EBD – Pastores e Diáconos
A
presente lição apresenta as seguintes palavras chave: chamado,
pastor, diácono e preparo.
O
chamado para o ministério possui algumas características fundamentais:

Pessoal. Charles Spurgeon dizia que nem todos são chamados para
trabalhar no ensino da palavra, nem para serem presbíteros e nem bispos. Sendo
que na prática, cabe a cada um reconhecer o propósito de Deus em sua vida e
desenvolvê-la da melhor maneira possível.
Nos
exemplos abaixo fica notável que o chamado é pessoal.
Ø Moisés
teve como missão guiar, proteger e amar.
Ø Davi
teve como missão firmar o reino israelita.
Ø Elias
teve como missão dentre tantas, ungir a Eliseu como sucessor.
Ø Os
doze tiveram como missão pregar o evangelho, primeiramente às ovelhas perdidas
da casa de Israel, a curar os enfermos, a limpar os leprosos, a ressuscitar os
mortos e a expulsar os demônios (Mt 10. 6-8).
Definitiva. O chamado é definido por Deus. Não cabe ao homem impor
condições. Se a pessoa que foi chamada tiver conhecimento dos benefícios do
chamado, perceberá que desenvolver atividades no Reino de Deus é um privilégio
(Mt 19.29).
I – QUEM DESEJA O EPISCOPADO
O
pastor tem como ofício conduzir o rebanho a Deus. Sendo que na condução do
rebanho o pastor sofrerá ataques do inimigo para que o mesmo venha a desistir
da chamada.
O
pastor tem como missão apascentar o rebanho de Deus. Por personagens importantes
no cenário bíblico nota-se que Deus é comparado a um pastor (Sl 23.1) que
outorga segurança e sustento ao rebanho. Dentre os oficias de Deus no contexto
sagrado, percebe-se no Novo Testamento a presença importante do pastor como
elemento essencial para a edificação, união e aperfeiçoamento dos santos, porém
nestes últimos dias é necessário que a Igreja tenha cuidado com os falsos
pastores que são de fato aproveitadores do rebanho e não ministros do
evangelho.
O
líder do rebanho quando aprovado é definido como pastor competente. Logo, se
percebe que o mesmo é bem-sucedido por desenvolver três competências duráveis:
o conhecimento, a perspectiva e a atitude.
Conhecimento
corresponde a todo acervo de informação que o pastor possui a respeito de sua
especialidade, ou seja, o saber. Já a
perspectiva corresponde ao saber fazer, isto é, significa a capacidade de
colocar o conhecimento em ação. E a atitude é o saber fazer acontecer.
Deus
chama homens para exercerem as mais distintas tarefas em sua obra, sendo que um
dos mais nobres dos ofícios ministeriais é o ministério pastoral. No ofício
pastoral o ministro de Deus exerce inúmeras funções, como: o ensino da Palavra,
a evangelização, o socorro aos necessitados, à liderança e o aconselhamento.
Porém, logo abaixo analisaremos as tarefas primordiais ao labor do ministério
pastoral.
Aperfeiçoamento
dos crentes. Não existe ninguém perfeito. Porém, a missão
do pastor é ensinar a Palavra de Deus com finalidade o desenvolvimento do
cristão. O ciclo da vida humana passa pelos seguintes estágios: nascimento,
crescimento, reprodução, envelhecimento e morte. Entretanto, a vida cristã
possui como ciclo: o novo nascimento, o crescimento espiritual e a vida eternal
com Cristo. Para vencermos a segunda morte é necessário que sejamos obedientes
a Palavra de Deus. O apóstolo Pedro escreveu em sua segunda epístola “cresçamos
na graça e no conhecimento” (2 Pe 3.18), logo quando somos instruídos por
homens de Deus, somos edificados na Palavra do Senhor para sermos aperfeiçoados
em Cristo Jesus.
Capacitar os
crentes. Na missão pastoral de
capacitar os cristãos o ministro do evangelho se apresenta como: instrutor e
motivador.
a)
Como Instrutor. O pastor ensina a Palavra de Deus para que o cristão seja
bem-sucedido em todas as áreas da vida. Na área espiritual, o objetivo é que o
cristão cresça na presença de Deus. Já na área física, que haja saúde (3 Jo 2).
