Benignidade: um escudo protetor
contra as porfias
A verdade prática afirma que a benignidade na vida do crente torna-o uma testemunha do
amor de Deus.
A presente
lição tem como palavras-chaves: benignidade e porfias. A primeira trata-se de
um dos frutos do Espírito, enquanto a segunda corresponde com uma das obras da
carne.
A
benignidade é amor em ação para com o próximo, pois é a condição que o
cristão desenvolve em expressar ternura e gentileza para todos que estão a sua
volta, logo, benignidade é a atitude de fazer o bem.
Porfia é o resultado da inimizade. Ou seja, a
porfia é indicada pela falta de amor, pela presença de briga, pela oposição e
pela luta por superioridade.
I – A BENIGNIDADE
FUNDAMENTA-SE NO AMOR
A benignidade no grego χρηστοτηϛ significa
bondade, ternura e gentileza. Outorga também como definição prática fazer o que
é certo.
Para Horton a benignidade:
(...) é a generosidade que
procura ver as pessoas da melhor maneira possível. É compassiva e dá a resposta
branda, que segundo disse Salomão, desvia a ira, ou evita explosões de raivas (1993, p.194).
Barclay expõe a benignidade de Deus como
atração do pecador para com a santidade divina. Descreve ainda que a
benignidade de Deus se expressa: na natureza, nos eventos da história, nos julgamentos
e nas instruções.
É uma benignidade que
perdoa os pecados do passado e que, mediante o Espírito Santo, fortalece os
homens para a benignidade no futuro. Não somente perdoa o pecador; também
transforma-o em um homem bom. É por isso que a benignidade de Deus conosco é
exemplificada e demonstrada, acima de tudo, em Jesus Cristo (Ef 2.7). A vinda
de Jesus Cristo é o ato supremo da benignidade de Deus, e em Jesus Cristo esta
virtude é encarnada no ser humano (BARCLAY, 2010, p.96).
A benignidade na prática não faz acepção de
pessoas. De fato é fácil amar e fazer o bem para com as pessoas que fazem o bem
para conosco, porém, esta benignidade
é uma das coisas que o cristão deve vestir como parte da vestimenta da vida
cristã (BARCLAY, 2010, p.
96), logo, a benignidade deverá ser praticada em benefício de todos.
A harmonia na prática da benignidade está no
que corresponde tratar os outros da maneira como Deus tem tratado cada cristão
salvo.
II – A PORFIA FUNDAMENTA-SE
NA INVEJA E NO ORGULHO
Porfia no grego έριθεία, palavra que possui
como significado, rivalidade egoísta.
Rivalidade que surge das porfias e que se notabiliza
pela inimizade. Torna-se visível quando as pessoas são caracterizadas por
conceitos elevados, os partidos são mais memoráveis do que a pessoa de Jesus
Cristo.
A porfia como pecado invade a Igreja e resulta
em destruição.
Nenhum pecado invade a
igreja mais comumente do que eris; nenhum pecado destrói mais a fraternidade cristã;
mas eris nem sequer consegue penetrar na Igreja, se Cristo for soberano ali (BARCLAY, 2010, p. 43).
O que eu rogo a Evódia e também
a Síntique é que vivam em harmonia no Senhor (Fp 4.2).
O desejo de Paulo era que as irmãs vivessem
em harmonia, pois não existem vencedores em meio às práticas que definem a
porfia. Todos perdem e ninguém ganha.
A falta de mansidão e de humildade
proporciona ao indivíduo o palmilhar pela vereda da porfia. Sendo que a origem
da ambição está diretamente relacionada com a inveja. O desejo exagerado
daquilo que pertence ao outro. Com as atitudes de Arão e de Miriã, irmãos de
Moisés, aprende-se que a porfia quando encontra espaço no coração do ser humano
resulta em prejuízos para todos os que fazem parte do povo de Deus.
Por fim, a porfia se origina na mente
daqueles que destronizaram a pessoa de Cristo de seus corações. E que em suas
mentes maquinam a maldade contra todos os demais que fazem a vontade de Deus.
A porfia de palavras ditas pode se
transformar em ações dolorosas, como por exemplo: violência física e até mesmo
o assassinato de pessoas.
III – REVESTINDO-NOS DE
BENIGNIDADE
Enquanto prevalece no diário do cristão a rivalidade
egoísta, percebe-se a continuidade da velha vida, logo é necessário que haja
santificação.
A santificação como agente diário da vida
cristã permite que cada crente seja consagrado e separado para o uso de Deus. A
justificação liberta o cristão da pena do pecado, a glorificação libertará o
cristão da presença do pecado, sendo que a santificação liberta o servo de Deus
do poder do pecado. A porfia demonstra o poder do pecado em destruir, mas a
santificação corrobora para a destruição do poder do pecado.
O poder do pecado não permite que as pessoas perdoem
umas as outras. Porém, assim como Cristo perdoou cada crente deve perdoar aqueles
que lhe ofenderam. Nem mesmo aos inimigos os cristãos deverão negar o perdão,
pois quem é nascido de Deus tem como fruto do Espírito a benignidade.
Muitos são os exemplos de pessoas que foram
benignas, assim como Paulo. As estas pessoas devem os cristãos da atualidade
imitá-las. Sendo benignos para com os que sofrem enfermidades físicas e
espirituais. E até mesmo para com os que desenvolvem rivalidade egoísta contra
a pregação do Evangelho puro e Genoíno.
Referência:
BARCLAY,
W. As Obras da Carne e o Fruto do
Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
HORTON,
S.M. Teologia Sistemática. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
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