Quando
a prisão é uma realidade: Carta de Efésios
Em quem também vós estais,
depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e,
tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; O
qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para
louvor da sua glória (Ef
1.13,14).
O propósito da epístola se notabiliza com a
demonstração de Paulo em visualizar a igreja sob o pleno governo de Jesus
Cristo ressurreto (2.20-22). Tendo em vista que a carta está dividida em duas
partes.
A primeira parte (cap.1-3), o apóstolo
outorga ênfase às doutrinas centrais da fé cristã:
Descrevendo o plano de Deus para a humanidade
(1.3-23);
Dissertando sobre a salvação pela graça
(2.1-22);
Notificando a multiforme sabedoria de Deus em
vocacionar pessoas e a importância da prática da oração (3.1-21).
Não tem como esquecer que também na primeira
parte o apóstolo Paulo defende o seu ministério apostólico (3.1-13).
Já na segunda parte o Paulo descreve como as
verdades espirituais devem refletir na conduta cristã (cap.4-6). A unidade da
fé mediante a diversidade de dons (4.1-6), a nova vida com Cristo (4.7-5.21),
bom relacionamento com Jesus e com a família (5.22-6.9), e por fim, a armadura
espiritual do cristão (6.10-20). (SILVA, 2015, p.135).
Doutrinas centrais da fé
cristã
1- O
Espírito Santo, penhor da nossa herança. Efésios 1. 13 e 14 destacam
dois pontos fundamentais que são: os cristãos fostes selados com o Espírito
Santo e o Espírito Santo é o penhor da herança cristã.
Sobre o primeiro ponto assim sintetiza
Baptista:
[...] Os que recebem o
Espírito Santo são identificados por Deus como pertencentes a Cristo. Esses
crentes são assinalados como propriedade particular de Cristo, a Cabeça da
Igreja. Deste modo, o Espírito Santo testifica quem são os filhos de Deus (Rm
8.9,15-16), e o maligno não lhes toca (1 Jo 5.18)
(2020, p.30).
Já o segundo ponto, o Espírito Santo é o
penhor, compreende que penhor pode ser também descrito como anel de noivado.
Logo, o Espírito Santo é o pagamento antecipado para a concretização do
casamento entre Cristo e a Igreja.
2- Salvação não vem das obras. As obras
tem poder para definir a salvação de alguém? Pergunta esta que tem como
resposta direta a palavra não. Pois,
quem é salvo deve praticar as boas obras. As boas obras são realizadas pelos
cristãos não para estes serem salvos, mas porque estes já são salvos em Cristo.
Parafraseando o tópico com Tito 2.11: Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo
salvação a todos os homens.
Aprende três aspectos da graça, que são:
O primeiro aspecto define a origem da graça,
é de Deus, isto indica que a graça pertence a Deus que é Santo, Fiel e Justo.
Já o segundo aspecto descreve que, a graça se
há manifestado, descrição que corresponde à manifestação de Jesus Cristo o Salvador,
que era preparação na antiga aliança, torna-se visível na nova aliança, pois o
verbo se fez carne (Jo 1.14) a manifestação do verbo é a manifestação da graça
outorgando paz (Jo 16. 33), vida em abundância (Jo 10.10) e principalmente o direito
a vida eterna (Jo 17.3).
E em terceiro, trazendo salvação a todos os
homens, frase que corrobora com a ação transformadora que se tornou possível
graça a manifestação do Senhor Jesus.
Conduta cristã
Conduta cristã estabelecida por um vida não
apenas teórica, mas que de fato seja prática no que tange a humildade, mansidão
e a longanimidade.
1-
Conduta por meio da humildade. A humildade é a marca do
verdadeiro seguidor de Jesus. E compreende-se que a Humildade
é a ausência completa do orgulho. Sua origem vem do latim “húmus” que significa
“filhos da terra”. Etimologicamente, humildade também deriva “homem” (homo) e
“humanidade” (GABY &
GABY, 2018, p. 149).
Assim sendo, humildade descreve a respeito de
quem vem de baixo (de quem é comum), de quem reconhece o seu papel e respeita o
comando de outro (isto é, é submisso aos superiores).
A humildade foi à virtude que Jesus enfatizou
na noite da santa ceia aos seus discípulos, pois ao lavar os pés dos apóstolos
o Mestre ensinou que Ele não veio para ser servido, mas para servir (Jo 13).
Portanto, a humildade é atitude que deverá ser desenvolvida por todos os
cristãos resumida na seguinte descrição: servir e não ser servido.
2-
Conduta por meio da mansidão. A palavra mansidão é uma
forma variada do termo grego προΰτης (proutês), significa gentileza, humildade,
cortesia, consideração, força, suavidade e amabilidade. Na língua portuguesa
mansidão apresenta a ideia de ausência de dinâmica e de ânimo. Porém, a mesma
pode ser também definida na prática pela palavra tolerância.
Mansidão conforme Números 12.3 pode ter como
significado paciência e humildade. Palavras que se encontra na tradução da
Bíblia King James Atualizada.
3-
Conduta por meio da longanimidade. A longanimidade
define o indivíduo que tem como qualidade, grandeza de ânimo, indivíduo
corajoso em meio às adversidades e que age em favor de alguém, termo também
relacionado com o ato de ser bondoso ou generoso.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA,
Douglas Roberto de Almeida. A Igreja
Eleita, Redimida pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo da
Promessa. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
GABY,
Wagner Tadeu. GABY, Eliel dos Santos. As
Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida
abundante. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
SILVA, Andreson Côrte Ferreira da. Introdução ao Novo Testamento. Seteblir
– Seminário Teológico Batista Livre Renovado, Formando obreiros visionários.
Mundial Gráfica, 2015.
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