E na área financeira para que haja prosperidade em tudo quanto fizer (Sl 1.3).
b)
Como Motivador. De fato o pastor estimula os crentes a alcançar alvos e manter
os valores cristãos em harmonia com as atividades sociais. O pastor como
motivador reconhece em suas ovelhas o chamado de Deus para cada uma. Sendo
conhecedor do chamado de Deus para com as ovelhas o pastor como líder
espiritual motivará as suas ovelhas a servirem a Deus da melhor maneira
possível. Em suma, o pastor como motivador desperta o chamado de Deus na vida
dos membros da igreja.
Preservar a
unidade do corpo de Cristo. A
unidade da igreja deverá ser preservada. A igreja é a união de pessoas
diferentes que possuem hábitos diversos e são imperfeitas em si mesmas. Por tal
realidade entendemos que haverá discórdias, invejas, ciúmes e outras tantas
obras da carne. Quando isto ocorre notamos que a unidade está sofrendo um
colapso. Sem unidade do reino não haverá crescimento do reino (Mt 12.25). E
para que a unidade do corpo de Cristo seja preservada cabe ao ministro do
evangelho exercer com eficácia o ensino autêntico e poderoso da Palavra de
Deus.
A administração
eclesiástica. Administrar é
planejar, organizar, dirigir e controlar. O pastor como administrador
estabelece objetivos para a igreja (planeja), direciona os recursos (organiza),
motiva ao delegar funções (dirigir) e controla os resultados.
Porém,
como administrador o pastor não poderá ser um líder exclusivista e nem mesmo
centralizador. Um bom exemplo de líder que reconheceu a importância do auxilio
de outros na liderança foi Moisés, isto só ocorreu após o conselho de Jetro que
percebeu desordem e ineficiência de Moisés no atendimento aos israelitas (Êx
18.13,14).
Características
dos maus pastores. Os maus pastores são
apegados ao dinheiro e tem como principio no desenrolar das atividades
pastorais o lucro e não o bem estar espiritual dos membros da igreja (1 Tm
6.10-11). Há outros que são violentos, porém tal manifestação só se percebe no
convívio familiar, sendo que na igreja são homens tranquilos, porém nos seus
lares são briguentos. E uma terceira característica de tais líderes é o descompromisso
com o rebanho de Deus, pois os mesmos são destruidores da unidade das ovelhas e
por suas atitudes não cuidam dos membros do corpo de Cristo (Jr 23.2).
II – QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS
PASTORES E DIÁCONOS
Diante
do ministério eclesiástico o pastor, assim como o diácono possui três
obrigações básicas: honrar o bom nome da igreja de Jesus, crer e ser fiel a
Cristo.
Qualificações
morais. Paulo em sua Carta pastoral a Timóteo cita algumas qualificações morais
correspondentes ao ministério (1 Tm 3.2-7).
a)
Homem irrepreensível (v.2): que ninguém o reprenda por falhas ou erros
cometidos.
b)
Marido de uma só mulher (v. 2): tal qualificação não corresponde à afirmação da
monogamia, mas se trata da importância do obreiro ser fiel em seu
relacionamento conjugal. Marido de uma só mulher indica que o ministro deverá
ser sempre fiel a sua esposa.
c)
Não dado a muito vinho (v.3): não poderá ser inclinado ao vinho.
d)
Ser bom chefe de família (v.4): dirigir bem a família.
III – O DIACONOATO
O
diácono é um ministro auxiliar do pastor. E na prática o diácono desenvolve
atividades altamente espirituais. A palavra diácono no grego tem como
significado servo. A missão do diácono conforme o texto de Atos 6.1-6 é servir
às mesas e também cuidar das viúvas. Há exemplo de excelentes diáconos na
Bíblia e dentre eles o destaque para Estevão e Filipe.
O
termo diácono aparece 30 vezes no Novo Testamento, sendo que em 20 casos a
palavra é traduzida por ministro, que de fato tem como significado e
representação o servo (1 Tm 3.10,13).
