Texto: E, falando ele ainda à multidão, eis
que estavam fora sua mãe e seus irmãos pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: eis que estão ali fora tua
mãe e teus irmãos, que querem falar-te (Mt 12.46,47).
Jesus foi criado em Nazaré (Lc 4.16), e como toda
criança teve uma infância e vivenciou todos os costumes religiosos normais às
famílias do seu período. Provavelmente ao ir a Sinagoga vestia o seu talit e
via a sua mãe se cobrindo com um véu branco.
A família nuclear de Jesus era composta por José,
Maria e filhos. Na narrativa Bíblica percebem-se as características de cada
membro desta família que serve de modelo e aprendizagem para o que os cristãos agiam
corretamente diante de Deus conforme os decretos.
Os pais de Jesus
Conforme o evangelista Mateus o pai adotivo de Jesus
estava desposado com Maria (Mt 1.18), quando percebeu que ela estava grávida e
por não querer infamá-la, intentou abandoná-la. Porém, em sonho um anjo do Senhor
assim lhe disse: não temas receber a Maria tua mulher (Mt 1.20).
José e Maria estavam unidos a um pacto de noivado,
sendo que neste período histórico o homem e a mulher deveriam manter a
fidelidade um ao outro. Mas, José percebeu que Maria estava grávida, algo que
lhe despertou o sentimento de ter sido enganado.
1- José
o pai adotivo de Jesus. A pessoa de
José é definida pelo temor ao Senhor, por ser um homem justo (Mt 1.19), e por
ser dedicado ao ofício, tendo como atividade profissional a carpintaria (Mc
6.3).
José ao aceitar a Maria logo após um sonho, nota-se
que este homem tinha o temor do Senhor e conhecia os planos de Deus para com a
Nação de Israel.
Como pai guardião de Jesus, ele o levou a Jerusalém
para que o Messias fosse apresentado, fugiu para o Egito para proteger a
criança e levou o Messias para Jerusalém no período dos festejos da páscoa (Mt
2.13; Lc 2.22;41).
2-
Maria a mãe de Jesus. A pessoa de Maria
pode ser definida pela palavra do Anjo: salve,
agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres (Lc 1.28). Logo,
Maria era uma mulher muito abençoada e Deus estava com ela, fato que corrobora
que esta mulher procedia com santidade diante do Senhor.
Maria,
como todos os mortais, foi alvo da graça de Deus, e não uma concessora desta. Ela
desempenhou um papel fundamental, da mesma forma que João Batista recebeu um
chamado especial. Maria foi simplesmente agraciada por Deus (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 146).
Que reação diferente esta simples camponesa tem, provavelmente
ainda muito jovem, em comparação com a reação de Zacarias, que ficou
profundamente abalado e apavorado pela presença de Gabriel.
Nada
disso é uma crítica a Zacarias. A sua reação ao aparecimento de Gabriel é
compreensível, e Lucas o descreve como irrepreensível (alguém que vivia em
completa concordância com a lei mosaica). O que o contraste nas reações
realmente faz é resultar no louvor de Maria, e nos lembrar da simplicidade e da
sinceridade de sua fé no Senhor – simplicidade e sinceridade cujo exemplo bem
poderíamos seguir (RICHARDS, 2008, p.
134).
Por fim, Jesus conforme escreveu o evangelista Mateus
era o filho primogênito de José e Maria (Mt 1.25).
Os irmãos de
Jesus
Jesus era o primogênito de José e Maria, cujos irmãos
eram Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13.55,56). Com base em dois versículos percebe-se
a relação dos parentes de Jesus (provavelmente os seus irmãos) com o seu
ministério (Mc 3.21;Jo 7.5).
E,
quando os seus parentes ouviram isso, saíram para o prender, porque diziam:
está fora de si (Mc 2.21).
É certo
que não foram até ali a fim de atrair a atenção do povo, dizendo: “somos parentes
deste grande e famoso homem”. Pelo contrário, queriam livrá-lo de sua própria “insanidade”,
bem como das ameaças das autoridades. A intenção dos parentes de Jesus, apesar
de errada, era pelo menos honesta. Esse episódio da vida de Jesus ilustra quão
pouco a sua própria família o compreendia, e também quão pouco compreendia a
sua missão (FILLION, 2016, p. 228,229).
Portanto, os irmãos de Jesus não compreendiam a sua
missão, esta é a primeira conclusão que se chega ao que corresponde a relação
de Jesus com os seus irmãos.
Porque
nem mesmo seus irmãos criam nele (Jo
7.5).
O tom
é sarcástico, como é indicado pela observação de João de que nem mesmo os
irmãos de Jesus criam nele (7.5). Muitos daqueles cujo objetivo é glorificar a
Deus encontrarão, de vez em quando, outras pessoas que questionam seus motivos (RICHARDS, 2008, p. 215).
Apenas depois da ressurreição de Jesus que os seus
irmãos passaram a acreditar na sua mensagem. Tiago e Judas escreveram cartas
que são importantes e fundamentais para o crescimento espiritual dos servos de
Deus.
A família de Jesus era uma família comum como as
demais famílias da cidade de Nazaré, porém, desta família surgiria à
restauração para a humanidade. Desde o pai adotivo guardião até os irmãos que
desconheciam a missão messiânica, percebe-se a importância da família para a
preparação intelectual, social e principalmente espiritual das crianças.
Referência:
ALLEN,
Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
FILLION, Louis-Claude. Enciclopédia da vida de Jesus: a nação de Jesus, Cristo antes da
encarnação e a vida oculta de Jesus – Volume 1. Rio de Janeiro: Editora
Central Gospel, 2016.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio
de Janeiro: CPAD, 2008.
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