Quando a prisão é uma realidade: Carta a Filemon
Graças dou ao meu Deus,
lembrando-me sempre de ti nas minhas orações, ouvindo o teu amor e a fé que
tens para com o Senhor Jesus Cristo e para com todos os santos; para que a
comunicação da tua fé seja eficaz, no conhecimento de todo o bem que em vós há,
por Cristo Jesus. Tive grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó
irmão, o coração dos santos foi reanimado (Fl
4-7).
A presente carta apresenta cinco valores
essenciais e desassociáveis a vida cristã: o valor pessoal, ao descrever o
caráter de Filemon; o valor providencial, separado de ti por algum tempo, para
que o retivesses para sempre (v.15); valor prático, não há causa perdida para
Deus; valor social, a mensagem de Jesus vence a escravidão; e, valor
espiritual, ao apresentar símbolos referentes à salvação, por exemplo:
arrependimento, reconciliação, amor e perdão.
Sendo assim, o propósito da carta se encontra
no pedido de Paulo a Filemom em receber a Onésimo, escravo fugitivo, e se caso
alguma coisa estivesse em débito o apóstolo se põe em lugar de Onésimo como
devedor (vv.10,18). Logo, a carta pode ser descrita como as boas novas para
senhores e escravos.
Valor pessoal, o caráter de Filemon
Filemon, cujo nome significa aquele que ama,
é pelo próprio Paulo chamado de amado (v.1). Sendo que na presente Epístola o
cooperador Filemon é destacável pelas seguintes características do caráter:
homem que ama o bem (v. 5) e pela fé (v. 5). Sendo que o bom testemunho de
Filemon era notificado pela comunidade cristã, assim como ele foi benevolente
para com o apóstolo Paulo (v. 7).
Portanto, os versículos 4 a 7 outorgam como premissas
a importância referente a não perder a oportunidade para elogiar as pessoas,
pois nestes versículos Paulo enaltece o relacionamento de Filemon com Deus e com
os irmãos (v. 4,5); destaca a fé de Filemon (v. 6); e, engradece os efeitos do
amor de Filemon (v. 7).
Valor Providencial, retorno
perpétuo
Conforme o versículo 15 houve uma separação,
porém o retorno é perpétuo. Onésimo fugiu, assim como possivelmente tenha
furtado bens de seu senhor (v. 18), mas Paulo pede para Filemon receber a Onésimo
como útil. Para Filemon o regresso de Onésimo parecia impossível, porém:
[...] Quando as coisas
parecem fora de controle e as rédeas saem das nossas mãos, descobrimos que elas
continuam rigorosamente sob o controle divino. Aquilo que nos parecia perda é
ganho. Deus reverte situações humanamente impossíveis. Ele transforma vales em
mananciais (LOPES, 2009,140).
Valor prático, Deus é Deus
de restituição
O Evangelho transforma. Onésimo cujo nome tem
como significado útil, tornou-se na prática um escravo inútil, mas como a
transformação é possível mediante o Evangelho, Onésimo de inútil voltar a ser
útil (v. 11).
A respeito da conversão de Onésimo o apóstolo
Paulo relata que o mesmo foi gerado em prisões (v. 10). Fato que ensina, o
cristão deverá pregar o evangelho em todo o tempo.
Valor social, a mensagem da
cruz outorga vitória
Onésimo de escravo fugitivo de Filemon transformou-se
em servo do Deus altíssimo. As ações transformadoras do evangelho vão além das
questões espirituais. Pois, o valor prático da pregação do evangelho permite
que alterações sociais sejam concretizadas, por exemplo: o fim da escravidão.
Segundo relatos de historiadores era normal
perceber nos cultos dirigidos pelos cristãos a presença de senhores e de seus
escravos, isto porque a conversão a Cristo uniu na mesma
família da fé e na mesma igreja senhores e servos. Amo e escravos foram unidos
no Espírito de Cristo e nessa união foram extintas todas as distinções sociais
(LOPES, 2009,141).
Verdade corroborada em Gálatas 3.28: Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há
macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
Valor espiritual, amor e os
elos da salvação
O valor espiritual pode ser perceptível nas
seguintes palavras: arrependimento, reconciliação, amor e perdão.
O retorno de Onésimo descreve o arrependimento,
assim como a reconciliação com Onésimo, enquanto a aceitação de Onésimo por
Filemon descreve o amor em aceitar e o ato de perdoar os que o tem ferido.
Contudo, embora Paulo
esteja pronto a pagar a dívida encoraja Filemom a perdoar. O perdão é a marca
de um verdadeiro cristão. Perdoar é cancelar a dívida, é não cobrá-la mais. É deixar
a outra pessoa livre e ficar livre (LOPES, 2009,158).
Por fim, nas saudações finais o apóstolo
Paulo ensina aos líderes da época moderna a valorizar as pessoas que se
colocaram a disposição na missão em pregar o evangelho (vv.23,24).
Referência
LOPES,
Hernandes Dias. Tito e Filemom: doutrina
e vida, um binômio inseparável. São Paulo: Hagnos, 2009.
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