A Disciplina revela
o amor de Deus
5- E já vos esquecestes da
exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a
correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;
6- Porque o Senhor corrige o que ama e
açoita a qualquer que recebe por filho.
7- Se suportais a correção, Deus vos
trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija?
11- E, na verdade, toda correção, ao
presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois, produz um
fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela (Hb 12.5-7,11).
O
presente parágrafo que se inicia no versículo 4 e vai até o versículo 11
apresenta algumas palavras que são importantes para a compreensão da temática:
a disciplina revela o amor de Deus. Sendo que estas palavras são: pecado (v.4),
filho (v.5), correção (v.5), açoita (v.6), disciplina (v.8), bastardos (v.8),
santidade (v.10), gozo, tristeza, pacífico e justiça (v.11).
Não despreze a correção do Senhor (vv.
5,6)
O
termo correção na língua portuguesa pode ser definido por retificação, ou seja,
alteração do que não está certo. Porém, no texto Bíblico (Hb 12.5), a palavra
pode ser definida por instrução que significa ensino desenvolvido por Deus a aqueles
que Ele ama. Pois, a palavra grega presente no texto (παιδευει) e que é cita
por treze vezes na Bíblia significa corrigir a criança. Portanto, se compreende
que Deus sendo Pai instrui os seus filhos.
1- A correção do Senhor é motivada pelo
amor. Champlin apresenta duas frases que merecem destaque sobre
a correção divina: o oposto da injustiça
não é a justiça, mas o amor, e o juízo é um dedo da mão amorosa de Deus (p.
933).
Nos
versículos 5 e 6 Deus é apresentado pelo nome Senhor, sendo que o termo Senhor
é utilizado na Bíblia para descrever a misericórdia e o amor divino revelado
aos homens. Já o termo Deus que é citado no versículo 7 descreve o poder divino
que se revela nas obras criadas principalmente na obra prima de Deus.
2- Ao receber a correção
divina. Que filho há quem o pai não corrija? Quem não recebe a
correção é bastardo e não filho (v.8).
Portanto,
quando o crente recebe de Deus a correção o mesmo não poderá: outorgar espaço
para a ira, desanimar e não se esquecer do propósito.
a)
A ira não poderá florescer no coração do filho quando este é corrigido pelo
pai. Assim também o crente não pode dá lugar a ira quando é corrigido por Deus,
pois Ele sabe que o indivíduo necessita da correção.
b)
A correção é motivada pelo amor, logo, a mesma não tem como objetivo causar
desânimo nas pessoas corrigidas, mas ao contrário, tem como objetivo motivar as
pessoas a fazerem o que é certo.
c)
A correção divina conduz o cristão a olhar para
Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto,
suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus
(Hb 12.2).
Se suportais a correção (v.7)
A
existência da ação em corrigir alguém está relacionada com o pecado. A correção
é dirigida a aqueles que estão no pecado, sobre o poder do pecado e sobre a
condenação do pecado. Se alguém não aceita a correção este não é considerado
filho, mas de fato um bastardo.
O
indivíduo suporta a correção quando o mesmo reconhece a paternidade divina e
quando sente uma tristeza segundo Deus.
1- O reconhecimento da
paternidade divina. Porque
não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor,
mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai
(Rm 8.15).
2- A tristeza segundo Deus. Agora, no entanto, me alegro, não porque
fostes contristados, mas porque o efeito da tristeza vos levou ao arrependimento.
Porquanto, segundo a vontade de Deus é que fostes entristecidos, a fim de que
não sofrêsseis prejuízo algum por nossa causa. A tristeza, conforme o Senhor,
não produz remorso, mas sim uma qualidade de arrependimento que conduz à
salvação; porém, a tristeza do mundo traz a morte (2 Co 7.9,10).
A
finalidade da correção divina (v.11)
A finalidade
da correção é produzir paz e justiça.
Logo,
a aprendizagem que se tem do ato da correção até a produção da justiça e da paz
é que há necessidade de esforço da parte do cristão para a conquista de
resultados.
A correção que Deus impõe nos dá
oportunidades cada vez mais novas para nos exercitarmos espiritualmente, e
desta forma nos aproximarmos mais do objetivo de Deus para nós, de vida
verdadeiramente justa e de paz interior (RICHARDS, p. 511).
Portanto,
todo crente deverá saber que assim como um pai corrigir o filho que ama, assim
também Deus corrigir os seus filhos, tendo como objetivo a edificação e a frutificação.
Filhos ilegítimos não possuíam direito a herança, portanto se o cristão não
receber a disciplina não terá o direito de filho.
Referência:
CHAMPLIN.
R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e
Filosofia. Volume 1. São Paulo: Hagnos, 2014.
RICHARDS.
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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