Deus é Fiel

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sábado, 14 de maio de 2016

Subsídio para as aulas da EBD – Israel no plano da redenção


Israel no plano da redenção
Os capítulos 9, 10 e11 da carta aos Romanos fazem parte da primeira divisão da epístola que tem como temática: salvação pela fé. Porém, estes capítulos tratam basicamente a respeito da incredulidade dos israelitas.
Sendo que o apóstolo Paulo demonstra sua tristeza pela incredulidade dos seus irmãos na carne, assim como o seu amor, desejando que estes viessem a ter um relacionamento com Cristo. O amor do apóstolo aos israelitas é tão grande ao ponto de desejar separar de Cristo para que os filhos da promessa alcançasse a salvação.
I – A ELEIÇÃO DE ISRAEL DENTRO DO PLANO DA REDENÇÃO
Paulo lista oito grandes privilégios outorgados por Deus ao povo da promessa: adoção de filhos, glória, concerto, lei, o culto, a promessa, os pais e o maior privilégio, Cristo.
Paulo não renegou seu antigo povo. Aqui ele mostra que não só amava seu povo como também sofria pela situação espiritual na qual se encontravam seus compatriotas. Não era um mal ser judeu, pelo contrário, constituía-se um grande privilégio já que foi a eles que Deus confiou seus oráculos. O que doía no coração do apóstolo era a dureza de coração que havia cegado seus irmãos, impedindo-os de enxergar o Messias que lhes fora prometido (GONÇALVES, p. 89).
Portanto, os judeus por serem eleitos de Deus não souberam usufruírem das promessas, pois a grande tragédia que acometeu a nação judaica foi que o Messias tão esperado e desejado por essa nação se tornou para ela uma pedra de tropeço, em lugar de ser um abrigo em que ela poderia proteger-se (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.389). Logo, quando houve o cumprimento da promessa, isto é, a vinda do Messias, os israelitas não reconheceram o tempo profético, por isso, rejeitaram a Cristo.
Logo, a rejeição a justiça divina indica que os judeus não desejavam obedecer a ordem de Deus para com eles, sendo que a justiça de Deus é a retidão que é própria ao ser divino, mais especificamente nesse contexto, a justiça que Deus concede quando uma pessoa confia em Cristo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.390).
Por rejeitarem a justiça divina os Israelitas (racial) foram rejeitados por Deus. Sendo esta rejeição merecida, benéfica, uma advertência contra a arrogância e temporária.
II – O TROPEÇO DE ISRAEL DENTRO DO PLANO DA REDENÇÃO
Os judeus não creram em Cristo, logo tropeçaram em Cristo. Os judeus buscaram a justiça própria, logo tropeçaram na lei. Por fim, os judeus não ouviram o que Deus havia planejado para eles, logo tropeçaram na Palavra.
Há três palavras que define a compreensão deste tópico: crer, justiça e ouvir.
Crer corresponde a acreditar. Não creram em Cristo, logo tropeçaram por não receberem o Messias. O maior privilégio dos israelitas foi ter Jesus como Salvador, porém esta dádiva foi rejeitada.
O maior privilégio para os judeus foi o fato do Messias ter vindo de Israel (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.386).
Quanto Paulo utiliza o termo Cristo conclama aos leitores israelitas a voltarem ao passado e lembrarem-se dos pais que esperavam o cumprimento da promessa. Promessa do Messias, isto é, do ungido a rei, sacerdote e profeta. Veio Cristo em carne e no ministério sacerdotal, profético e real, porém foi rejeitado pelos israelitas.
Por buscarem a justiça própria os judeus tropeçaram na lei, isto é, não depositaram confiança e nem obediência aos mandamentos que proporcionaria aos eleitos o conhecimento do Messias. Fato que indica, não ouviram a Palavra, isto é, não deram crédito à mensagem ensinada.
III – A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL DENTRO DO PLANO DA REDENÇÃO
A característica da Rejeição divina aos israelitas é: merecida, benéfica, rejeição que adverte contra a arrogância e temporária.
