Deus é Fiel

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terça-feira, 11 de maio de 2021

Quando a prisão é uma realidade: Carta a Filemon

 Quando a prisão é uma realidade: Carta a Filemon

Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações, ouvindo o teu amor e a fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo e para com todos os santos; para que a comunicação da tua fé seja eficaz, no conhecimento de todo o bem que em vós há, por Cristo Jesus. Tive grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó irmão, o coração dos santos foi reanimado (Fl 4-7).

A presente carta apresenta cinco valores essenciais e desassociáveis a vida cristã: o valor pessoal, ao descrever o caráter de Filemon; o valor providencial, separado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre (v.15); valor prático, não há causa perdida para Deus; valor social, a mensagem de Jesus vence a escravidão; e, valor espiritual, ao apresentar símbolos referentes à salvação, por exemplo: arrependimento, reconciliação, amor e perdão.

Sendo assim, o propósito da carta se encontra no pedido de Paulo a Filemom em receber a Onésimo, escravo fugitivo, e se caso alguma coisa estivesse em débito o apóstolo se põe em lugar de Onésimo como devedor (vv.10,18). Logo, a carta pode ser descrita como as boas novas para senhores e escravos.

Valor pessoal, o caráter de Filemon

Filemon, cujo nome significa aquele que ama, é pelo próprio Paulo chamado de amado (v.1). Sendo que na presente Epístola o cooperador Filemon é destacável pelas seguintes características do caráter: homem que ama o bem (v. 5) e pela fé (v. 5). Sendo que o bom testemunho de Filemon era notificado pela comunidade cristã, assim como ele foi benevolente para com o apóstolo Paulo (v. 7).

Portanto, os versículos 4 a 7 outorgam como premissas a importância referente a não perder a oportunidade para elogiar as pessoas, pois nestes versículos Paulo enaltece o relacionamento de Filemon com Deus e com os irmãos (v. 4,5); destaca a fé de Filemon (v. 6); e, engradece os efeitos do amor de Filemon (v. 7).

Valor Providencial, retorno perpétuo

Conforme o versículo 15 houve uma separação, porém o retorno é perpétuo. Onésimo fugiu, assim como possivelmente tenha furtado bens de seu senhor (v. 18), mas Paulo pede para Filemon receber a Onésimo como útil. Para Filemon o regresso de Onésimo parecia impossível, porém:

[...] Quando as coisas parecem fora de controle e as rédeas saem das nossas mãos, descobrimos que elas continuam rigorosamente sob o controle divino. Aquilo que nos parecia perda é ganho. Deus reverte situações humanamente impossíveis. Ele transforma vales em mananciais (LOPES, 2009,140).

Valor prático, Deus é Deus de restituição

O Evangelho transforma. Onésimo cujo nome tem como significado útil, tornou-se na prática um escravo inútil, mas como a transformação é possível mediante o Evangelho, Onésimo de inútil voltar a ser útil (v. 11).

A respeito da conversão de Onésimo o apóstolo Paulo relata que o mesmo foi gerado em prisões (v. 10). Fato que ensina, o cristão deverá pregar o evangelho em todo o tempo.

Valor social, a mensagem da cruz outorga vitória

Onésimo de escravo fugitivo de Filemon transformou-se em servo do Deus altíssimo. As ações transformadoras do evangelho vão além das questões espirituais. Pois, o valor prático da pregação do evangelho permite que alterações sociais sejam concretizadas, por exemplo: o fim da escravidão.

Segundo relatos de historiadores era normal perceber nos cultos dirigidos pelos cristãos a presença de senhores e de seus escravos, isto porque a conversão a Cristo uniu na mesma família da fé e na mesma igreja senhores e servos. Amo e escravos foram unidos no Espírito de Cristo e nessa união foram extintas todas as distinções sociais (LOPES, 2009,141).

Verdade corroborada em Gálatas 3.28: Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.

Valor espiritual, amor e os elos da salvação

O valor espiritual pode ser perceptível nas seguintes palavras: arrependimento, reconciliação, amor e perdão.

O retorno de Onésimo descreve o arrependimento, assim como a reconciliação com Onésimo, enquanto a aceitação de Onésimo por Filemon descreve o amor em aceitar e o ato de perdoar os que o tem ferido.

Contudo, embora Paulo esteja pronto a pagar a dívida encoraja Filemom a perdoar. O perdão é a marca de um verdadeiro cristão. Perdoar é cancelar a dívida, é não cobrá-la mais. É deixar a outra pessoa livre e ficar livre (LOPES, 2009,158).

Por fim, nas saudações finais o apóstolo Paulo ensina aos líderes da época moderna a valorizar as pessoas que se colocaram a disposição na missão em pregar o evangelho (vv.23,24).

Referência

LOPES, Hernandes Dias. Tito e Filemom: doutrina e vida, um binômio inseparável. São Paulo: Hagnos, 2009.

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