Não se
turbe o vosso coração, palavra de conforto de Jesus aos seus discípulos
Texto: 1- Não se turbe o vosso coração; credes
em Deus, crede também em mim (Jo 14.1).
As
palavras de despedida de Cristo causou em seus discípulos o sentimento de
tristeza e de perca. Conforme a escrita no original, me tarassestho (gr. Μη ταρασσεσθω),
Jesus fala abertamente aos apóstolos, deixem de se perturbar. O motivo para
tamanha perturbação era as seguintes palavras: filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, e, como
tinha dito aos judeus: para onde eu vou não podeis vós ir, eu vo-lo digo também
agora (Jo 13.33). Ao perceber a perturbação dos apóstolos o Senhor Jesus
outorga palavras de conforto distribuídas em três conselhos:
Primeiro
conselho, a ausência do Mestre seria confortada com o amor entre os apóstolos
(Jo 13.34,35). Segundo conselho, Jesus voltará (Jo 14.1-3,18). E por último, o
terceiro conselho, Jesus enviaria o Consolador (Jo 14.16,17,26).
A
igreja nos dias atuais também passa por momentos de perturbação, logo é
necessário que os cristãos vivenciem as promessas proferidas pelo Senhor Jesus
e com estas promessas os crentes sejam renovados em força para vencer os
principados e potestades nos lugares celestinas, e como resultado deverão permanecer
firmes até o fim.
Conselhos que antecede e sucede ao de não
turbar o coração
Três
são os conselhos que objetiva confortar os discípulos, porém o foco deste
estudo está no segundo conselho, não retirando a importância dos demais para a
compreensão do ministério particular de Cristo. O conselho que antecede fala de
amor mútuo entres os apóstolos e o que sucede descreve a respeito do envio do Espírito
Santo.
1- Conselho antecedente, a ausência
de Cristo confortada com o amor entre os apóstolos. A Igreja
em Coríntios aprendeu com o apóstolo Paulo que o amor não busca os seus
interesses, não se irrita, nunca falha, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta (1 Co 13.4-8). Os apóstolos deveriam suportar a ausência de Jesus Cristo
então este conselho foi digno de vir em
primeiro lugar! Pois, qual consolo pode ser maior para os órfãos do que o amor
mútuo? Mesmo em um mundo tão desanimador e triste, enquanto os irmãos em
aflição forem verdadeiros uns para com os outros em solidariedade e ajuda
recíproca, terão uma infalível fonte de alegria no deserto da tristeza
(BRUCE, p.413).
2- Conselho que sucede, o
Consolador será enviado para conduzir os crentes em toda verdade. Em
continuidade a esta série de estudos a temática a respeito do Consolador terá um
bloco exclusivo. Portanto, conforme as palavras de Cristo o Consolador ficará
para sempre com os cristãos, pois é conhecido e habita nos crentes, e terá como
missão ensinar e lembrar os crentes de tudo que foi ensinado (Jo 14.16,17, 26).
Não se turbe o vosso coração (Jo 14.1-3)
O
segundo conselho pode ser resumido nas seguintes palavras: não vos deixareis órfãos; voltarei para vós (Jo 14.18).
Além
de escutarem a respeito da partida de seu Mestre os discípulos foram informados
a respeito da traição que sucederia de um deles e também da negação que seria
proferida pelo apóstolo Pedro a Cristo. Portanto, era uma noite incomum no
colegiado apostólico. Para consola-los em meio à turbação, Jesus assim ensina:
credes em Deus, credes também em mim; na casa de meu Pai a muitas moradas; e,
vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também.
1- Crede em Deus, credes
também em mim (v.1). Coração turbado, vida desolada e o fracasso
em todas as áreas tem uma solução simples, porém profunda, o crer em Deus. A
travessia do mar Vermelho teve como solução simples, porém profunda, o crer em
Deus. Assim são caracterizadas as ações dos crentes do passado e do presente
nas convicções mais fortes em Deus, pois a questão deferida está na pessoa em
que os cristãos deveriam e devem crer.
Crer
em Deus faz com que os cristãos pensem de forma correta. Pensar da forma correta é a base de uma atitude correta, e nós
começamos a pensar da forma correta quando pensamos em Deus. Assim, em todo o
capítulo 14 do Evangelho de João vemos Jesus, o Mestre eterno, falando a nós
acerca de Deus (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 265).
2- Na
casa de meu Pai a muitas moradas (v.2). Estas palavras foram tão
importantes para o apóstolo Pedro que posteriormente assim escreve: bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para
uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para
uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada
nos céus para vós (1 Pe 1.3,4). No presente o cristão enfrentará
tribulações, já no futuro o cristão terá um lugar de descanso, consolo e paz.
3- Jesus retornará (v.3). A segunda
vinda de Cristo será dividida em duas fases: na primeira, Ele virá para
arrebatar a Igreja, e na segunda, Ele virá com a Igreja para governar sobre a
terra por mil anos. Portanto, o arrebatamento será no abrir e fechar de olhos e
tem como propósitos: a ressurreição dentre os mortos (1 Co 15.22,23), a
transformação dos vivos (1 Co 15.51,52), o arrebatamento dos fiéis e a
apresentação da Igreja a Cristo na qualidade de esposa (Ap 19.7-9).
Com
palavras motivacionais conclui-se esta análise Bíblica: não se preocupe, existe um lugar maravilhoso esperando por nós. Lá não
haverá doença, nem morte, nem traumas ou sofrimento algum. Haverá então uma
alegria maravilhosa e sensacional, com as maiores surpresas a cada dia da
eternidade. Não se preocupe porque Jesus voltará com poder, glória e majestade,
acompanhado de milhões de anjos, justamente nesta época de medo, insegurança e
angústia. Está chegando o grande dia em que o Senhor virá nos buscar
(HAYNES, p.553).
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl
D. HOUSE, H. Wayne. O
Novo comentário Bíblico Antigo Testamento. Rio de Janeiro:
Editora Central Gospel, 2013.
BRUCE.
A.B. O Treinamento dos Doze. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007.
HAYNES,
Gary. Manual bíblico de promessas.
Belo Horizonte: Atos, 2010.
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