Igreja na Galácia
Texto: 1- Paulo, apóstolo
enviado, não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por Jesus
Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos,
2- e todos os irmãos
que estão comigo, às igrejas da Galácia:
3- A vocês, graça e
paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo,
4- que se entregou a
si mesmo por nossos pecados a fim de nos resgatar desta presente era perversa,
segundo a vontade de nosso Deus e Pai,
5- a quem seja a
glória para todo o sempre. Amém. (Gálatas 1.1-5).
Paulo
ao escrever aos irmãos das igrejas existentes na Galácia defende a doutrina
bíblica da salvação e a autoridade da sua vocação ministerial. A presente carta
tem valor incomparável para as igrejas locais do presente século, pois outorga
clareza nos assuntos doutrinários e convalida o poder e os benefícios da obra
vicária de Jesus.
I – O AUTOR DA OBRA.
1- Paulo e seu
ministério. De Saulo a Paulo, enquanto o nome Saulo indica o
sentimento de desejo, o nome Paulo passa a indicar o sentido de pequeno, pois
em meio ao conhecimento de Paulo o evangelho seria propagado mediante a graça
transformadora de Cristo (Fp 3.8, 2 Co 12.9). Como bom judeu o apóstolo no
período anterior a sua conversão queria ser útil a Deus, por isso, Paulo
tornou-se um perseguidor da fé cristã, pois via na mesma uma ameaça aos
princípios do judaísmo.
Antes a sua conversão, Paulo já se destacava por
sua entrega e veemência a uma missão (At 9.2). Logo após a conversão o apóstolo
Paulo não perdeu o desejo de ser útil a Deus, sendo assim dedicou com toda
veemência à propagação do evangelho chegando a realizar três viagens missionárias
(At 13.2,3).
2- Credencial citada
na apresentação.
As cartas no período antigo começavam com o nome e credencial do autor e era
seguida com uma saudação ao destinatário. No prefácio da carta escrita aos gálatas o
apóstolo Paulo se apresenta com apenas uma credencial a de apóstolo. O real
motivo de se apresentar como apóstolo à igreja da Galácia está diretamente
ligado à ação de Satanás em tentar diminuir a autoridade apostólica de Paulo
perante a congregação.
Os
ataques de Satanás são contra a integridade do evangelho e contra a autoridade
dos que são chamados por Deus. Os que são chamados recebem de Deus um
ministério. Sendo que ministério é um dom em ação. Na igreja em apreço Satanás
indiretamente buscou diminuir a autoridade do apóstolo Paulo, por isso, em dois
capítulos o autor da epístola defende seu apostolado para depois defender a
doutrina cristã que “somos justificados gratuitamente por Deus”, e não mediante
as obras da lei (Ef 2.8).
Paulo
foi chamado por parte de Deus e de Cristo (v.1), tal afirmação defendida por
Paulo indica que o mesmo não foi conduzido ao ministério por vontade humana e nem
por vaidade. O termo apóstolo defendido por Paulo corresponde a mais elevada ordem
na igreja e não com denotação a pregadores, por isso dois capítulos da epístola
são utilizados para enfatizar aos crentes da igreja local que ele foi conduzido
ao ministério por vontade divina e não humana.
II – A QUEM É ENVIADA A OBRA.
A
carta aos gálatas foi escrita sobre o seguinte pilar: quando o evangelho é a principal
preocupação. Alguns membros da igreja segundo o apóstolo estava voltando aos
rudimentos do mundo (Gl 4.9), sobre a forma do legalismo judaico que se tornava
uma prisão para os indivíduos.
1- Aspectos
geográficos da Galácia. A Galácia pertencia à antiga região da Ásia Menor que foi
reduzida a província de Roma. Com isto se percebe que conforme no mundo da
época havia um predomínio da cultura grega sobre a região da Galácia, assim
como havia submissão da região a política do império romano.
2- As igrejas na
Galácia.
As igrejas foram fundadas por Paulo, porém não sabe ao certo em que momento
específico isso aconteceu.
Seis
capítulos são necessários para a compreensão das igrejas. Em primeiro momento
nota-se que os crentes estavam outorgando crédito a ensinamentos contrários ao
evangelho de Cristo (Gl 1.8), que automaticamente diminuía a autoridade apostólica
de Paulo. Em segundo, as igrejas locais associavam os preceitos do legalismo
religioso do judaísmo aos princípios do cristianismo (Gl 3.23-25), por isso
Paulo enfatiza que “sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26). E
por terceiro, Paulo descreve as obras da carne (Gl 5.19-21).
Um
dos alertas de Paulo na epístola é claro ao descrever a importância da vigilância,
pois um pouco de fermento leveda toda a massa (Gl 5.9).
III – CRISTO OBRA E GLÓRIA.
1- Benefícios da
morte de Cristo para os cristãos. Deus amou o mundo de tal maneira, que deu
seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crer não pereça mas tenha a
vida eterna (Jo 3.16). Logo, o maior benefício da morte de Cristo na cruz foi o
de se outorgar para salvação de todos aqueles que crerem. Porém, o texto em que
Paulo conduz o prefácio e a saudação apresenta três benefícios provindos pela
morte de Cristo.
a) Cristo se entrega
por nossos pecados.
O primeiro benefício é a entrega de Cristo por nossos pecados. O pecado torna o
individuo incapaz a salvação (Rm 6.20). Após o pecado de Adão a humanidade
passou a sofrer pela consequência da desobediência em que a culpa, a morte e a
corrupção passaram a serem elementos presentes no cotidiano. A corrupção se
transcreve na incapacidade humana de resolver os problemas e na depravação dos
atos produzidos pelo ser humano. Logo, somente com a expiação perfeita o pecado
poderia ser removido.
b) Para nos livrar. O pecado aprisiona e
escraviza o indivíduo, por isso Martinho Lutero ao ler o capítulo seis da
Epístola do Apostolo Paulo aos Romanos conclui que o homem ou é escravo de Deus
ou do Diabo (Rm 6.12-23). Porém, o conhecimento da verdade é que liberta o
pecador (Jo 8.32).
c) Do presente
século.
Os termos “presente século mau” correspondem ao mundo pecaminoso. De fato a descrição
associa com a vida presente, isto é, com os indivíduos separados da vontade de
Deus. Os que estão presos ao “presente século mau” possuem pecado (corresponde
ao prazer em pecar constantemente) e desenvolve a perversidade.
2- Cristo merecedor
de toda glória.
A finalidade de todos os benefícios provindos de Jesus é que a honra e a glória
sejam dadas a Ele. A oração sacerdotal de Jesus é iniciada com o pedido de
glorificação “glorifica a teu Filho” (Jo 17.1). A glorificação de Jesus estava
associada com a morte do mesmo na cruz. Com a morte vicária de Jesus e com a
salvação daqueles que crerem toda glória para todo o sempre seja dada a Ele.
Amém (Gl 1.5).
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