Deus é Fiel

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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Carta aos Hebreus – A Disciplina revela o amor de Deus

A Disciplina revela o amor de Deus
5- E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;
6- Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
7- Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija?
11- E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela (Hb 12.5-7,11).
O presente parágrafo que se inicia no versículo 4 e vai até o versículo 11 apresenta algumas palavras que são importantes para a compreensão da temática: a disciplina revela o amor de Deus. Sendo que estas palavras são: pecado (v.4), filho (v.5), correção (v.5), açoita (v.6), disciplina (v.8), bastardos (v.8), santidade (v.10), gozo, tristeza, pacífico e justiça (v.11).
Não despreze a correção do Senhor (vv. 5,6)
O termo correção na língua portuguesa pode ser definido por retificação, ou seja, alteração do que não está certo. Porém, no texto Bíblico (Hb 12.5), a palavra pode ser definida por instrução que significa ensino desenvolvido por Deus a aqueles que Ele ama. Pois, a palavra grega presente no texto (παιδευει) e que é cita por treze vezes na Bíblia significa corrigir a criança. Portanto, se compreende que Deus sendo Pai instrui os seus filhos.
1-  A correção do Senhor é motivada pelo amor. Champlin apresenta duas frases que merecem destaque sobre a correção divina: o oposto da injustiça não é a justiça, mas o amor, e o juízo é um dedo da mão amorosa de Deus (p. 933).
Nos versículos 5 e 6 Deus é apresentado pelo nome Senhor, sendo que o termo Senhor é utilizado na Bíblia para descrever a misericórdia e o amor divino revelado aos homens. Já o termo Deus que é citado no versículo 7 descreve o poder divino que se revela nas obras criadas principalmente na obra prima de Deus.
2- Ao receber a correção divina. Que filho há quem o pai não corrija? Quem não recebe a correção é bastardo e não filho (v.8).
Portanto, quando o crente recebe de Deus a correção o mesmo não poderá: outorgar espaço para a ira, desanimar e não se esquecer do propósito.
a) A ira não poderá florescer no coração do filho quando este é corrigido pelo pai. Assim também o crente não pode dá lugar a ira quando é corrigido por Deus, pois Ele sabe que o indivíduo necessita da correção.
b) A correção é motivada pelo amor, logo, a mesma não tem como objetivo causar desânimo nas pessoas corrigidas, mas ao contrário, tem como objetivo motivar as pessoas a fazerem o que é certo.
c) A correção divina conduz o cristão a olhar para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus (Hb 12.2).
Se suportais a correção (v.7)
A existência da ação em corrigir alguém está relacionada com o pecado. A correção é dirigida a aqueles que estão no pecado, sobre o poder do pecado e sobre a condenação do pecado. Se alguém não aceita a correção este não é considerado filho, mas de fato um bastardo.
O indivíduo suporta a correção quando o mesmo reconhece a paternidade divina e quando sente uma tristeza segundo Deus.
1- O reconhecimento da paternidade divina. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai (Rm 8.15).
2- A tristeza segundo Deus. Agora, no entanto, me alegro, não porque fostes contristados, mas porque o efeito da tristeza vos levou ao arrependimento. Porquanto, segundo a vontade de Deus é que fostes entristecidos, a fim de que não sofrêsseis prejuízo algum por nossa causa. A tristeza, conforme o Senhor, não produz remorso, mas sim uma qualidade de arrependimento que conduz à salvação; porém, a tristeza do mundo traz a morte (2 Co 7.9,10).
A finalidade da correção divina (v.11)
A finalidade da correção é produzir paz e justiça.
Logo, a aprendizagem que se tem do ato da correção até a produção da justiça e da paz é que há necessidade de esforço da parte do cristão para a conquista de resultados.
A correção que Deus impõe nos dá oportunidades cada vez mais novas para nos exercitarmos espiritualmente, e desta forma nos aproximarmos mais do objetivo de Deus para nós, de vida verdadeiramente justa e de paz interior (RICHARDS, p. 511).
Portanto, todo crente deverá saber que assim como um pai corrigir o filho que ama, assim também Deus corrigir os seus filhos, tendo como objetivo a edificação e a frutificação. Filhos ilegítimos não possuíam direito a herança, portanto se o cristão não receber a disciplina não terá o direito de filho.
Referência:
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 1. São Paulo: Hagnos, 2014.

RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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