Deus é Fiel

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sábado, 7 de maio de 2016

Subsídio para as aulas da EBD – A vida segundo o Espírito


A vida segundo o Espírito
O capítulo 8 da carta aos Romanos é um dos textos da Escritura Sagrada mais citado nas reuniões dos cristãos. Pois, há uma forte dissertação a respeito da vida segundo o Espírito, dividido em duas ações, sendo estas, o andar e o viver segundo o Espírito.
Portanto, para os que andam e vivem segundo o Espírito não há nenhuma condenação. A palavra condenação que tem como termo legal do grego katakrima (κατάκριμα), significa pronunciar julgamento contra alguém. Logo, nos registros celestiais não há nenhum juízo de condenação para os que estão em Cristo. Assim também como não há nenhuma condenação no sentido de obrigação para o crente expressa na lei. Mas, para os que não estão em Cristo e que andam segundo a carne há condenação.
Do capítulo 5 ao capítulo 8 da carta aos Romanos o apóstolo Paulo transmite como palavra chave: liberdade. Paulo assinala alguma coisa especial através da qual a liberdade é efetuada (GONÇALVES, p 79).
O cristão é livre da ira
Esse fato, Paulo fundamenta no amor de Deus em Cristo Jesus (cap. 5)
O cristão é livre do pecado
Aqui Paulo se refere ao batismo, através do qual nós fomos incorporados ao corpo de Cristo, e que o corpo do pecado pode ser destruído (cap. 6).
O cristão é livre da lei
Aqui Paulo se refere à morte de Cristo. No corpo de Cristo nós morremos para a lei (cap. 7).
O cristão é livre da morte
Aqui Paulo se refere ao Espírito, pneuma, o Espírito de Cristo é o poder que faz viver (cap. 8).

(Nygren apud Gonçalves, p.79).
I – A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO À LEI DO PECADO (Rm 8.1-4).
A lei está enferma, pois o que era boa acabou por se tornar inoperante. A lei tinha como missão indicar o caminho a ser palmilhado pelos seres humanos, principalmente à nação de Israel, porém, a lei acabou servindo de instrumento para aguçar o desejo de pecar.
Paulo em Romanos 8.2 disserta a respeito de dois tipos de lei:
Lei da morte (Rm 8.2). Termo que se associa com o princípio do mal e com a lei de Moisés. O motivo em que esta se associa com a lei de Moisés estar na condenação proveniente da lei.
Lei do Espírito (Rm 8.2). Se a lei do pecado condena e leva o homem a morte, a lei do Espírito vivifica e conduz o homem à presença de Deus.
II – A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO À NATUREZA ADÂMICA (Rm 8.5-17)
As duas ações argumentadas por Paulo no que corresponde à vida segundo o Espírito são: andar e viver. O andar segundo o Espírito é o fruto da escolha, viver no Espírito. A obra de Cristo possibilita aos cristãos escolher entre o viver no Espírito ou no viver segundo a carne. Todos os que escolhem viver segundo o Espírito terão como resultado o andar segundo Espírito.
1- Andar no Espírito. Para Paulo andar segundo o Espírito é primeiramente estar livre da lei do pecado e da morte (v.2). A lei do pecado condena e tem como resultado final a morte. Logo, o andar no Espírito indica que o crente em Cristo está livre da condenação proveniente do pecado.
O andar em Espírito é também contemplar a condenação do pecado na carne (v.3). Obra desenvolvida por Jesus na cruz vencendo o pecado.
E por terceiro para Paulo o andar no Espírito é inclinar para as coisas espirituais (vv. 5,6), que tem como garantia a vida e a paz.
A paz é o fim do conflito intenso descrito no capítulo 7, bem como a harmonia e a tranquilidade que existem no interior do cristão; isto é, o resultado do ato de se render a Deus (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.382).
Portanto, o andar na carne tem como resultado a morte, ao contrário o andar no Espírito, tem como resultado a vida e não apenas a vida, mas uma vida com paz.
2- Viver no Espírito. O viver no Espírito corresponde na transformação do crente, na ação do Espírito em habitar e guiar o crente (vv. 9,14), na aceitação do cristão como filho de Deus (v.14) e, por fim, no outorgar ao cristão o direito de ser co-herdeiro de Cristo (v.17).
O cristão é habitação do Espírito Santo, não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (1Co 3.16). O termo, não sabeis, introduz uma afirmação incontestável.
Além de habitar, o Espírito Santo também guia o crente, porque todos os que são guiados pelo Espírito Santo de Deus, esses são filhos de Deus (Rm 8.14).
Sermos guiados pelo Espírito Santo de Deus é o mesmo que caminhar em conformidade com o Espírito Santo. Caminhar implica a participação ativa e o esforço do cristão. Ser conduzido sublinha o lado passivo, a dependência submissa de cada cristão ao Espírito (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.383).
Viver no Espírito é também ser filho de Deus, pois recebestes o espírito de adoção (v.15). Richards associa a este versículo a seguinte explicação:
A carne considera a Torá como obrigação e tem medo, pois o homem sincero sabe que não conseguirá cumpri-la. O espírito considera a Torá como uma promessa e exclama Abba (papai!), exatamente como um filho cujo pai, ao retornar de uma viagem, lhe trouxe um presente muito especial (p. 306).
Por último, Paulo fala sobre o direito da herança. Todos os filhos de Deus têm uma herança baseada na sua relação com Deus, herança de natureza incorruptível, imaculada, reservada no céu (1 Pe 1.4). A herança dos filhos de Deus inclui uma expectativa de vida eterna (Tt 3.4-7). Como herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, os filhos de Deus compartilham, agora, dos sofrimentos de Jesus (Fl 3.10) e, no futuro, compartilharão também da Sua glória Fl 3.11-14 (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.384).
III – A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO ENTRE A NOVA ORDEM E A ANTIGA (Rm 8.18-30)
O cristão em meio a todos os sofrimentos permanece fiel a Deus, pois a esperança que tem origem na promessa divina é maior que toda a aflição deste tempo presente. Já nos versículos 22 a 26 o apóstolo Paulo fala de três tipos de gemidos. A palavra gemido do grego, stenazó, transmite a ideia de sentimento de pesar interior, exprime dor moral e física. De fato significa suspirar, causar dor, afligir, entristecer, prantear e padecer. Até o próprio Deus se condói do gemido dos necessitados (Sl 12.5) e levanta do seu trono e põe a salvo aquele que nEle confia. Portanto, Paulo ao escrever a carta à igreja em Roma transmite no capítulo oito os três gemidos: o gemido da natureza, o gemido da igreja e o gemido do Espírito Santo.
Em suma, no capítulo 7 o apóstolo Paulo descreve a respeito da lei do pecado e inicia o próximo capítulo com a palavra, portanto. O termo, portanto, do capítulo 8 é uma conclusão informal de Romanos 7.25. Isto é, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo, pois o Espírito Santo capacita aos cristãos a viverem para e em Cristo.
REFERÊNCIA
GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça, o evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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