Requisitos
para o diaconato. Três são as características básicas na vida de um obreiro
eficaz (At 6.3). São elas; boa reputação, cheio do Espírito Santo e cheio de
sabedoria. Boa reputação relaciona se ao posicionamento ético e moral do
obreiro, isto de fato corresponde à pessoa de quem se fala somente coisas boas,
pois é um individuo que dá testemunho por meio de conduta que engrandece a Deus
(Tt 1.6,7). Ou seja, que este tenha boa fama na sociedade. Cheios do Espírito
Santo, atitude que se relaciona com o recebimento do batismo e também indica um
ministério profético sob a inspiração do Espírito Santo e que leva a presença
do Espírito Santo em sua vida diária; espírito, alma e corpo santificados ao
Senhor (1 Ts 5.23). Em suma o obreiro deve ser sábio. A sabedoria indica a
capacidade de julgar corretamente e agir prudentemente. Sendo que tal ação seja
em compadecer pelas almas perdidas sem salvação em Cristo Jesus (Tg 1.5).
Nobres
funções do diaconato. Em Atos 6.5, estão registrados os nomes dos primeiros
diáconos que foram escolhidos por terem requisitos fundamentais para o
exercício do ministério. A escolha dos sete diáconos foi baseada na necessidade
de auxílio aos apóstolos. Sendo assim, coube aos diáconos à função de cuidar
das viúvas e dos pobres da igreja (At 6.1).
A
expressão servir às mesas corresponde à administração de fundos para o serviço
social. Entretanto, a função dos diáconos não está limitada a atividades
materiais, pois, assim também cabe ao diácono atividades espirituais, como: servir
a ceia.
Qualificações
do diácono. Paulo em sua Carta pastoral a Timóteo cita algumas qualificações
morais correspondentes ao ministério do diácono (1 Tm 3.8-13).
a)
Honestos (v.8): palavra que indica respeito adquirido por conduta.
b)
Não de língua dobre (v.8): isto é, de uma só palavra. Pessoa sincera e honesta
para com os outros.
c)
Não dado a muito vinho (v.8): o diácono não poderá ser inclinado ao vinho.
d)
Não cobiçoso de torpe ganância (v.8): o diácono não poderá ser escravo do
dinheiro e nem das riquezas. Assim como todo cristão o diácono deverá buscar
primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça (Mt 6.33).
e)
Marido de uma só mulher (v. 12): tal qualificação não corresponde apenas com a
afirmação da monogamia, mas também se trata da importância do diácono ser fiel
em seu relacionamento conjugal. Marido de uma só mulher indica que o diácono
deverá ser sempre fiel a sua esposa.
Passos
fundamentais para o exercício do diaconato. Para que o diácono seja bem
sucedido na prática ministerial o mesmo deverá ser primeiramente testado (1 Tm
3.10). O teste relacionado ao diácono passa a ser uma analise direcionada ao
estilo de vida e conduta que o mesmo desenvolve em seus relacionamentos. No
relacionamento com a família o diácono deverá ser marido de uma mulher e que
governe bem seus filhos, isto relaciona à conduta pedagógica, e que governe bem
a sua própria casa, isto corresponde ao suprimento do que é necessário para a
sobrevivência da família (1 Tm 3.12).
Portanto,
o diácono deverá ser altamente espiritual, cheio do Espírito Santo e de boa
conduta.
IV – SERVIÇO – RAZÃO DE DO MINISTÉRIO
Despenseiros
são mordomos ou administradores de uma casa. Como despenseiros de Deus o
cristão é o administrador da igreja que tem como missão edificar os outros, e
como dever desenvolver um ministério sóbrio, vigilante, hospitaleiro e fiel.
A
ética cristã possui duas dimensões: vertical e horizontal. A primeira dimensão
se resume no amor ágape, isto é, no amor de Deus para com o homem e assim vice
versa, pois “nós o amamos, por que Ele nos amou
primeiro” (1 Jo 4.19). Já a
segunda dimensão corresponde com o amor ao próximo.
É
de responsabilidade do líder cristão, amar a todos os que estão a sua volta e
todos os que estão ao alcance da sua administração.
A
parábola do bom samaritano apresenta ações do verdadeiro despenseiro: primeira
ação, entender
o necessitado; segunda ação, cuidar do necessitado; terceira ação, hospedar o
necessitado; e por como quarta ação, suprir a necessidade do necessitado.
Em suma ação do bom samaritano se resume no serviço do cristão em abençoar a
todos que necessitam da multiforme graça de Deus (Lc 10.25-37).
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