Rejeição merecida (Rm 11. 7-10). A rejeição dos israelitas à pessoa de Cristo proporcionou catástrofes para com a nação. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam (Jo 1.11). Tal abandono tornou-se merecido pelo ato dos judeus rejeitarem ao Senhor Jesus.
Boas escolhas trazem consigo bons resultados. A condução de Jesus ao martírio por parte dos filhos da promessa foi o cumprimento da profecia Bíblica, mas aí dos que assim se sucedessem. Portanto, assim disse Jesus: não chores por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos (Lc 23.28).
Ainda que Jesus tivesse morrendo, Ele disse que o choro devia ser por Israel e seus habitantes, visto que o julgamento recairia sobre a cidade (Lc 19. 41-44). Jerusalém, aqui, representa toda a nação de Israel (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.210).
Rejeição benéfica (Rm 11.11-16). Nos versículos em análise Paulo transmite os benefícios da rejeição de Israel utilizando como palavra padrão, queda.
1- Da queda de Israel veio à salvação (v.11). Isto é, da incredulidade dos filhos da promessa a salvação tornou-se possível aos gentios.
2- Na queda de Israel estar à riqueza do mundo (v.12). A salvação de fato corresponde com a maior riqueza do mundo, pois o que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? (Mt 16.26).
3- A rejeição de Israel proporcionou a reconciliação do mundo (v.15). É interessante que Paulo deixa claro em 11.15 que, embora a rejeição temporária da nação de Israel tenha beneficiado a humanidade, a restauração do Israel nacional trará benefícios ainda maiores para o mundo (RICHARDS, p.315).
Rejeição que adverte contra a arrogância (Rm 18-24). Pessoas que não sabem o valor dos privilégios acabam se corrompendo por não saberem usufruírem as regalias recebidas. Os israelitas tinham privilégios incontestáveis, porém por sua arrogância foram quebrados (v.17), sofreram a rejeição (v.15) e sofreram a queda (v.12).
Em vez de confiar, e pela fé reivindicar uma justiça que Deus está ansioso para dar, Israel insistiu nas obras, e com orgulho presumiu que atos piedosos poderiam torná-lo um povo justo perante Deus (RICHARDS, p.315).
Paulo aconselha aos cristãos a não se ensoberbecer (v.20), mas, a confiarem e dependerem de Deus.
Estar de pé diante de Deus é um ato que só é possível mediante a fé. Sentimentos de superioridade não têm vez (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.392).
Rejeição temporária (Rm 25-32). Deus não abandonou a Israel no que corresponde, rejeitou e não o quer mais. A rejeição é temporária, porque Deus há de salvar a Israel. O plano de Deus é mais complexo do que frequentemente presumimos (RICHARDS, p.316).
Todos os acontecimentos escatológicos tem como propósito básico a salvação de Israel. Pois, em vez de rejeitar a Israel, Deus novamente mostrou sua graça extraordinária em relação a este povo, preservando um remanescente dEle dentro da igreja de Jesus Cristo (RICHARDS, p.315) e, no fim dos tempos salvará a nação de Israel (v.32).
Em suma, no que corresponde aos capítulos direcionados em sua temática aos israelitas, percebe-se que o apóstolo Paulo apresenta os privilégios outorgados por Deus aos judeus, assim como a afirmação de um remanescente que recebeu a Cristo como Salvador, porém, o apóstolo não deixa de dissertar a respeito da rejeição dos israelitas que não corresponde com uma rejeição perpétua, mas a uma rejeição educativa, pois a mesma é merecida (por causa da desobediência), benéfica, corresponde a uma advertência e, por fim, é temporária.
Paulo encerra a temática de Israel ratificando a sabedoria divina (Rm 11. 33-36).
REFERÊNCIA
GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça, o evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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