A
palavra chave da presente lição é acepção. Predileção por alguém, tendência em
favor de pessoas por sua classe social, isto é nomeado de acepção. No contexto
histórico em que foi escrito a Epístola de Tiago, os cristãos viviam em uma
época em que as pessoas eram discriminadas por sua condição social, econômica,
física e até por deficiência.
Porém,
a Palavra de Deus nivela todas as pessoas, pois todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus (Rm 3.23). E por meio do Senhor Jesus o quadro de vida daqueles
que se entregam ao Senhor Jesus é mudado. Por exemplo:
O pobre passa a ter uma vida
próspera (Sl 1.3; Dt 28.12,13). “... dá o
seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer
prosperará”.
A estéril dá a luz a filhos (Sl
113.9). “Faz com que a mulher estéril habite em família
e seja alegre mãe de filhos? Louvai ao Senhor”.
I – A FÉ NÃO PODE FAZER ACEPÇÃO DE
PESSOAS (Tg 2.1-4).
1- Em Cristo a fé é imparcial.
2- O amor de Deus tem de ser
manifesto na igreja local.
3- Não sejamos perversos
(v.4).
Comentário:
Com
base nos quatro primeiros versículos do capítulo dois (DANIEL, p.73,74), há quatro
razões bíblicas para a não acepção de pessoas: primeira, acepção de pessoas desonra
a fé; segunda razão, a motivação do cristão é o amor, e o amor lança fora todo
tipo de acepção; terceira razão, a acepção de pessoas é um elemento oposto à
verdadeira religião; e como quarta razão, Deus tem outorgado aos pobres a
oportunidade de conhecer o Reino de Deus.
Quando
o amor está presente no meio dos cristãos o acolhimento aos visitantes é comum
não importando a marca da vestimenta. Pois, o amor quando desenvolvido não mede
a pessoa pela condição, mas o acolhe mediante a existência do ser humano ali
presente.
O
cristão não deve julgar a pessoa pela roupa. Os crentes que receberam a carta
de Tiago consideravam uma pessoa fina ao vestir uma roupa fina e elegante, já
julgava uma pessoa comum por vestir uma roupa simples. Não é a roupa, mas sim a
recepção. A recepção não pode escolher e secionar pessoas, pois a pessoa bem
recepcionada voltará a visitar o recinto, e sendo estas descrentes terão maior
possibilidade de congregarem com os membros da presente igreja.
II – DEUS ESCOLHEU OS POBRES AOS OLHOS
DO MUNDO (Tg 2.5-7).
1- A soberana escolha de
Deus.
2- A principal razão para
não desonrar o pobre (v.6).
3- Desonraram o Senhor.
Comentário:
Três
verdades que sintetizam o segundo tópico da lição. Deus escolheu, está escolhendo e
escolherá pessoas que economicamente são consideradas pobres. Desonrar a
pessoa por sua condição financeira é pecado. E ao
desonrar uma pessoa Cristo estará sendo desonrado pelo crente.
Quando
a afirmação de que Deus tem escolhido é citada percebe-se que o amor de Deus é
universal e incondicional. Deus amou a todos e por amar a todos Deus entregou o
seu único filho. Jesus venceu a cruz, venceu satanás, venceu a enfermidade,
venceu a lei e venceu o pecado para que todos aqueles que nEle creem sejam
salvos.
Pecado
é erra o alvo. Cristo chamou e enviou os teus para pregarem o evangelho transformador.
Se o cristão prega o evangelho, mas não vive a mensagem do evangelho está
pecando. Logo, ao praticar a acepção de pessoas o crente em Cristo está
pecando.
E
por fim, ao praticar a acepção de pessoa o crente estará desonrando a Cristo.
III – A LEI REAL, A LEI MOSAICA E A LEI
DA LIBERDADE (Tg 2.8-13).
1- A Lei Real.
2- A Lei Mosaica.
3- A Lei da Liberdade.
Comentário:
A lei Real se resume no segundo mandamento “amarás
o teu próximo como a ti mesmo”.
A Lei Mosaica se resume nas seguintes palavras “ao
desobedecer a um princípio da lei o indivíduo estará quebrando ao mesmo tempo
toda a lei”.
A Lei da Liberdade se resume nas seguintes palavras “pelo
Evangelho Cristo nos libertou”.
Mas uma palavra
A TUTORIA
DA LEI
1-
A Lei revela a justiça de Deus. Logo
que a lei revela a justiça divina também demonstra a injustiça por parte dos
homens. “Estávamos sobre a custódia da lei” isto indica que a lei aprisionava
os homens por serem os mesmos injustos.
A injustiça humana era notável até mesmo na
vida de personagens que viviam em conformidade com Deus. Por exemplo: Noé após
o dilúvio ao se embriagar (Gn 9.21), Abraão ao mentir (Gn 12.11-13; 20.2), Davi
ao transgredir cinco dos dez mandamentos (2 Sm 11.4,14,24,27), Uzias ao agir
como sacerdote (2 Cr 26.16), dentre outros casos.
Em suma, a lei indicava que os homens eram
injustos em suas obras e incapazes de se salvarem, sendo que a justiça de Deus
se manifesta na pessoa e na obra de Jesus Cristo.
2-
A lei é responsável pelo ensino até a manifestação de Cristo. Anterior ao ministério do Senhor Jesus a lei
definia a educação dos judeus o que Calvino vai considerar a lei com a
infância. Calvino ainda dizia que a lei era o gramático da teologia que ao
conduzir a criança até certo ponto os entregavam a fé que completava a graduação
das pessoas. Para ele o apóstolo “Paulo associou os judeus a crianças por
viverem conforme os ensinos da lei, e nós os da graça com a fase adulta”.
Referência:
CALVINO, João. Gálatas. São Paulo: Editora Fiel, 2007.
COELHO, Alexandre. DANIEL,
Silas. Fé e Obras, ensinos de Tiago para
uma vida cristã autêntica. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
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