Subsídio
para as aulas da EBD – A Nova vida em Cristo
Os primeiros versículos que trata da segunda palavra chave da
carta aos Romanos é exortação. Exortação que corresponde à apresentação do
cristão na Igreja (Rm 12.1-8), na sociedade (Rm 12.9-21), em relação ao governo
(Rm 13.1-14), e em relação aos outros cristãos (Rm 14.1-15.13).

I – EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA ADORAÇÃO
CRISTÃ
Apresenteis
o vosso corpo em sacrifício vivo. Para Paulo deveria existir uma
diferença entre a novidade de vida do cristão. Se na Antiga Aliança os animais
eram sacrificados, logo, o sacrifício se desenvolvia por meio de um animal
morto. Portanto, na Nova Aliança o sacrifício é concretizado em um corpo vivo.
Apresenteis
o vosso corpo em sacrifício vivo, santo. Para Paulo o termo santo indica
lugar reservado, se na Antiga Aliança o templo era o lugar reservado e
santificado, já na Nova Aliança o cristão é o lugar reservado e santificado
para Deus e para o uso de Deus.
Apresenteis
o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Na Antiga
Aliança o sacerdote entrava no lugar Santo do Santo com uma corda amarrada em
seu corpo, caso se o mesmo estivesse em pecado morreria ali e o corpo deveria
ser retirado por outros no ato do puxar a corda, pois ninguém poderia entrar no
lugar do Santo do Santo sem consagração devida. Quando o sacerdote saia do
templo a comunidade entendia que o sacrifício foi agradável a Deus.
Logo, o culto racional tem que ter como referência o que agrada a
Deus.
II – EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO EXERCÍCIO DOS
DONS
Os dons são divididos na Bíblia em três grandes grupos: os dons espirituais, os dons ministeriais e os dons de
servir. Porém, para o apóstolo o que deverá ser observado é a
maneira como o indivíduo dotado do dom se apresenta perante a Igreja.
1- Apresentando
com temperança. Termo que corresponde à apresentação do cristão com sabedoria e
autocontrole, que se torna possível por meio da auto-observação. Mas, que saiba
com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um (v.3b).
2-
Reconhecendo o valor das funções de cada um. A Igreja é composta por muitos
membros, sendo que cada um tem uma função específica sob a autoridade de Jesus
Cristo. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os
membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em
Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros (vv.4,5).
3-
Apresentando com dedicação. Dedicação é o mesmo que abnegação,
desempenho e sacrifício. Apresentar com dedicação corresponde a negar desejos
pessoais para servir a Deus. Apresentar com dedicação indica desempenhar com
sucesso para fazer o melhor para Deus. E por fim, apresentar à Igreja com
dedicação corresponde a sacrificar, isto é, fazer o possível para agradar a
Deus.
4-
Apresentando com liberalidade. Em outra versão com generosidade. O
cristão deverá ser generoso, isto é, repartir o que lhe pertence sem qualquer
interesse ou utilidade.
5-
Apresentar com cuidado. Os líderes deverão apresentar perante a
Igreja com cuidado. O cuidado é necessário porque o líder está envolvendo com uma
pessoa, portanto é necessário o cuidado com o ser psicológico. O líder está se
relacionando com um filho de Deus, isto é, tem que ter cuidado com o ser
espiritual. Logo, o líder está em contato com um membro da comunidade, isto é,
o líder deverá ter cuidado com o ser social.
6-
Apresentando com alegria. O cristão deverá ajudar os outros com
alegria e não por tristeza.
Quando o crente se apresenta a Deus percebe-se que a vontade de
Deus é boa, perfeita e agradável. A única
maneira de fazer a vontade de Deus é reconhecê-la. E nós só podemos reconhecer
a vontade de Deus se aprendermos a ver as questões da vida a partir da
perspectiva de Deus (RICHARDS, p.317).
III – EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA PRÁTICA DAS
VIRTUDES CRISTÃ
Para Paulo o cristão deverá se apresentar diante da sociedade da
melhor maneira possível (Rm 12.9-21), pois: o amor não deverá ser fingido, a
unidade deverá ser visível e não cabe ao cristão a vingança.
Portanto, para o apóstolo a relação entre o cristão e a sociedade
deverá notabilizar a ação de Deus na Igreja. Isto é, o mundo só percebe a ação
divina na Igreja quando os cristãos vivem em união.
Amor não
fingindo
O amor verdadeiro é caracterizado no aborrecimento do mal e na
prática do bem. O amor do crente à justiça
e seu ódio ao mal crescerá por dois meios: crescimento em sincero amor e
compaixão por aqueles, cujas vidas estão sendo destruídas pelo pecado, e por
uma sempre crescente união com o nosso Deus e Salvador, do qual está dito; o
temor do Senhor é aborrecer o mal (Bíblia de Estudo Pentecostal, p 1.899).
Logo, o amor não fingido aproxima as pessoas pela cordialidade e proporciona o
aborrecimento do mal.
A palavra amor aparece três vezes nos versículos 9 e 10, sendo que
as duas primeiras vezes correspondem com a palavra grega ágape e a segunda com
filadélfia. Ágape corresponde com o amor divino, isto é, que o
amor não seja fingido e amai-vos cordialmente, termos que
correspondem com o dever de amar como Deus. Já o termo filadélfia indica que o
amor deverá ser sincero e notável pela dedicação ao outro, isto é, amor
fraternal.
Em suma, o amor fraternal proporciona:
Cuidado eficiente, coração fervente e desejo em servir ao Senhor
(v.11).
Alegria na esperança, paciência na tribulação e perseverança na
oração (v.12).
Comunicação aos santos e a prática da hospitalidade (v.13).
Bênção aos perseguidores (v.14).
Alegria e chorou em momentos específicos (v.15).
Por fim, o cristão em sua relação com e na sociedade deverá ser de
triunfo sobre o mal e, a vitória sobre o mal se na prática do bem: não te
deixes vencer do amo, mas vence o mal com o bem (Rm 12.21).
REFERÊNCIA
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, Edição Revista e Corrigida. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2008.
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