A Lei, a carne e o Espírito

I - A LEI ILUSTRADA NA ANALOGIA DO
CASAMENTO
Sobre a analogia do casamento é necessário saber que se vive o
marido a mulher estar ligada ao cônjuge. Morto o marido a mulher fica livre.
Logo, o apóstolo Paulo faz desta ilustração a seguinte aplicação: morreu-se a
lei, agora o cristão é livre para casar com a graça (RADMACHER; ALLEN; HOUSE,
p.379).
Tal analogia explica a invalidade da Lei em justificar, pois a Lei
condena o melhor dos homens. E serve também para mostrar que a Lei não pode
mais condenar àqueles que estão em Cristo.
Paulo
fundamenta seu comentário mostrando a antiga relação da lei com aquele que a
observa. Paulo já havia mostrado no capítulo 5 que o pecado não é levado em
conta quando não há lei. Ali a transgressão aparece como a quebra do mandamento
da lei. Deus deu então o código do Sinai. Essa lei dada a seu antigo povo é
justa e boa, mas em vez de produzir vida, trouxe morte. Havia algum problema
com a lei? Não, o problema estava com os homens, corrompidos pelo pecado, que se
mostraram incapazes de obedecer aos preceitos da lei. A lei trouxe a
consciência do pecado e esse pecado, alimentado pela cobiça, frutificou para a
morte. Esse argumento receberá ênfase novamente em Romanos 7.7
(GONÇALVES,
p.70).
Portanto, o termo morto para a lei, significa que o crente estar
unido com Cristo.
II – ADÃO ILUSTRADO NA ANALOGIA DA
SOLIDARIEDADE DA RAÇA (Rm 7.6-13)
O pecado de Adão conduziu todos a se afastarem de Deus, ou seja,
pelo ato pecaminoso de Adão todos tornaram pecadores.
O
pecado e a Lei mantêm as pessoas em escravidão. A lei é, então, algo mal como o
pecado? Não. Os mandamentos específicos da Lei trazem o conhecimento claro do
pecado. A tendência que temos para pecar tira proveito desse conhecimento para
nos agitarmos e nos rebelarmos, conduzindo-nos assim para pecados ainda
maiores. O bom propósito da Lei era tornar conhecido a nós o modo como
poderíamos agradar a Deus e receber dele a vida. O pecado torceu esse propósito
divino, a ponto de atualmente conduzir apenas para a morte (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p.380).
Com Adão foi feita uma aliança tendo três elementos essenciais:
promessa, condição e pena.
A promessa se caracterizava na obediência de Adão, se este fosse
fiel a Deus o mesmo viveria eternamente.
Já a condição baseava na obediência ou desobediência de Adão. Se
Adão fosse obediente alcaçaria a promessa da vida eterna. Se Adão fosse
desobediente sofreria a pena.
Logo, a pena da aliança adâmica corresponde diretamente com a
desobediência, como Adão foi desobediente, ele e todos os seus descendentes
sofreram a morte.
III – O CRISTÃO ILUSTRADO NA ANALOGIA ENTRE
CARNE E ESPÍRITO
De fato a Lei é santa:
A
conclusão é que, em sua totalidade, a Lei é santa; e o mandamento, santo, justo
e bom. Nosso problema com o pecado não é decorrente da ausência da Lei divina, e sim,
resultado da nossa natureza pecaminosa (v. 8, 11, 13), que responde à Lei (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p.381).
A constituição do homem é tríplice: espírito, alma e corpo. O ser
humano possui faculdades que o distingue dos demais seres criados por Deus. As
faculdades do espírito humano se resumem em fé e consciência, já o intelecto, à
vontade e as emoções são faculdades pertencentes à alma, e por fim, os cinco
sentidos completam as faculdades do corpo: paladar, visão, tato, olfato e
audição.
Entretanto, Adão representante da humanidade no pacto das obras
deixou como herança a culpa, a corrupção e a morte. Logo, as obras da carne são
demonstrações físicas e espirituais da degeneração humana.
Por fim, o problema não está na lei, mas nos seres humanos como
tais. A lei é espiritual: devido à sua origem divina e os seu propósito de
conduzir os seres humanos até Deus. Dessa forma, ela não pertencia ao mundo da
humanidade terrena, natural. Enquanto pneumáticos, ela pertencia à esfera de
Deus; se opõe ao que é sarkinos, carnal, pertencente à esfera da carne (GONÇALVES, p.74).
REFERÊNCIA
GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça, o evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos
Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B.
HOUSE, H. Wayne. O Novo
comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
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