A oração de Paulo pelos efésios
Conforme a Síntese:
A oração de Paulo pelos
cristãos em Éfeso é um marco de ousadia, intimidade e fé para com Deus. Seus
efeitos, ainda hoje, têm uma total influência nos crentes que formam o Corpo de
Cristo.
Para Tedesco:
O apóstolo fez impressionantes
pedidos: que Deus, no poder do Espírito Santo, fortaleça os irmãos em seu homem
interior; que a fé de Cristo habite em cada um para que sejam arraigados e
fundados em amor; que possam compreender a largura, o comprimento, a altura e a
profundidade e conheçam o amor de Cristo, afim de que sejamos participantes do
Corpo; que sejamos cheios da plenitude de Deus (2020,
p. 140).
A presente lição tem como objetivos:
Apresentar a ousada oração
de Paulo aos cristãos em Éfeso.
Perceber o poder do amor
de Cristo para a Igreja.
I – UMA ORAÇÃO
OUSADA
Por causa disso, me ponho de
joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 3.14).
A descrição inicial “por causa disso” demonstra
o cuidado do apóstolo Paulo para com a Igreja que tange a sua continuidade
mediante as perseguições e sofrimentos.
Ponho de joelhos. Paulo demonstra submissão à
vontade divina e dedicação para com os irmãos da Igreja em Éfeso. Sobre orar de
joelhos pode se afirmar que:
Quando o apóstolo menciona
sua posição no momento da oração (Ef 3.14), refere-se a algo que vai muito além
de uma simples postura física. Paulo curva-se perante Deus com um ardente
desejo de que suas palavras ditas na oração alcancem graça diante do Senhor e
venham a edificar a todos os que seguem a Cristo fazendo com que “sua” experiência
venha a se tornar “nossa” experiência e assim possamos sentir a maravilhosa
presença de Deus em nossa vida, como o apóstolo também sentia (TEDESCO, 2020, p. 142).
II – O PRIMEIRO
PEDIDO DE PAULO
Os propósitos da oração de Paulo conforme os
versículos 16 e 17 são:
Que a Igreja em Éfeso fosse corroborada com
poder do Espírito (v. 16), isto é, que a Igreja fosse fortalecida pelo poder
que emana do Espírito Santo.
Assim também Paulo orou para que a Igreja
fosse a habitação de Cristo (v. 17). Sendo que o termo original usado pelo
apóstolo permite compreender que a petição de Paulo ao Senhor era para que a
Igreja fosse a habitação permanente de Deus, e não uma habitação transitória.
Corroborando com os argumentos acima,
seguem-se as descrições argumentativas abaixo:
Parece que Paulo estava
falando daquela segunda experiência do cristão na qual o Espírito Santo
purifica e fortalece o coração. Portanto, ser corroborados pelo Espírito, ter
Cristo no íntimo e estar arraigados em amor é o princípio básico para o
crescimento cristão. Devemos estar arraigados como uma árvore e fundados no
amor que Deus tem por nós e nos dá.
O verbo habite vem de uma
palavra grega usada para designar moradia, residência permanente (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 508).
Os versículos 17, 18 e 19 permite compreender
a respeito do amor. Lembrando que as virtudes são qualidades morais e também
intelectuais que caracterizam o indivíduo conduzindo-o à prática do bem. O
cristão é seguidor de Jesus Cristo. O termo Cristo tem como significado ungido,
e apenas os reis, sacerdotes e profetas eram ungidos na sociedade judaica.
Sendo seguidor de Cristo indica que o cristão tem os sentimentos de Jesus
Cristo e pratica as obras do Messias. Assim sendo a vida de Jesus proporciona
aos cristãos a terem uma vida de fé, esperança e amor. Estas virtudes identificam
o autêntico servo de Deus.
Sendo que o termo amor do grego αγάπη, tem como significado afeição o que
estima a mais sublime virtude cristã.
Porém, refere-se ao amor de Deus ou de Cristo aos homens Rm 5.8. Também
se define como sendo a essência de Deus 1 Jo 4.8, 16. Assim também como pode
caracterizar o amor de homens, a Deus ou a Cristo, Jo 5.42; ou a outras pessoas
2 Co 8.7 (GINGRICH & DANKER, 1993, p. 10).
Lembrando que o amor de
Cristo é tão grande que vai além de nosso entendimento. A plenitude de Deus
implica a abundância de dons que procedem dele (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p.508).
Portanto, no que corresponde a intensidade do
amor de Cristo compreende que só por intermédio dEle que o cristão pode
desfrutar a grandeza do amor, assim como praticá-lo.
Já os versículos 20 e 21 expressam a dimensão
das bênçãos divinas. Esses dois versículos formam uma doxologia, louvor, a
Deus, em que Paulo mostra que o Senhor pode fazer tudo muito mais
abundantemente além de qualquer coisa que pedimos. Nem o amor de Deus nem Seu
poder são limitados pela imaginação humana (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 508).
O apóstolo Paulo utiliza o termo περισσοϛ (perissos) que tem como
significado estar a mais, exceder, ultrapassar em número ou em medida,
resumidamente pode ser definido em ser mais que o suficiente. Outros termos que
podem definir a palavra abundantemente no Novo Testamento são: deixar sobrar,
superabundar, abundar ricamente, riqueza de alguém, e ir além de certa medida. O
muito mais abundantemente de Deus é pós-estabelecido ao dia da angústia e é o
resultado das orações e dos pensamentos desenvolvidos em Cristo Jesus.
Referência
GINGRICH,
F. Wilbur. DANKER, Frederick W. LÉXICO
DO NOVO TESTAMENTO GREGO / PORTUGUÊS. São Paulo: Edições Vida Nova, 1993.
RADMACHER,
Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O
Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central
Gospel, 2013.
TEDESCO,
Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos
de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
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