Abraão, homem
que foi chamado de amigo pelo próprio Deus
Texto: Mas tu, ó
Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi, semente de Abraão, meu amigo (Is
41.8).
Abraão foi chamado de amigo pelo próprio Deus, percebe-se que
amigo é aquele que quer bem ao outro (Jó 6.14), que faz parte da vida do outro
(Pv 18.24) e que sonha para o bem estar do outro. O presente estudo busca
descrever as características do chamado de Abraão, identificar as jornadas percorridas
pelo patriarca e compreender os pontos necessários para ser considerado amigo
de Deus.
Características do chamado de Abraão
O chamado de Abraão teve características próprias que
o notifica no longo da história da humanidade, pois o patriarca teve que pagar
alto preço para servir conforme a vontade de Deus, sendo que o patriarca Abraão
não recuou, mas prosseguiu firme na promessa do Senhor.
1- O chamado de
Abraão foi pela fé (Hb 11.8). Isto
indica que o patriarca não andava por vista (2 Co 5.7), mas por ser justo viveu
pela fé, pois o justo viverá pela fé (Rm 1.17) e o mesmo sabia que sem fé é
impossível agradar a Deus (Hb 11.6).
2- O chamado de
Abraão exigiu a mudança de localidade. A
mudança foi de Ur dos caldeus para ir a Canaã (Gn 11.31). A primeira mudança
que Deus requer do ser humano ao chamá-lo é que o mesmo mude de atitudes.
Atitude é a tendência de uma pessoa de julgar tais objetos como bons ou ruins,
desejáveis ou indesejáveis.
3- O chamado de
Abraão teve um preço a ser pago. A
renúncia da terra, da parentela e da casa são demonstrações do preço elevado
pago pelo patriarca (Gn 12.1). Abraão renunciou a terra natal, o conforto do
lar, os amigos, o tradicional estilo de vida, o direito de habitar entre os
teus, o direito de ter uma velhice tranquila e o direito de dirigir a sua
própria vida. Portanto, Abraão renunciou, sendo que renunciar é abrir mão de
bens pessoais para servir conforme a vontade de Deus.
A vida de Abraão em comparação a uma jornada
Para o pastor Gonçalves (2016) a vida de Abraão foi
uma jornada da fé que se divide em oito partes didaticamente bem distribuídas.
1- Uma jornada
para conviver com altares, e não com pirâmides (Gn 13.1-4). Jornada em que Abraão se destaca em ser adorador.
2- Uma jornada
onde a visão deve ser maior do que a ambição (Gn 13.7,8). As percas de bens matérias não se comparam com as consequências
da perca da comunhão fraternal.
3- Uma jornada
que não pode ser seduzida por uma imitação do Paraíso nem pelas lembranças do
Egito (Gn 13.10). Abraão não foi
iludido pela aparência, mas prosseguiu pela fé.
4- Uma jornada
que se aproxima de Canaã e se afasta de Sodoma (Gn 13.12,13). O alvo que é a promessa não pode ser invalidado pelo
conforto momentâneo.
5- Uma jornada
onde a exclusividade determina a intimidade (Gn 13.14). Abraão conhecia a voz de Deus.
6- Uma jornada
onde Deus mostra o futuro, mas é o homem quem constrói o presente (Gn
13.14-18). Abraão era um homem de atitudes,
ou seja, um homem de ação.
7- Uma jornada
onde pessoas são mais importantes do que coisas (Gn 14.12,23). Abraão se importou com Ló, pois as pessoas são mais
importantes do que os objetos.
8- Uma jornada
onde Abraão aprendeu que era grande, mas não o maior (Gn 14.18,20). Abraão reconheceu o ministério de Melquisedeque.
Sendo amigo de Deus
Ser amigo de Deus conforme Tiago é torna-se inimigo do
mundo (Tg 4.4). Pois, o mundo material engloba os prazeres materiais da vida
humana. A este tipo de mundo Tiago escreve relatando que aqueles que fazem
amizade, tornam-se inimigos de Deus e infiéis. Portanto, Tiago anteriormente
tinha citado em sua carta um exemplo de amigo de Deus, e este é Abraão,
patriarca que não desacreditou na promessa de Deus para com a sua vida. Sendo
Abraão amigo de Deus não duvidou da Palavra do Senhor (Tg 2.23).
Portanto, toda amizade terá como elemento básico
afinidade e amor. Afinidade corresponde ao sentimento de afeto o que proporciona
igualdade. Já o amor indica aproximação ou inclinação para com a outra pessoa,
no que se refere ao amor entre amigos, isto é, inclinação com compaixão para
com o outro.
Referência:
GONÇALVES, José. Maravilhosa
graça, o evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. Rio
de Janeiro: CPAD, 2016.
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