcançar alvos e manter os valores cristãos
em harmonia com as atividades sociais. O pastor como motivador reconhece em
suas ovelhas o chamado de Deus para cada uma. Sendo conhecedor do chamado de
Deus para com as ovelhas o pastor como líder espiritual motivará as suas
ovelhas a servirem a Deus da melhor maneira possível. Em suma, o pastor como
motivador desperta o chamado de Deus na vida dos membros da igreja.
c) Preservação da unidade do
corpo de Cristo. A unidade da igreja deverá ser preservada. A
igreja é a união de pessoas diferentes que possuem hábitos diversos e são
imperfeitas em si mesmas. Por tal realidade se compreende que haverá
discórdias, invejas, ciúmes e outras tantas obras da carne. Quando isto ocorre
nota-se que a unidade está sofrendo um colapso. Sem unidade do reino não haverá
crescimento do reino (Mt 12.25).
d) A administração
eclesiástica. O pastor como administrador estabelece
objetivos para a igreja (planeja), direciona os recursos (organiza), motiva ao
delegar funções (dirigir) e controla os resultados. Porém, como administrador o
pastor não poderá ser um líder exclusivista e nem mesmo centralizador. Um bom
exemplo de líder que reconheceu a importância do auxilio de outros na liderança
foi Moisés, isto só ocorreu após o conselho de Jetro que percebeu desordem e
ineficiência de Moisés no atendimento aos israelitas (Êx 18.13,14).
Lembrai-vos dos vossos pastores
Ao
utilizar palavras no passado, nota-se que o parágrafo se inicia descrevendo a importância
de pastores que já haviam morrido. Porém, destes líderes a igreja deveria lembrar-se
da palavra que tinha sido ensinada, da fidelidade e, por fim, a igreja em Roma
deveria atentar para a prática de vida dos pastores que já tinha partido para a
glória.
Morre-se
um homem, mas as suas obras testificam a respeito de sua vida.
Líderes
haviam morrido, mas os ensinos transmitidos por estes deveriam ser lembrados, assim
também como a fidelidade dos mesmos deveria ser reconhecida.
Obedecei a vossos pastores, e
sujeita-vos a eles
A
obediência e a sujeição aos pastores conforme ao que está escrito no original
pode ser traduzir da seguinte maneira:
Obediência,
permitam-se ser persuadidos, ou instruídos; Sujeitai-vos, estejam dispostos a cederem.
O
termo pastor (v.17) tem como definição aquele que lidera ou aquele que guia,
portanto, o pastor é o guia espiritual que palmilha o caminho rumo à santidade
como exemplo dos fieis.
A autoridade do líder não é vista
como sendo algum direito de controle, mas somente como um direito de
influenciar as escolhas dos irmãos e das irmãs sobre quem o líder mantém vigilância (RICHARDS,
p.509).
O
presente versículo permite entender que os líderes
atuais prestarão contas do seu serviço no dia do tribunal de Cristo (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p.667).
Portanto,
muitos são chamados e poucos são escolhidos (Mt 22.14). Dentre tantos que foram
chamados por Deus para o ministério pastoral poucos se dedicaram à unidade da
igreja e a edificação dos crentes. Por isso, cabe aos líderes atuais a se
posicionarem como autênticos mestres para ensinarem a autêntica palavra de Deus
buscando o aperfeiçoamento dos santos. A igreja deve a estes homens imitar a fé
(Hb 13.7).
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl
D. HOUSE, H. Wayne. O
Novo comentário Bíblico Antigo Testamento. Rio de Janeiro:
Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS.
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.