A rejeição de Israel
Texto: 1- Digo, pois: porventura
rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum! Porque também eu sou israelita, da
descendência de Abraão, da tribo de Benjamin.
11- Digo, pois:
porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda,
veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. (Rm 11.1,11).
Em
Romanos 10 percebe-se a rejeição dos judeus no que concerne à justiça de Deus. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus
e procurando estabelecer a sua própria justiça não se sujeitaram à justiça de
Deus (Rm 10.3). Logo, a rejeição a justiça divina indica que os judeus não
desejavam obedecer a ordem de Deus para com eles, sendo que a justiça de Deus é a retidão que é própria ao ser divino,
mais especificamente nesse contexto, a justiça que Deus concede quando uma
pessoa confia em Cristo (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p.390).
Por
rejeitarem a justiça divina os Israelitas (racial) foram rejeitados por Deus.
Sendo esta rejeição merecida, benéfica, uma advertência contra a arrogância e
temporária.
Rejeição merecida (Rm 11. 7-10)
A
rejeição dos israelitas à pessoa de Cristo proporcionou catástrofes para com a
nação. Veio para o que era seu, e os seus
não o receberam (Jo 1.11). Tal abandono tornou-se merecido pelo ato dos
judeus rejeitarem ao Senhor Jesus.
Boas
escolhas trazem consigo bons resultados. A condução de Jesus ao martírio por
parte dos filhos da promessa foi o cumprimento da profecia Bíblica, mas aí dos
que assim se sucedessem. Portanto, assim disse Jesus: não chores por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos
(Lc 23.28).
Ainda que Jesus tivesse
morrendo, Ele disse que o choro devia ser por Israel e seus habitantes, visto
que o julgamento recairia sobre a cidade (Lc 19. 41-44). Jerusalém, aqui,
representa toda a nação de Israel (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.210).
Rejeição benéfica (Rm 11.11-16)
Nos
versículos em análise Paulo transmite os benefícios da rejeição de Israel
utilizando como palavra padrão, queda.
1- Da queda de Israel veio à
salvação (v.11). Isto é, da incredulidade dos filhos da
promessa a salvação tornou-se possível aos gentios.
2- Na queda de Israel estar
à riqueza do mundo (v.12). A salvação de fato corresponde com a
maior riqueza do mundo, pois o que
aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? (Mt
16.26).
3- A rejeição de Israel
proporcionou a reconciliação do mundo (v.15). É interessante que Paulo deixa claro em 11.15 que, embora a rejeição
temporária da nação de Israel tenha beneficiado a humanidade, a restauração do
Israel nacional trará benefícios ainda maiores para o mundo (RICHARDS,
p.315).
Rejeição que adverte contra a arrogância
(Rm 18-24)
Pessoas
que não sabem o valor dos privilégios acabam se corrompendo por não saberem
usufruírem as regalias recebidas. Os israelitas tinham privilégios
incontestáveis, porém por sua arrogância foram quebrados (v.17), sofreram a
rejeição (v.15) e sofreram a queda (v.12).
Em vez de confiar, e pela fé
reivindicar uma justiça que Deus está ansioso para dar, Israel insistiu nas
obras, e com orgulho presumiu que atos piedosos poderiam torná-lo um povo justo
perante Deus (RICHARDS, p.315).
Paulo
aconselha aos cristãos a não se ensoberbecer (v.20), mas, a confiarem e
dependerem de Deus.
Estar de pé diante de Deus é
um ato que só é possível mediante a fé. Sentimentos de superioridade não têm
vez
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.392).
Rejeição temporária (Rm 25-32)
Deus
não abandonou a Israel no que corresponde, rejeitou e não o quer mais. A
rejeição é temporária, porque Deus há de salvar a Israel. O plano de Deus é mais complexo do que frequentemente presumimos
(RICHARDS, p.316).
Todos
os acontecimentos escatológicos tem como propósito básico a salvação de Israel.
Pois, em vez de rejeitar a Israel, Deus
novamente mostrou sua graça extraordinária em relação a este povo, preservando
um remanescente dEle dentro da igreja de Jesus Cristo (RICHARDS, p.315) e,
no fim dos tempos salvará a nação de Israel (v.32).
Em
suma, no que corresponde aos capítulos direcionados em sua temática aos
israelitas, percebe-se que o apóstolo Paulo apresenta os privilégios outorgados
por Deus aos judeus, assim como a afirmação de um remanescente que recebeu a
Cristo como Salvador, porém, o apóstolo não deixa de dissertar a respeito da
rejeição dos israelitas que não corresponde com uma rejeição perpétua, mas a
uma rejeição educativa, pois a mesma é merecida (por causa da desobediência),
benéfica, corresponde a uma advertência e, por fim, é temporária.
Paulo
encerra a temática de Israel ratificando a sabedoria divina (Rm 11. 33-36).
REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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