Deus é Fiel

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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Carta aos Hebreus – Lembrai-vos dos vossos pastores


Lembrai-vos dos vossos pastores
7- Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. (Hb 13.7).
O parágrafo em estudo se inicia com a seguinte descrição, lembrai-vos dos vossos pastores (v.7), e termina com as seguintes palavras, obedecei a vossos pastores e sujeita-vos a eles (v.17).
Conforme a aprendizagem do parágrafo os pastores deverão ser lembrados por terem ensinado aos membros da comunidade cristã uma mensagem cristocêntrica (vv.8,9), por terem conduzido os crentes à correta liturgia na adoração (vv.10,11,15), instruído a comunidade cristã ao objetivo da morte de Cristo no calvário (vv.12,13,14), e por terem exortado aos crentes a vivenciarem uma autêntica prática cristã (v.16).
O ministério Pastoral
O pastor tem como ofício conduzir o rebanho a Deus. Sendo que na condução do rebanho o pastor sofrerá ataques do inimigo para que o mesmo venha a desistir da chamada. O pastor tem como missão apascentar o rebanho de Deus. Por personagens importantes no cenário bíblico nota-se que Deus é comparado a um pastor (Sl 23.1) que outorga segurança e sustento ao rebanho. Dentre os oficias de Deus no contexto sagrado, percebe-se no Novo Testamento a presença importante do pastor como elemento essencial para a edificação, união e aperfeiçoamento dos santos, porém nestes últimos dias é necessário que a Igreja tenha cuidado com os falsos pastores que são de fato aproveitadores do rebanho e não ministros do evangelho.
Deus chama homens para exercerem as mais distintas tarefas em sua obra, sendo que um dos mais nobres dos ofícios ministeriais é o ministério pastoral. No ofício pastoral o ministro de Deus exerce inúmeras funções, como: o ensino da Palavra, a evangelização, o socorro aos necessitados, à liderança e o aconselhamento. Porém, logo abaixo se percebe os objetivos centrais do ministério do pastor:
a) Aperfeiçoamento dos crentes. A missão do pastor é ensinar a Palavra de Deus tendo como finalidade o desenvolvimento do cristão.
b) Capacitação dos crentes. Na missão pastoral de capacitar os cristãos o ministro do evangelho se apresenta como: instrutor e motivador.
Como Instrutor. O pastor ensina a Palavra de Deus para que o cristão seja bem-sucedido em todas as áreas da vida. Na área espiritual, o objetivo é que o cristão cresça na presença de Deus. Já na área física, que haja saúde (3 Jo 2). E na área financeira para que haja prosperidade em tudo quanto fizer (Sl 1.3).
Como Motivador. De fato o pastor estimula os crentes a alcançar alvos e manter os valores cristãos em harmonia com as atividades sociais. O pastor como motivador reconhece em suas ovelhas o chamado de Deus para cada uma. Sendo conhecedor do chamado de Deus para com as ovelhas o pastor como líder espiritual motivará as suas ovelhas a servirem a Deus da melhor maneira possível. Em suma, o pastor como motivador desperta o chamado de Deus na vida dos membros da igreja.
c) Preservação da unidade do corpo de Cristo. A unidade da igreja deverá ser preservada. A igreja é a união de pessoas diferentes que possuem hábitos diversos e são imperfeitas em si mesmas. Por tal realidade se compreende que haverá discórdias, invejas, ciúmes e outras tantas obras da carne. Quando isto ocorre nota-se que a unidade está sofrendo um colapso. Sem unidade do reino não haverá crescimento do reino (Mt 12.25).
d) A administração eclesiástica. O pastor como administrador estabelece objetivos para a igreja (planeja), direciona os recursos (organiza), motiva ao delegar funções (dirigir) e controla os resultados. Porém, como administrador o pastor não poderá ser um líder exclusivista e nem mesmo centralizador. Um bom exemplo de líder que reconheceu a importância do auxilio de outros na liderança foi Moisés, isto só ocorreu após o conselho de Jetro que percebeu desordem e ineficiência de Moisés no atendimento aos israelitas (Êx 18.13,14).
Lembrai-vos dos vossos pastores
Ao utilizar palavras no passado, nota-se que o parágrafo se inicia descrevendo a importância de pastores que já haviam morrido. Porém, destes líderes a igreja deveria lembrar-se da palavra que tinha sido ensinada, da fidelidade e, por fim, a igreja em Roma deveria atentar para a prática de vida dos pastores que já tinha partido para a glória.
Morre-se um homem, mas as suas obras testificam a respeito de sua vida.
Líderes haviam morrido, mas os ensinos transmitidos por estes deveriam ser lembrados, assim também como a fidelidade dos mesmos deveria ser reconhecida.
Obedecei a vossos pastores, e sujeita-vos a eles
A obediência e a sujeição aos pastores conforme ao que está escrito no original pode ser traduzir da seguinte maneira:
Obediência, permitam-se ser persuadidos, ou instruídos; Sujeitai-vos, estejam dispostos a cederem.
O termo pastor (v.17) tem como definição aquele que lidera ou aquele que guia, portanto, o pastor é o guia espiritual que palmilha o caminho rumo à santidade como exemplo dos fieis.
A autoridade do líder não é vista como sendo algum direito de controle, mas somente como um direito de influenciar as escolhas dos irmãos e das irmãs sobre quem o líder mantém vigilância (RICHARDS, p.509).
O presente versículo permite entender que os líderes atuais prestarão contas do seu serviço no dia do tribunal de Cristo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.667).
Portanto, muitos são chamados e poucos são escolhidos (Mt 22.14). Dentre tantos que foram chamados por Deus para o ministério pastoral poucos se dedicaram à unidade da igreja e a edificação dos crentes. Por isso, cabe aos líderes atuais a se posicionarem como autênticos mestres para ensinarem a autêntica palavra de Deus buscando o aperfeiçoamento dos santos. A igreja deve a estes homens imitar a fé (Hb 13.7).
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Antigo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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