O batismo e a
tentação de Jesus
Texto: Então, foi conduzido Jesus pelo
Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1).
É notável na narrativa dos evangelistas que a
consagração é o fato em comum entre os acontecimentos, batismo de Jesus e
tentação de Jesus. O motivo do batismo de Cristo é justificado para manifestar
à Israel a justiça de Deus (Mt 3.15). No batismo Jesus foi consagrado pelo
Espírito Santo a desenvolver a obra do Pai. Logo, após o Messias é conduzido
pelo Espírito ao deserto, local em que Jesus se consagra por quarenta dias e
quarenta noites.
O termo consagração tem como significado separar para
o uso, isto é, quando Jesus foi para o deserto para se consagrar, o mesmo,
estava se separando para o uso do Pai.
O batismo de
Jesus
Há três pontos importantes a se observar no batismo de
Jesus: o ministro batizante, o motivo do batismo e a manifestação do Espírito
Santo.
1-
João o ministro batizante. Para Jesus não
tinha aparecido ninguém nascido de mulher que fosse maior que profeta João
Batista (Mt 11.11). O nome João significa favor de Deus, o profeta teve o seu
nome definido pelo próprio Deus (Lc 1.13).
O nascimento do profeta João foi predito pelo profeta
Isaías (Is 40.3). Sendo assim, o ministério profético de João era preparar o
caminho do Messias (Mt 3.3). A simplicidade do profeta era notável, pois se vestia de pelos de camelo e cinto de couro
em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre
(Mt 3.4).
Ainda
hoje, na Arábia, na Etiópia, na Palestina e em outras partes do Oriente, a
classe pobre costuma servir-se de gafanhotos como alimento principal. Os antigos
hebreus já conheciam esse tipo de alimento (Lv 11.22), que nada tem de insano e
pode ser preparado de diversas maneiras (a mais simples consiste me tostar o
inseto sobre as brasas depois de ter retirado suas partes duras) – (FILLION, 2016, p. 40).
2- O
motivo do batismo. O evangelista João
registra assim as palavras de João Batista: e
eu não o conhecia, mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por
isso, batizando com água (Jo 1.31).
O batismo de Jesus não define que Ele era um pecador,
mas ao contrário confirma que Ele era irrepreensível e santo. Por ser íntegro o
Messias desceu às águas para a manifestação da justiça divina (Mt 3.15).
3- A
manifestação do Espírito Santo no momento do batismo. Os judeus comparavam simbolicamente o Espírito a uma
pomba, por esta ave ser figura de inocência e de amor puro (Ct 1.14), e também
de simplicidade (Mt 10.16).
A vinda do Espírito Santo sobre Jesus ratifica as
profecias proferidas pelo profeta Isaías:
E
repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de
inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de
conhecimento e de temor do Senhor (Is
11.2).
O Espírito
do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas
aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar
liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos (Is 61.1).
Portanto, a descida do Espírito Santo sobre Jesus se
define na unção e consagração do Messias para o santo ministério.
A tentação de
Jesus
Após ser batizado Jesus foi conduzido pelo Espírito
Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo, isto é, para ser colocado a
prova, ou seja, para ser testado e aprovado. A tentação de Jesus em sua origem
se divide didaticamente em três: humanidade, divindade e missão.
1-
Tentado a ser saciado. A primeira
tentativa de satanás em levar Jesus a pegar foi por meio da necessidade física,
pois Cristo estava em consagração e em jejum, abrangendo um período de quarenta
dias e quarenta noites, logo o mestre estava com fome.
As necessidades físicas são sempre utilizadas pelo
inimigo para levar pessoas a se corromperem. Portanto, o inimigo em suas
ciladas desperta a ganância no íntimo do ser humano para que este venha a
desejar a posse de bem matérias ao ponto de passar por cima de tudo e de todos.
Em sua humanidade Jesus foi tentado, mas venceu a
satanás dizendo: nem só de pão viverá o
homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Mt 4.4).
2-
Tentado a ser notado. A segunda ação
do inimigo foi em tentar Jesus a ser notado pelos anjos. Quantos são tentados a
serem notados? Quantos são ativos em suas ações para serem notados? Tudo que o
cristão desenvolve na obra de Deus deverá ser para honra e glória de Deus.
Em sua divindade Jesus foi tentado, mas venceu a satanás
dizendo: não tentarás o Senhor, teu Deus
(Mt 4.7).
3- Tentado
a ser celebrado. Por terceiro,
satanás tenta a Jesus no que corresponde ao possuir poder. A busca do poder
passou a ser notório nas repartições públicas e até nas repartições religiosas
em que pessoas fazem de tudo para possuírem o lugar do outro.
Em sua missão Jesus foi tentado, mas venceu a satanás
dizendo: ao Senhor, teu Deus, adorarás e
só a ele servirás (Mt 4.10).
Para concluir, percebe-se que satanás utilizou a
Palavra de Deus para tentar a Jesus, logo a mera utilização da Bíblia nem
sempre indica a vontade de Deus. O mestre passou por todos os graus da tentação
para socorrer aos que são tentados (Hb 2.18). Jesus foi tentado, porém sem
pecado. Somente quem não se rendeu ao
pecado pode conhecer a intensidade total da tentação. Jesus não se rendeu à
tentação (ALLEN; RADMACHER;HOUSE, p.645). As lições que se aprendem no que
corresponde ao batismo e a tentação de Jesus é que sempre os cristãos deverão
fazer a vontade de Deus.
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H.
Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo
Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
FILLION, Louis-Claude. Enciclopédia da vida de Jesus: a nação de
Jesus, Cristo antes da encarnação e a vida oculta de Jesus – Volume 2. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.
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